Looking for a family

Capitulo 2

✨ Repostando pois o wattapad bugou KKKKk aproveitando para postar outras partes que já estavam prontas, espero que goste ✨

O cheiro de café tomou a cozinha quando a cafeteira ligou e começou a funcionar, fazendo do pequeno recipiente um latte para aquela manhã, precisava estar disposto e completamente acordado para o que viria em seu trabalho. Checou a bolsa mais uma vez, conferindo seus livros, cadernos e almoço, até o momento tudo parecia em ordem. Não se demorou para pegar as chaves do carro e sair, ligou o rádio naquele dia, não iria admitir que uma pitada de ansiedade tomou conta de seu corpo por estar em um ambiente totalmente novo, seria um tanto desafiador dar aula para a série mais nova do que o que estava acostumado, porém o salário e o lugar foram o suficiente para que aceitasse a proposta de Angelina, afinal, precisava expandir sua carreira.

Estacionou o carro e adentrou o lugar, mais cedo que os alunos obviamente para ter tempo de organizar e achar sua sala onde ficaria fixo. Cumprimentou Angelina ao chegar, pegando suas instruções e a seguindo pelos corredores da Weston, impressionado com o lugar e com o jardim no pátio com diversos brinquedos, contando com um chão de tatames coloridos para evitar acidentes. Eles caminharam pela instituição inteira, sendo apresentado cada lugar e aos seus respectivos professores e ajudantes, deixou suas coisas em seu armário antes de ir com ela para sua sala levando apenas o necessário para o uso diário.

—Aqui, essa é sua sala, sinta-se a vontade, Sebastian.

Os olhos carmesim vagaram pela sala em tons azul pastel, cadeiras e mesas na cor verde pastel com um espaço agradável entre elas, sorriu levemente ao ver as decorações penduradas nas paredes ao lado. "Nada exagerado para não poluir o ambiente", pensou rapidamente com certo alívio, era bem diferente de seu antigo trabalho onde as salas eram apenas pintadas de branco sem decoração alguma e com poucas mesas a disposição, o que normalmente gerava dores de cabeças diária quando recebiam mais alunos do que a sala permitia nas trocas de alunos.

—Nossos alunos estão acostumados com um ensino um tanto rígido, visamos preparar nossas crianças para serem adultos bem sucedidos. As vezes, obviamente, vai ter aquele que vai querer bagunçar um pouco mais que o permitido, não hesite em manda-los para minha sala, trabalhamos com um sistema de detenção, nada muito exagerado claro, apenas leitura e interpretação de texto para os mais novos. —Sebastian ouvia atentamente suas regulamentações, nada tão alarmante ou diferente do que já estava acostumado. —Bem, é isso, a propósito, há um garotinho, você vai saber quando ver, ele é nosso aluno nota dez, mas não fala com as outras crianças e nem é participativo, agradeceria se conseguisse uma mudança por menor que seja da parte dele.

—Certo.

Se limitou apenas a isso, agradecendo logo em seguida para então se sentar e esperar os alunos. Aquilo deixou Sebastian pensativo, era comum que alguns pais pedissem ajuda dos professores e diretores para "educar" seus filhos, torná-los menos bagunceiros, fazer com que tivessem interesse no estudo, outros casos era timidez, o aluno ou aluna tinha um potencial grande mas não o utilizava por ser introvertido. Entretanto era o primeiro caso assim que ele lidava, talvez não fosse tão ruim quando a diretora fazia parecer, ele pensou, crendo que não seria nada tão complexo que uma aproximação ou conversa não resolvesse.

As primeiras aulas que se seguiam eram recheadas de curiosidade e risos, Sebastian dava seu melhor para entreter e ensinar, sabia que inglês não era a matéria favorita da maioria e que boa parte sequer prestava atenção por julgar uma matéria "fácil". Na última aula antes do intervalo ele pegou a turma B, maioria agitados, foi difícil levar a aula por caminhos mais sérios e, ao som do toque, todas as crianças corriam afobadas para brincar, menos um, que permaneceu em sua cadeira despreocupado. O moreno estranhou, achava que ele iria esperar os outros saírem para não ser derrubado na multidão, entretanto ali estava ele, comendo seu lanche sem a menor das preocupações e só ali se lembrou das palavras da mulher sobre o aluno introvertido. Não se recordava perfeitamente do nome, não tinha decorado nem um terço de todos eles, então deixou o silêncio correr pelos primeiros minutos antes de finalmente falar.