O caos reinava no acampamento, gritos e até mesmo explosões eram escutados lá de fora. Além disso, Ariel pode ver alguns daqueles pesquisadores correrem desesperados para todas as direções. Mesmo que tivesse saído recentemente do banho, sequer teve chances de vestir-se adequadamente.
Havia um problema a mais, era o fato que Arielle não tinha recebido nenhuma ordem, e por esse motivo ela ficaria paralisada até que Ariel trocasse o controle com a garota. Porém, isso deveria ser improvisado na medida que a situação se desenrolasse.
Henrix liderou o caminho e com suas espadas em mãos avançou com bastante atenção.
Ariel, por outro lado, só podia acompanhá-lo sem fazer muito, afinal, não estava com nenhuma arma. De qualquer forma, com seu tamanho avantajado, começava a imaginar como ou o que deveria fazer se algo acontecesse.
Foi apenas ele imaginar que algo realmente aconteceu.
A tenda ao seu lado foi cortada com um único golpe e da fenda um soldado daquele reino caiu já sem vida. Seu corpo jorrava sangue e Ariel pôde ver seu pescoço com um intenso e profundo corte. Do outro lado havia algo semelhante a um cervo ou veado, porém, no lugar de chifres, uma lâmina de osso ou aço. Era realmente assustador.
— Mas que caralhos! O que um corrupto desse nível está fazendo aqui? — gritou Henrix pegando sua espada e ficando em guarda.
Ariel apenas observava aquela criatura o encarar com seus olhos mortos e sanguinários. A lâmina de sua cabeça gotejava com o sangue do soldado e ele já partia dessa para melhor.
O garoto ao ver através da tenda pode confirmar o caos e o inferno que estava lá fora.
— Fique aí! Não me atrapalhe — disse Henrix e avançou contra a criatura.
Ariel acompanhou seus movimentos tal como um verdadeiro filme de ação, ou melhor, um jogo de ação. Movimentos rápidos e precisos, ao mesmo tempo que bloqueios e esquivas eram realizados com maestria.
Arial já tinha percebido que "Henrix", o soldado reclamão era habilidoso, no entanto, ele não poderia imaginar que era neste nível.
O cervo foi derrotado após alguns bons segundos de luta, seu pescoço tinha sido cortado com o último golpe da espada de Henrix e isso fez com que todo seu corpo começasse a reagir de maneira estranha, com espasmos e movimentos involuntários.
— Vamos! — gritou após se aproximar e voltar para tenda.
Ariel, mesmo não entendendo as palavras, "entendeu" o contexto e apenas o seguiu.
A primeira coisa que tinham que fazer seria recolher o baú. E por isso foram até a sala de reunião onde tiveram a conversa com aquele velho chamado Pann.
Antes que pudessem entrar, foram surpreendidos pelo aparecer de dois cachorros sinistros, ou seriam raposas? As criaturas tinham o mesmo olhar sem expressão e vida, e tanto fisicamente quanto seus movimentos lembrava Ariel os famosos "mortos-vivos" dos jogos eletrônicos. O cheiro de carne-podre também era um indício que ele estava no caminho certo.
Henrix percebendo isso, já se preparou, porém, antes que pudesse atacar ou se defender, uma árvore caiu em meio do corredor e da tenda. A árvore rasgou partes do tecido de couro e levou a estrutura para baixo, ao menos aquela próxima dela.
Ariel por pouco não foi atingido, mas não dava para dizer o mesmo de Henrix. O rapaz foi surpreendido por um "quick time event", pensava Ariel. Mas no mesmo tempo que sua mente pensou naquela situação, outro pensamento, ou melhor, sensação, veio a atingi-lo em cheio.
"Arielle, ACORDE!" – e logo depois um barulho de tapa.
Seu rosto ardido e na sua frente uma garota gritando com ele... com ela. Arielle abriu os olhos e observou ao redor. Juliet estava movimentando o corpo da garota para que ela finalmente acordasse e, também se movimentasse.
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Eu e Eu Mesmo e um Mundo Diferente
FantasíaEssa história conta as aventuras de Ariel, um simples garoto da cidade grande, amante de jogos de Realidade Virtual e aficionado pelo corpo feminino. No entanto, não estamos mais na cidade, nem no planeta conhecido como Terra. Também não é um jogo...