Manhã quente e brisa suave, um silêncio agradável se agarrava no quarto, seus olhos se abriram aos poucos mas logo seu corpo estaria em total alerta com dois furacões entrando aos gritos no quarto. Logo o ambiente calmo foi substituído por risadas e uma criança pulando na cama aos berros.
—Damien....—chamou paciente, tentando segurar o filho enquanto Alois ria exageradamente alto.
—Vem, pai! Vamos tomar café, eu e o tio Alois fizemos panquecas! Vem!
Phantomhive olha para o amigo e depois para o filho,sua descrença evidente e vontade de não por por pés na cozinha cresciam, afinal, Alois na cozinha era um desastre e com uma criança seria o próprio pandemônio. Ele sorri fraco e levanta da cama pegando seu filho nos braços, indo até a cozinha com os dois e se deparando com panquecas, waffles e dois capuccinos do Starbucks.
—Eu sei que você não confia em mim, fomos no Starbucks e compramos o café. —O loiro fala simples ao se sentar na mesa, separando os pratos e empurrando o café para Ciel. —Peguei chocolate quente pra ele, eu sei que você não dá café a ele, então..
O azulado agradeceu mentalmente por Alois sempre manter seus limites com o pequeno, ele olhou rapidamente para o relógio e viu que já eram quase dez da manhã, tinha conseguido descansar até mais do que nós outros finais de semana em que tinha folga, por sorte, o amigo ali o ajudava a gastar as energias do garotinho. O colocou no banco e se sentou ao seu lado para então começarem a comer e falar trivialidades, geralmente seus domingos eram corridos e com a presença de Alois eles ficavam mais leves e animados, o loiro era alguém que ele confiava para cuidar de seu filho e o ensinar também, já que ele sempre se cobrava além do limite para dar a melhor educação para Damien. Sendo um pai muito novo, o Phantomhive, surtava internamente desde os 18 quando soube que sua ex namorada estava grávida e a espera de um menininho, na época, as coisas não eram tão fáceis e a falta de um emprego dificultou várias coisas. Ele se lembrava perfeitamente bem dos dias em que corria de um lado para outro em Londres em busca de emprego, lembrava das noites em claro quando os primeiros dentes nasciam e Damien chorava de um lado e ele do outro por nervosismo, agradecia mentalmente pelo Trancy sempre estar presente em seus momentos de crise e o ajudar o máximo que podia.
Agora ele via seu filho sentado ao seu lado, comendo misto quente e rindo das coisas que eram ditas, e ali ele tinha certeza de que não mudaria uma vírgula de tudo que aconteceu nos últimos seis anos.
—Acho que seu pai pifou, tadinho, a velhice deixou ele caduco. —Alois percebeu a distância do amigo e resolveu que implicar seria o melhor jeito para o acordar.
—Caduco? —Questionou o Phantomhive mais novo.
—Não estou caduco! Ao menos, não ainda e, se eu ficar, a culpa é sua por me enlouquecer. —O azulado aponta para Alois com um garfo, fechando sua cara o máximo possível no momento para não rir com Damien das caretas que o melhor amigo fazia em deboche. —Levanta, você vai lavar a louça.
—Eu?! Visita não lava a louça.
—Quem disse que você é visita? Visita não ofende o dono da casa.
E ali eles iniciavam mais um momento de pequenas brigas entre si, enquanto Ciel tentava sem muito sucesso fazer com que o amigo o ajudasse em algo além de bagunçar com o garotinho. Quase todos os domingos eram assim, quando o outro podia dispor de seu tempo para ficar com eles era o que normalmente acontecia, quando não, a casa se encontrava em certo grau de silêncio já que o pai era mais contido durante as brincadeiras do filho. Após terminarem tudo, Ciel se pegou relembrando das palavras da diretora, era possível que aquele menino tão agitado realmente não tivesse amigos? Se perguntava isso constantemente, pois o garoto não parava quieto em casa e em seu trabalho, sendo até mesmo difícil de o controlar as vezes pelo excesso de energia, então, seguindo a pequena lógica que residia em sua mente, não faria sentido esse mesmo garoto se calar num ambiente com outras crianças.
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Looking for a family
Romance-Seu filho é bastante esperto, espero ter alunos como ele na minha turma este ano. Foi só nesse momento em que seus olhos heterocromaticos passaram a observar o estranho a sua frente, analisando seus cabelos escuros escorridos presos num baixo rabo...