𝐌𝐨𝐭𝐢𝐯𝐚çã𝐨 𝐚𝐨 𝐚𝐦𝐨𝐫 🌫️

91 15 1
                                    

Um dia após a festa William e seus amigos estavam organizando o salão.

Ele estava quebrado, aos cacos. Sua face estava entristecida e seu humor péssimo, mal tinha força e energia para ajudar na limpeza, e seus amigos foram bastante compreensivos, visto que falaram para o mesmo se deitar.

- Eu a perdi, Steve, a perdi! - Ele lamenta, deitado em um divã. - Preparei esse baile inteiro para impressioná-la e a deixei escapar como água por entre os dedos!

Estava desabafando com Steve Miller, que já havia chegado do serviço e estava lá para ajudar os amigos.

- Não sei se essa é a palavra certa... - O menino de pele negra diz, sentando-se ao lado de Will.

- Como não? - William dispara. - Eu fui muito burro... Não podia ter confiado em Clara Parker. Eu me declarei para Sthephany ontem, finalmente expus os meus sentimentos e agora tudo está perdido...

- Na verdade a maior parcela de culpa foi da Clara, você sabe.

- Foi minha por permitir que ela se sentisse na liberdade de brincar com as minhas questões pessoais.

- Ela quem te chamou, lhe persuadiu a maldizer contra a Sthephany e ainda contou para a mesma.

- Como eu pude ser tão burro em cair na ladainha dela, como?! - Ele grita consigo mesmo com as mãos sobre o rosto.

- Eu venho percebido desde o dia em que a conheci que ela tem alguns traços egocêntricos, beirando ao narcisismo. - Steve fala, em tom de voz analítica. - Agora que tudo isso lhe ocorreu, percebo que meus palpites não passaram somente de impressões, mas de uma verdade. Ela tem a capacidade de fazer com que as pessoas se sintam culpadas mesmo elas não tendo feito nada, e, pior, tem o poder de persuasão muito bom. Eu ando estudando um pouco sobre isso há algum tempo, e comprovo que ela se encaixa em tudo o que eu vi. - Ele conclui.

- Faz sentido... - William se sente um tanto consolado. - Mas isso não anula o fato de eu ter estragado tudo.

- Já tentou falar com Deus sobre essas coisas? - Steve pergunta, ajeitando sua postura.

Steve era, de fato, um cristão apaixonado. Seu pai era presbítero e sua mãe também servia na igreja onde moravam. Crescera em um local pobre, mas repleto de graça e alegria, e reconhecia que fora por conta do Seu amado Senhor que as coisas fluíam assim, apesar das diversas tribulações que enfrentavam.

Ele era o mais focado de todo o seu grupo, e até mesmo a sua irmã que também frequentava a igreja, se admirava pela paixão que o irmão tinha. Pretendia cursar teologia após terminar psicologia.

- Não... Na verdade, faz tempo que não falo com Ele. Às vezes vou à igreja, mas não sinto mais aquele apreço de antes.

- Nunca é tarde demais, William, você sabe.

- Sim, eu sei que ele é misericordioso o suficiente para receber um jovem um pouco desviado, que faz coisas que não são agradáveis aos seus olhos e que enfrenta um grande problema no amor. Mas...

- Sim, ele é, como você mesmo disse.

Will fica em silêncio por um tempo, pensando em tudo o que acontecera para ele estar naquele estado deplorável. Só o Todo-poderoso teria poder o suficiente para mudar aquela situação.

- É, vou tentar falar com ele a respeito disso... Tudo.

- A pergunta é: você realmente acha a Sthephany patética? - O amigo questiona.

- Claro que não! - Ele responde, indignado com a dúvida de Steve. - Ela é a garota mais adorável que eu já vi... - Seu tom de voz era sonhador. - E eu a deixei ir... - Repete com os olhos marejados.

- Você realmente gosta dela, né?

- Muito. - William se senta. - Sabe quando você percebe que encontrou a pessoa certa, que tudo o que ela faz te encanta e você não consegue parar de pensar nela?

- Na verdade, não sei. - Steve responde, rindo.

- Desde o dia em que a vi naquele palco, Steve, meus olhos só tinham visão para ela. Eu tentei... tentei esquecê-la, mas não consegui! Meus pensamentos durante todo esse tempo só pensavam no rosto lindo dela.

- É, meu amigo, você realmente está apaixonado.

- E do que isso adianta se ela mal quer olhar em meus olhos?

- Não desista fácil assim. Escreva cartas, vá a casa dela se possível.

De repente uma luz no fim do túnel apareceu para Bittencourt.

- Verdade! Vou escrever cartas e enviá-la. Se ela não responder talvez eu possa ir à sua casa.

- Bom, se você está disposto a ir atrás do seu amor, sim.

- Eu estou certo de que quero passar o resto dos meus dias ao lado dela, até que a morte nos separe. - Will fala com súbita convicção, deixando até mesmo Steve impressionado.

𝐒𝐮𝐛𝐥𝐢𝐦𝐞 𝐀𝐦𝐨𝐫 - 𝐑𝐨𝐦𝐚𝐧𝐜𝐞 𝐝𝐞 é𝐩𝐨𝐜𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora