Prólogo

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Um suspiro alto é dado, exalando cansaço e frustração, os olhos bicolores tentando se manter abertos enquanto parecia que o universo estava sugando toda sua energia, poderia jurar que havia um dementador ao seu lado naquele momento, pois não era possível que se sentisse tão exausto como naquela manhã. E justo naquela manhã. Eram exatas seis e cinco, se permitiu dormir mais uma hora como um agrado, mas, ainda sim, o dementador sugava sua vitalidade. Fechou os olhos novamente, quase dormindo para então abrir e se lembrar que precisava levantar, precisava tomar banho, se arrumar.... Deus, eu sei que não acredito em você, mas eu preciso levantar.

Bocejou alto, olhando o teto e decidiu que iria se mover, o chão frio em contato com seus pés quentes o fez arrepiar, se espreguiçando ao andar ele abre a porta do quarto e segue em direção ao banheiro, preparando sua mente para enfrentar o chuveiro frio logo cedo sem fraquejar, afinal nada como um choque térmico para acordar de vez. Chuveiro ligado e a falta de coragem instaurada, Ciel se olha no espelho por alguns segundos, cabelo bagunçado e duro pelos dias que se recusou a lavar culpando o cansaço, olheiras que ele jurou tirar e nunca o fez. Céus, eu estou um caco, ninguém me disse que ia ser assim! Como ela consegue?

Depois de minutos se questionando como sua mãe conseguia se manter tão bela, ele desistiu e respirou fundo, se jogado no embaixo do chuveiro de uma só vez e se arrependendo logo após, estava realmente muito frio naquela manhã. Lavou seus cabelos com certa rapidez, eles estarem curtos ajudava bastante, saiu do banho alguns minutos depois e se secou, amarrou uma toalha na cabeça e foi até o quarto, precisava de roupas arrumadas para o momento. Acabou pegando uma calça e uma camisa azul, um tênis e seu anel que sua mãe o presenteou a anos atrás, ele jurava que a pedrinha azul já estava ficando cega, mas Rachel bateu o pé diversas vezes que aquilo era loucura. Cabelos para trás, perfume e um ar de "estou pronto" foram o suficiente.

Agora, vinha a missão mais difícil em sua opinião. Não era levantar, tomar banho ou se arrumar, não, nem perto, sua maior dificuldade se chamava Damien e tinha 6 anos de pura energia. O quarto do garoto ficava logo ao lado do seu, com uma plaquinha em formato de nuvem com seu nome, as paredes do interior eram azuis com roxo, as prateleiras com brinquedos davam o ar inocente e a bagunça dizia que apesar do tamanho, nem sempre era fácil lidar com aquele rapaz. Sentou na beira da cama, colocando sua mão gentilmente no ombro do menino e o balançando enquanto pedia para acordar.

—Oe, vamos, já dormiu demais, você precisa levantar. —Sem sucesso com o pedido calmo, observou o menor se virar de costas para ele e resmungar sobre seu sono. —Okay, tudo bem, acho que eu vou sozinho na Sphere's, você não vai acordar mesmo então vou com o Luka, ele deve estar acordado.

Chantagem feita, Ciel se levanta e antes que chegasse até a porta o garoto pulou da cama, correndo como um furacão até o banheiro enquanto o mais velho ria alto de sua atitude, claro que ele não iria perder um dia de mimos por dormir demais, voltou para dentro do quarto e separou uma roupa para o menino, pegando uma bermuda preta e uma camisa azul marinho, deixou seu tênis e as meias separadas e desceu as escadas. Eram seis e quarenta, se apressou em fazer o café e se dividir entre a frigideira com panquecas e o celular em seu ouvido para falar com o melhor amigo.

—Você vem comer aqui?! Sabe que não pode me avisar as coisas em cima de hora. —Reclamou e suspirou, sem estar realmente chateado, acabou rindo ao ouvir piadas e provocações do outro lado da linha. —Você é um folgado, viu! Adianta que já estamos quase prontos...

E foi a chamada desligar, Damien descer com um largo sorriso e se sentar a mesa, que a campainha tocou avisando que Alois já havia chegado e, com ele, toda a sua gritaria que acabavam agitando o mais novo que só sabia conversar com ele.

—Alois! Alois! Alois! —Ele gritava em animação, chamando a atenção do loiro para si enquanto suas mãozinha o arrastavam até a cozinha. —Vem comer! O papai fez panquecas com mel.

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