- Que horas são?
- Mais ou menos umas 6h.
- Entendi.
- O que vai fazer agora? - Dabi perguntou ao garoto enquanto os dois adentravam um prédio velho e acabado pelo lado de fora da rua, no entanto, ironicamente sendo um dos mais arrumados e relativamente bonitos do lugar.
- Quer dizer agora, agora? - Dabi assentiu coma cabeça, puxando ele para o elevador velho - Bem, eu vou dormir um pouquinho, e depois ir pro trabalho daqui a meia hora.
- Então você vai pra aquele lugar de novo? - Disse com um leve tom irritado, aproveitando que estava por trás do adolescente para abraçá-lo gentilmente e enterrar seu rosto na curvatura do pescoço dele - Eu não gosto disso, é como se eu estivesse simplesmente deixando você entrar no território inimigo desarmado.
- Eu sei, você diz isso todas as vezes - Izuku levou uma das mãos a acariciar os cabelos escuros de Dabi a fim de acalmá-lo - Mas eu já expliquei em cada uma delas o porquê de eu fazer isso.
- Já sei, já sei... Não vão desconfiar de ninguém que esteja no sistema e de uma forma tão prestativa quanto você. Mas mesmo assim, sabe o que eu sinto todas as vezes que você sai?
- O quê?
- Sinto medo, porque não sei dizer se você vai voltar, ou se algum dia vão descobrir e pegar você.
- Dabi - O jovem virou de frente para a figura alta, encarando com seus brilhantes olhos esmeraldas o semblante preocupado do outro. Izuku passou os dedos pelas cicatrizes de queimadura espalhadas pelo rosto dele carinhosamente, logo depois de fechar o rosto do homem entre as mãos e subir na ponta dos pés com a finalidade de beijar a ponta de seu nariz, seguido por um selar nos lábios tímido - Você não precisa ficar com medo, não importa quantas vezes eu vá pra lá, ou pra qualquer outro lugar. Eu posso acabar indo parar... não sei, no Brasil - Ele ficou contente quando viu a sombra de um sorriso aparecer no rosto do moreno - E mesmo assim eu vou dar um jeito de voltar pra você, eu sempre volto, não é?
- É - Dabi o encarou com os olhos azuis reluzindo paixão - Você sempre consegue me convencer a te deixar ir - Ele se aproximou e deu um beijo profundo no garoto, passando a mão envolta da cintura dele e o trazendo para mais perto do calor de seu corpo. Os lábios brigavam entre si por contato, até que o garoto cedeu e em um vão de abertura Dabi preencheu seu interior com a língua cálida, ansiosa pela dele. Aquele beijo foi uma transparência do carinho de ambos um pelo outro, um gesto de uma jovem paixão ardente, e que o pobre adolescente precisou parar, do contrário ele sabia muito bem que Dabi não o deixaria dormir em seu intervalo, ou talvez a noite. Então, não vendo outra opção a não ser se afastar, Izuku o fez com o rosto vermelho acentuando suas lindas sardas e a boca úmida pela presença de Dabi nela.
- J-Já chega, temos coisas pra fazer, você e eu.
- Eu sei - Ele revirou os olhos. O elevador abriu suas portas e os dois saíram juntos, em direção a uma porta de metal com o número 702 gravado.
- Já disse que amo morar no último andar? - O menino comentou alegre abrindo a porta.
- E eu já disse que odeio?
- Já sim, mas eu sempre finjo que não escuto - Ele beijou a bochecha do outro e entrou animado no apartamento.
Diferente da área externa, e de todo o ambiente obscuro do bairro, o apartamento de Midoriya tinha um aspecto muito controverso. Era um local aconchegante, com móveis fofos e simples, papel de parede colorido e com desenhos de plantinhas, a sacada tinha uma mesa adorável de madeira com vista para o outro lado do bairro, ou seja, para a vista nobre, as louças eram de cores pastéis assim como alguns adornos e decorações, eram visíveis também vasos de plantas e duas caminhas de animais. Logo seus respectivos donos apareceram para recepcionar os pais. Um era um gato preto com olhos incrivelmente azuis, lembrando a coloração de um certo alguém, e o outro era um cachorrinho pequeno, com pelo branco, ele era um felpudo filhote de samoieda, com os olhinhos caídos e gentis como os de um certo adolescente. Ambos correram primeiro para Izuku, que os recebeu com muito amor e carícias, e em seguida pularam na direção de Dabi.
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Nerd da Cadeira
FanficHeróis, Vilões e pessoas. A atual civilização humana é classificada dentro desses três parâmetros, as coisas são vistas no preto e branco sem quaisquer outras interpretações. Um vilão é sempre um vilão, agindo movido pelo mal para alcançar seus obje...