10 - me distrair

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» MARÍLIA MENDONÇA - POV «

Estava tomando banho no vestiário da escola, depois que o professor de educação física nos fez correr 6 quilômetros inteiros durante a aula. Eu não era muito fã de corrida com as pernas, o que gerou várias piadinhas de sedentarismo da Anitta durante a aula. O que eu poderia fazer se preferia correr em quatro rodas? 

— Oi branquela. — Luísa entrou no vestiário desanimada. 

— Oi. O que foi? — perguntei passando a toalha pelo cabelo. 

— Preciso confessar ou vou explodir — olhei pra ela esperando a tal confissão. — Eu estou de quatro pela Maiara.

— Ah, é só isso? Achei que iria contar uma novidade — debochei revirando os olhos. Me enrolei na toalha e fui até o meu armário. 

Isso não era surpresa. Desde o primeiro dia as duas não se desgrudavam mais. Luísa até tinha parado de sair com as garotas do ciclo como eu e Bruna fazemos. 

— Cala boca branquela, você está gamada na Maraisa e nem admite pra si mesma. — ela retrucou. Dei graças a Deus pela paciência que Ele me deu naquele momento. 

— De novo essa história? Eu não estou afim de Maraisa, só me preocupo dela sozinha com Gabi, e você sabe o porquê. — dei de ombros sem me importar, colocando a calça. 

— E seguir as duas por aí escondida é super normal né. — ela debochou. 

— O que você quer Luísa? Fala logo. — perguntei sem paciência colocando minha camiseta. 

— Preciso de um lugar onde eu tenha coragem de me abrir pra Mai. Aliás, preciso contar a verdade pra ela sobre os rachas. Não posso mais mentir, não quando eu quero começar um relacionamento com ela. — respirei fundo contrariada. 

— Não sei se é uma boa ideia ela saber. — disse hesitante. 

— Fala sério, Marília! As Pereiras já mostraram que gostam da gente e não nos entregariam. Até Lari e Bruna já são amigas. — ela disse se encostando no armário me observando. 

— Diga isso por vocês. Maraisa ainda me odeia. — disse terminando de calçar meu tênis. 

— Só arrume um lugar que possa me encorajar a contar tudo pra Maiara. — ela suplicou — Por favorzinho. — fez carinha de pidona. Ri. Ela sabia que eu não conseguia negar nada pra elas. 

— Você está dizendo um lugar que tenha álcool pra você se declarar bêbada? — disse aceitando a ideia. 

— Não exatamente bêbada, mas só pra me dar um empurrãozinho pra, sei lá, confessar tudo. E se por acaso ela recusar eu posso encher a cara e me enterrar viva depois. — gargalhei. 

— Maiara não faria isso. Ela gosta de você. — disse fechando o meu armário e indo pra fora do vestiário com Luísa na minha cola. 

— Só, por favor, arruma uma festa pra gente ir. — ela implorou assim que entramos no corredor cheio de alunos. 

— Certo. — suspirei cansada de Luísa me enchendo o saco — Que tal você levar ela numa festa do ciclo no fim do mês?  

— Isso seria perfeito. Ela já ficaria sabendo de como os rachas funcionam e eu ainda ficaria bêbada o suficiente pra confessar tudo pra ela. 

Fomos caminhando para o estacionamento com Luísa me falando mil formas de como faria o pedido para Maiara e eu implorando pra ela calar a boca. Quando estávamos quase chegando, Taylor entrou no próprio carro e arrancou com ele pra fora da escola em toda velocidade.

Street Racer - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora