Olhei para meus pais, ou melhor, meu pai e sua esposa. Nem sei ao certo o que eles são, já que, pelo que me lembro, até a relação deles era uma mentira.
— Do que... Do que está falando? — perguntou meu pai nervoso, e eu ri debochadamente, observando seus rostos incrédulos. Sério mesmo que vão fingir que não sabem do que estou falando?
— Ah, mas vocês sabem muito bem do que estou falando. Creio que não serão necessárias muitas explicações. Afinal, para um entendedor, meias palavras bastam. — disse, enquanto a mulher que me criou começou a hiperventilar, lutando para respirar. Meu pai tentou ajudá-la, mas eu permaneci no mesmo lugar, apenas observando em silêncio.
— Calma... respire. — disse meu pai a ela, que já estava chorando bastante.
— Boruto... — suplicou, chamando pelo meu nome. No entanto, eu continuei olhando para ela com um olhar frio.
— Vamos. Quando finalmente iremos falar sobre o que realmente importa? Sobre como vocês mentiram para mim durante todos esses anos. Ou melhor, como mentiram para todos, inclusive para Himawari, sobre tudo! — falei, começando a alterar meu tom de voz. Minha mãe começou a respirar com ainda mais dificuldade, e meu pai estava nervoso, sem saber o que fazer.
— Boruto, por favor, pegue um copo de água para sua mãe e um calmante. — disse meu pai, ignorando o que eu havia dito. Então, levantei-me enfurecido.
— Droga! Será que não me ouviu? Vocês vão mesmo fugir do assunto? — perguntei, e ele me olhou irritado.
— Boruto! Se não percebeu, sua mãe está tendo um ataque de ansiedade. Se você realmente quer resolver as coisas, faça o que eu mandei; caso contrário, não teremos outra forma de resolver tudo. — disse com firmeza, e apesar da minha raiva, obedeci. Fui até a cozinha, onde peguei o copo e o remédio.
Coloquei o copo com o remédio na bancada em frente aos dois. Meu pai ajudou minha mãe a sentar-se no sofá e ficou ao seu lado, auxiliando-a a se recuperar. Fiquei em pé, observando os dois, embora estivesse cheio de raiva, a ponto de querer quebrar toda a casa e gritar para todos ouvirem. Mas não posso fazer isso.
Depois que a morena se acalmou, ela segurou a mão do marido com força, e ambos olharam para o loiro que os observava com um olhar de julgamento.
Hinata logo começou a chorar silenciosamente, perguntando-se como as coisas haviam chegado àquele ponto, e Naruto se questionava como eu havia descoberto tudo.
— Quem te contou...? — Naruto foi o primeiro a perguntar, quebrando o silêncio no ambiente.
— E isso importa? O importante é que vocês mentiram para mim, fizeram-me acreditar nesse teatro de família perfeita. Esconderam a verdade de mim! Mentiram para mim e para a Himawari! E pelo visto, nem minha irmã é... — disse magoado, sentindo a dor de saber que a mulher à minha frente não era do meu sangue.
— As coisas não são como você está pensando... — interrompeu Hinata, entre lágrimas.
— Ah, não? Então me digam. Estou ansioso para ouvir a explicação que, com certeza, deve ser bem plausível para mentir para mim durante todos esses anos da minha vida! — falei com deboche.
— Boruto, respeite sua mãe! — falou meu pai, abraçando Hinata. Eu ri, ou melhor, gargalhei.
— Mãe? Sério mesmo? Nós dois, ou melhor, nós três sabemos que isso não é verdade. Ela não tem nada a ver comigo. — falei irritado, e Hinata começou a chorar intensamente.
— Boruto! — disse meu pai, levantando-se abruptamente.
— Então diga que é mentira. Diga que tudo o que eu falei agora foi uma mentira. Ou melhor, por que não vamos até a tia Sakura e fazemos um exame de DNA? Tenho certeza de que, se estiver correto, vai dar positivo. — desafiei, e ele ficou em silêncio, sem palavras. Ele apenas consolou Hinata, enquanto lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto.

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E Se?
FanfictionE se Naruto não tivesse percebido os sentimentos de Hinata? E se ele tivesse um filho,como Hinata reagiria? E se Boruto não fosse filho da Hinata e Himawari não fosse filha do Naruto? como seria?