26 - sair de fininho

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» MARAISA PEREIRA - POV «

Acordei de manhã com a claridade me cegando. Lembrei que estava no quarto de Marília e que ela nunca fechava as cortinas. 

Fechei os olhos, sentindo os braços dela rodeando minha cintura, e lembrei de tudo o que tinha acontecido ontem. 

Foi impossível não sorrir quando lembrei de Marília dizendo que gostava de mim. Eu me sentia num conto de fadas de tão irreal que parecia ser. Ouvia até os pássaros cantem do lado de fora. 

Quer dizer, a garota que, além de canalha que transava com todo mundo, não se apegava a ninguém, gostava de mim. Marília Mendonça gosta de mim! 

A melhor parte era que passamos a noite inteira nos beijando! Minha cabeça estava a mil, lembrando de todos os momentos. 

Me virei na cama, para observar seu rosto enquanto dormia. Seu braço ainda na minha cintura, sua respiração regular, seus lábios levemente abertos, seus cabelos esparramados pelo travesseiro. Deus! Eu me sentia em um filme! 

Marília conseguia ser linda até dormindo. Ou talvez eu fosse uma babaca apaixonada. 

Deus! Eu estava parecendo Maiara quando ela entrava no meu quarto de manhã e fica horas tagarelando sobre Luísa. 

Voltei minha atenção exclusivamente pra garota que dormia do meu lado. Passei a ponta dos dedos em seu rosto e senti seu corpo se arrepiar, o que me fez sorrir.

Fiquei observando sua boca rosa, carnuda e gostosa e não resisti: acabei grudando nossos lábios, sendo surpreendida pelos braços dela me puxando ainda mais para si. Ela tinha acordado. 

Um sorriso se formou nos meus lábios sem nem termos desgrudado nossas bocas. 

— Bom dia, Isa! — ela disse sorrindo quando eu me afastei. Sua cara de quem acabou de acordar e sua voz ainda mais rouca me fez derreter. 

— Bom dia, Lila. — respondi manhosa.

Acordar ao lado de Marília era uma sensação maravilhosa. 

Levantamos da cama, e fomos até o banheiro, fazendo nossa higiene pessoal. 

A parte mais legal da minha amizade com a loira era que até escova dentes eu tinha no banheiro dela. 

Quando estávamos quase descendo para o café, uma Bruna desesperada entra no quarto, fazendo Marília pular do meu lado. 

— Aí que susto, porra! — Marília disse com a mão no coração. 

— Eu acho que fiz merda. — Bruna disse desesperada, com cara culpada. — Meu deus, eu acho que fiz uma grande merda! — e começou a andar de um lado para o outro, segurando os cabelos. 

Eu não estava entendendo nada.

— Bruna, calma. — Marília disse sem paciência. — O que você fez? 

— Eu beijei a Lari. Quer dizer, ela me beijou. 

Meu queixo foi parar no chão. Lari e Bruna tinham se beijado?! 

— O que? — Marília perguntou chocada. 

— Conta isso direito, Bruna. — pedi, ainda de olhos arregalados. Ela se sentou na cama, nervosa e começou a falar. 

— Tá. — sentou na cama balançando as pernas agoniada — Eu tinha feito minha cama no chão como você falou... — começou a falar rápido, gesticulando pra Marília —... Aí, eu dormi. No meio da noite a Lari me acordou perguntando o que estava fazendo no meu quarto, aí eu expliquei pra ela que ela tinha ficado bêbada e que eu tinha cuidado dela, aí ela me falou pra eu dormir com ela porque o chão estava frio, então eu fui né. Quando estávamos quase dormindo, ela se virou e me beijou. 

Street Racer - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora