9 | ao pai do moleque: obrigado, yoongi.

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Jungkook não sabia se aquilo era uma piada de mal gosto ou um presente sem más intenções por trás, mas ainda assim resolveu ir embora, sem querer perguntar para ter certeza.

— Eu vou... embora — avisou, levantando-se do sofá como se estivesse pegando fogo.

Sua mente não estava funcionando muito bem; ele apenas se levantou para sair, sem se importar com o presente caindo no chão, pois não tinha forças para segurá-lo e carregá-lo junto. Jimin não o impediu, apenas continuou tomando seu vinho, e Jungkook realmente saiu. Segundos depois, a porta começou a ser espancada; o dono dela tomou outro gole de vinho, deixou a taça em cima da mesa de centro e abriu a porta.

— Olha aqui, se você fez isso pra me fazer sentir mal, saiba que não conseguiu. Não me importo com o que você pensa sobre mim, nem se acha isso nojento ou pecaminoso, realmente não me importo — falou ofegante, apontando o dedo no peito alheio, que se afastava para trás, fazendo Jungkook entrar na casa novamente. — Isso foi muito baixo, até mesmo da sua parte, seu bruto e grosseiro de merda!

Jimin o olhou, vendo que ele respirava fundo, quase tendo um ataque ali mesmo em sua própria casa. Colocou as mãos nos bolsos da calça e observou Jungkook dos pés à cabeça, erguendo uma sobrancelha.

— Você não ia embora? — perguntou, e Jungkook sentiu mais raiva.

— Voltei pra dizer que não me importo!

— Se não se importasse, não teria voltado.

O rosto de Jungkook ficou vermelho, querendo explodir de raiva. Ele não sabia que aquele homem seria tão homofóbico ao ponto de levá-lo a um encontro, fazê-lo sentir-se bem, para, no fim, ser apenas uma brincadeira de mal gosto. Sentia muito por Jieun, sentia muito por o menino ter se apegado a alguém tão ignorante como aquele homem. Sentia muito por ele se machucar, porque com certeza não permitiria mais aquela aproximação entre os dois.

— O que fizeram com você, Jungkook? — Jimin perguntou, olhando-o de uma forma que nunca tinha olhado antes; com tristeza.

— O que quer dizer?

— Eu apenas te dei um presente, mas você se comporta como se eu tivesse te colocado na forca. O quanto te machucaram?

Jungkook se afastou como se tivesse levado um tiro bem no meio da testa, sentindo uma forte pressão no peito, como se estivesse tendo um infarto. Seus olhos automaticamente ficaram marejados, e ele abaixou a cabeça para não mostrar isso.

— Você tem razão, você deve ir embora agora — disse Jimin.

Sentiu dor, dor da rejeição. Ele tinha razão quando disse a Hoseok que Jimin não o aceitaria, era verdade.

Ninguém iria querer uma mulher que estava brincando de ser homem.

— E se eu não for? Você vai me colocar na forca?

Não queria se mostrar fraco, não queria ir embora com o rabo entre as pernas, não queria que Jimin saísse por cima daquela situação. O preconceito deveria acabar; as minorias não deveriam se sentir mal apenas por serem quem são; não deveriam deixar ninguém sair por cima de uma situação como aquela.

— Se você não for... — Ergueu uma mão, deixando-a perto do rosto alheio. —, essa mão irá pro seu pescoço e irá apertá-lo com calma pra você não perder o ar, mas forte o suficiente pra você sentir meu controle. Depois, irei beijar sua boca com tanta fome que ela ficará dormente, mas você se entregará a mim. Vou te levar pro quarto e te possuir com tanta intensidade que nunca mais irá pensar em rejeitar um presente meu novamente.

Jungkook sentiu o corpo ficar rígido, vendo um olhar que não era pena, mas desejo, o que fez seus pelos arrepiarem. A ameaça veio de uma maneira que ele não esperava, uma mistura de ameaça excitante. Não sabia exatamente o que Jimin queria dizer com tudo aquilo, mas sentiu quando seus olhos dilataram pelo desejo.

devolva o meu filho!, jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora