43 - vai ter que pular

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» MARÍLIA MENDONÇA - POV «

Eu não conheci Big Rob por mais de 15 minutos, mas nos 15 minutos que o conheci descobri o quanto ele havia se entregado a essa missão. Eu só conseguia pensar que não poderia deixar sua morte ter sido em vão. 

Essa foi a última coisa que pensei quando vi pelo retrovisor do honda civic os três camburões preto dos homens de L.A atras de mim. Maraisa estava bem ao meu lado olhando pra trás desesperada. Eu sabia que ela estava tão abalada quanto eu pelo que tínhamos presenciado, mas agora não era hora de perder o foco. 

— Isa. — chamei mas ela parecia não ter nem ouvido. — MARAISA! — gritei tentando vê-la com o rabo de olho. Não podia tirar os olhos da estrada agora. — Eu preciso que você se acalme, tudo bem? — pedi quando senti seus olhos em mim. Vi pelo canto de olho ela assentindo com a cabeça e concordando, ainda meio perdida. 

— Lila, aquele homem morreu por nós. — ela disse chorosa. 

— Ele morreu por algo além de nós, Isa. Ele morreu para colocarmos um fim nesses canalhas mafiosos. 

Ficamos em silêncio por alguns segundos. Maraisa estava perdida nos pensamentos, enquanto minha única preocupação era desviar dos carros da avenida e não deixar os três carros de trás nos alcançar.

— Precisamos voltar e pegar o corpo dele. — ela disse depois de um tempo. 

— O que?! — perguntei assustada. Ela não tava falando sério, tava? 

— Lila, ele morreu como um herói. Merece um enterro digno. 

— Sim, Isa, eu concordo, mas não podemos voltar lá agora. Tenho certeza que Simon mandará alguém. Não se preocupe. — tentei tranquilizar minha namorada. — Se quer honrar o Big Rob, honre ele nessa missão. — Ela pareceu pensar um pouco. 

— É, você tem razão. Vamos fazer isso não só por nós, mas por ele também. — disse determinada. — Precisamos nos livrar desses caras. — olhou pra trás vendo os carros alguns metros da gente. 

— Eu sei. — olhei pro velocímetro 170km/h. — Já era pra Luísa ter aparecido. — disse impaciente. 

Comecei a avaliar nossa situação. Atrás de nós haviam três carros camburões. Cada um deles tinham 2 homens de Reid. Era óbvio que nenhum deles era Street Racer, ou já teriam nos alcançado facilmente. O fato era que eu precisava nos livrar deles para seguir com o plano, mas eu não tinha ideia do que fazer. 

A avenida estava muito movimentada. Os carros estavam à 80km/h, enquanto nós estávamos à 190 por hora. A parte boa era que os moradores de Las Vegas já pareciam acostumados com corridas de rua e não pareciam se incomodar com os carros em alta velocidade cortando o trânsito. 

Se não fosse nessa situação, eu adoraria correr em Vegas.

Estava montando um plano para despistar os homens quando vi pelo retrovisor que um dos carros deles, que estava bem atrás de mim, perdeu o controle e se jogou contra a divisória de pistas, amassando toda a lataria da frente. 

— O que diabos...? — disse chocada sem entender nada, quando vi o Ranger Rover branco aparecer logo atrás de mim. 

— Cheguei em grande estilo! — Luísa exclamou pela escuta, me fazendo negar com a cabeça. 

— Usa seu grande estilo para me dar cobertura. — disse séria. 

— Vamos nos livrar desses outros dois, branquela. — respondeu. 

(...) 

O beco se aproximava cada vez mais. A essa altura, Luísa eu já deveríamos ter nos livrado de qualquer um que estivesse nos perseguindo ou o plano iria por água abaixo. Mas o fato era que cada vez que nos livrávamos de um carro, outro carro logo aparecia em seguida. 

Street Racer - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora