Street Racer - Malila

22 - flashs

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Ressaca.

Foi a primeira coisa que me veio à cabeça assim que abri os olhos. Sem contar a dor que fazia a minha cabeça latejar e meu estômago revirar. Resmunguei alto, me sentindo enjoada, e me forcei a sentar na cama.

Eu sabia que estava no quarto de Marília, mas não sabia dizer o porquê nem como eu tinha ido para ali. Mesmo assim, acordar com o cheiro da loira foi incrivelmente reconfortante.

Assim que abri os olhos, procurei por ela no quarto, mas ela não estava lá. Só então eu notei que estava usando o moletom dela, e sorri puxando ele para o meu rosto e sentindo aquele cheirinho gostoso ainda mais próximo. Eu simplesmente amava o cheiro natural de Marília.

Procurei o meu vestido pelo quarto, e dei de cara com ele no chão perto do banheiro, o que me fez suspirar pesado já que eu tinha gastado uma grana nele. Tentei levantar para pegá-lo do chão, e minha cabeça girou por causa da merda da claridade que vinha da janela do quarto.

Resmunguei me jogando de volta na cama, ouvindo a porta ser aberta pela loira dos olhos castanhos, dona do quarto.

— Ei, você acordou. — Marília disse assim que me viu, fechando a porta logo atrás dela — Como você está se sentindo?

— Péssima. — resmunguei emburrada, cobrindo meus olhos da claridade e massageando minhas têmporas — Minha cabeça dói.

— Ótimo! — ela exclamou, me deixando chateada — E não adianta ficar de bico. Ninguém mandou beber igual uma alcoólatra. — me repreendeu, indo até as janelas do quarto e fechando as cortinas. Escondi um sorriso, vendo o quanto Marília era atenciosa, mesmo quando estava bancando a durona.

— Vou buscar um remédio e alguma coisa pra você comer. — ela avisou, indo até a porta, mas parando no meio do caminho. — Você não se lembra de nada? — ela hesitou antes de perguntar, parecendo querer conferir alguma coisa.

Neguei com a cabeça e ela assentiu, deixando o quarto.

A pergunta me fez sentir esquisita. Eu não sabia dizer se a pergunta era sobre me lembrar de algo específico, ou se era algo geral, mas eu não estava afim de forçar minha memória se não fosse nada demais.

Pouco tempo depois que Marília saiu, Maiara entrou no quarto com cara de quem tinha acabado de acordar, vestindo roupas que definitivamente não eram dela. Não consegui evitar o sorriso sugestivo que cresceu no meu rosto.

— Dormiram juntas? — Tentei provocar, mas acabei soltando um gemido de dor.

— E você, já voltou a ficar sóbria? — ela rebateu. Revirei os olhos e mostrei a língua pra ela. — Que belo show vocês deram ontem. — ela comentou, sentando na cama.

— Como assim show, e vocês quem? — perguntei confusa, sentindo meu estômago resmungar.

— Você, Bruna e Sofia. — ela respondeu, olhando minha reação. Franzi a testa, me sentindo ainda mais confusa — Ah, então você não se lembra de nada? — ela riu irônica.

— Fala logo. O que aconteceu ontem? — perguntei sem ter certeza se queria mesmo saber. Pela cara de Maiara, e pela pergunta de Marília, coisa boa não era.

— Bom... — minha irmã começou — Primeiro que vocês três encheram a cara por ciúmes. — disse, me trazendo um flash involuntário na cabeça, de Bruna com uma garrafa na mão. Maiara riu, percebendo que eu tinha lembrado — Lembra que Anitta esteve aqui? — Ela forçou um pouco mais a minha memória, e o flash mudou para o quarto de Marília, quando nós duas estávamos quase nos beijando.