Rosé não conseguiu contar no relógio de pulso há quantos minutos as duas mulheres estavam sentadas, mudas no chão, apenas observando a agitação crônica no hospital.
— Foi quando eu ainda namorava Taehyung. Ele me apresentou às drogas, e rapidamente eu gostei. Até porque, droga é fácil de viciar. Comecei a contrariar meus pais, quando na verdade eles estavam apenas preocupados com a minha condição. Em uma noite, saí por aí com Taehyung no carro e mais dois amigos que, com certeza, não eram meus amigos verdadeiros. Minha irmã não parava de me mandar mensagens, ríamos dela como bons jovens inconsequentes. Eu, drogada, estava no controle do carro, quando de repente veio outro veículo na direção contrária. Eram meus pais, e quando menos percebi, meu carro já estava batendo no deles. Meus pais morreram na hora, e minha irmã eu ainda consegui falar com ela, mas ela morreu logo depois. Então, eu fiquei ali até a ambulância chegar, tive uma parada cardíaca e fui para o hospital. Depois, o juiz me condenou à reabilitação; pela minha condição, eu não podia ficar presa. Quando saí da reabilitação, fiz a faculdade de medicina, fui residente e me mudei pra cá.
Rosé manteve-se quieta, não sabia o que dizer, não podia ao menos falar "Não foi sua culpa", porque foi culpa de Jennie, mas também não estava ao nível de julgá-la.
— Você...— Park fez uma pausa. — Aprendeu com o erro? — Jennie não só aprendeu, como sofreu, martirizando-se todos os dias.
Todas as noites em que colocava a cabeça no travesseiro, a noite do acidente vinha à mente de Kim, sempre mais realista e chocante.
— Aprendi.
— Eu tinha uma filha, a garotinha do retrato da minha casa que você uma vez perguntou quem era. Ela se chamava Sujin... Ela também nasceu com insuficiência cardíaca. Aos cinco anos, o hospital conseguiu um transplante pra ela. Eu orientei a cirurgia, mas eu estava de cabeça tão cheia e cansada que teve um deslize; minha filha acabou morrendo e meses depois me separei de Misuk.
Jennie ouviu tudo atentamente e quando acabou, Rosé sentia vontade de chorar, mas não saía lágrima nenhuma.Era só uma espécie de tristeza, náusea, uma mistura de uma com a outra. Não existia nada pior, ocorria com frequência à medida que Park desenterrava o assunto.
Agora, entendendo o ponto de vista da cirurgiã, ter algo sério com Jennie a amedrontava. Justamente por Kim não saber onde pisar no campo minado de Rosé, sendo que de qualquer forma destruiria as bombas dela. E a cada passo desconfiado e nada firme, a machucaria de qualquer forma, caso o tempo da doutora Kim fosse curto e chegasse ao fim antes do transplante.
— Então as duas estão aqui — A voz fez as duas mulheres se arrepiarem. Olhando para frente, estava Lisa, com as mãos na cintura e balançando a cabeça. — O pager de vocês não tocou, não? — Dito isso, Kim e Park checaram os bolsos, constatando que o objeto não estava com elas. — Pelo visto não. Vocês duas têm uma paciente, Hyojin, nasceu com insuficiência cardíaca, entrou no hospital tendo uma parada cardíaca.
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Coração Batendo - Chaennie
FanficJennie dá entrada no hospital com insuficiência cardíaca, sendo assim a paciente de uma chefe cirugiã. Após ter alta, Jennie volta ao hospital como parte da equipe de Chaeyoung. Jennie, quer que a cirurgiã cardíaca a opere, mas essa missão torna-se...