eu não consigo, socorro, eles são tão pesados e eu só consigo sentir o líquido escorrer em minhas pernas e eu não consigo me mecher, eu quero sai daquii, aiii. Penso enquanto estou debruço em um terreno de ferro velho abandonado, do lado de casa.
-ta gostoso, não é loirinha? Olha como você tá molhadinha kkkk (PASSA MAIS UMA VEZ NA REGIÃO FAZENDO EU SENTI UMA FORTE ELETRICIDADE DE DOR) porquê você tá chorando? Hum? Vem Carlos reconfortar ela (ENFIA OS DEDOS DENOVO).
Carlos? Um deles é Carlos, por favor, faça isso parar inploro com os olhos fechados tentando manter esperança, não quero morrer.
-minha vez (COSPE NA MÃO E PASSA EM MIM ANTES DE ME MACHUCAR).
Grito, grito chorando, esperniando, me debatendo. Socorro socorro, socorro...
-NAOOOO NÃOOOOO NÃOOOOOUUAAA (GRITO SENTINDO MINHA VOZ ARRANHAR MINHA GARGANTA).
-a ha kkkkkk é disso que eu estou falando caralho, vaii (DIZ ALIVIADO E ME OBSERVA ENQUANTO O OUTRO ME MACHUCA, ESTOCANDO COM FORÇAS, COLOCANDO E TIRANDO SEM DÓ).
-por favor...para.
Tá doendo muito...
Estou com frio, com minumas dores de arranhão, debruçada em cima de um saco de pedra, com dois caras segurando minha mão e meus ombros e três segurando minhas pernas e cintura, aguardando pra ser os próximos. Eu não quero morrer...
O primeiro vem pra minha frente.
-ouvi você implorar me deixa tão excitado (AGARRA MEUS CABELOS) se você morder, vai ser na sua boca que eu vou gozar, tá me entendendo? Então seja boazinha - tira o cinto e abaixando a cueca. Meus olhos não pra de lacramejar, eu to tão cansada, dolorida, por favor, isso não...
SOCORRO, SOCORRO.
-SOCORROOOO (CHUTO ALGO PESADO).
Sinto minha garganta tampar. É crise de Pânico, com pesadelos, lembranças... E denovo vivo mais uma noite, e mais uma manhã aquele dia.
As cobertas. Estou ofegante, suada, com lágrimas escorrendo em meu rosto e meus lençóis com a coberta na ponta da cama bagunçadas. Eu coloco a mão no peito tentando controlar minha respiração, mas estou sem o controle da mão, do corpo, da tremedeira, do calafrio, tudo arde, tudo formiga, meus olhos enche d'água não posso chorar, foi um sonho, um sonho Melissa, ergo a cabeça pra cima esperando as lágrimas acredita em mim e sumi, mas elas descem, uma atrás da outra mas ainda sim não consigo evitar nada, não impedi eles também, eu deixei, eu mereço. Sentindo gotas salgadas descendo em minhas bochechas e entupindo meu nariz, fecho os olhos apertando, sentindo nojo, ódio, raiva, vontade gritar enquanto flash back vem em minha cabeça do dia, meu coração começa a bater forte que consigo ouvi, consigo ouvi eles dizendo cada palavras suja, o som das gargalhadas, dos gemidos. Socorro, não quero morrer... Eu preferia estar morta se soubesse as malditas noites que teria depois daquilo, depois de.... De ....
Aperto a camiseta como se estivesse apertando meu coração, balanço, puxando ar, não consigo respirar, eu não consigo, ar, eu quero ar, com a tremedeira da minha mão. Se você morder...
-aaahh.
Enterro meus dedos no cabelo prendendo minha cabeça entre meus joelhos e puxo conforme ouço a vóz, as risada, o som, a força em meus pulsos, calcanhares, ombros, me sinto sendo segurada.
Socorro....socorro...
Pego a lâmina que está na cabeceira da cama e faço o suficiente pra me tirar dos pensamentos, pra me tirar do pensamento o bastante pra que eu sinta meu coração palpitar leve, cada vez mais leve. Estão fundo, sangrando muito. Droga oque eu fiz? Oque eu fiz? Oque eu fiz, estou tão machucada quanto naquele dia, ensanguentada como naquele dia, como se eu estivesse naquele dia, daquele jeito. Fecho meus olhos e deliso mais e mais a lâmina, conseguindo ouvir as gargalhadas, os gemidos, o medo, me empurrando, tudo ardendo, o sangue com xixi nas minhas pernas, eu consigo me lembrar do cheiro, do clima, a brisa do vento. Me olho suja, e consigo silênciar meus pensamentos, vendo o desastre que eu fiz, o desastre que sou, o desastre de continuar com uma "vida" assim.
Depois de colocar a dor, os gritos pra fora em forma silenciosa, eu solto a lâmina e sinto minha respiração se acalmar, aos poucos, eu junto meus joelhos e apoio o queixo em cima,e deito em cima, chorando.
Vou pro banho deixando a água cair, inacreditada de como já faz anos e eu vivencio como se tivesse sido denovo, inacreditável como sempre dói, como sempre sinto as mesmas repulsa, nojo de mim, medo de quando me segura, medo de tomar banho, medo de sair, medo de como será la fora hoje... E fico lá até me senti...limpa.
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Oque Me Falta
RomanceMel tem 19 anos, se mudou pra cidade nova recentemente a buscar tratamento ao seu problemas psicológicos, mora com seus pais e seu irmão, o mais velho que já morava na cidade. Mel só não esperava que o melhor amigo do irmão fosse se propor uma negoc...