1

254 13 0
                                    

  Ah o mar! Tão grande e tão fundo mar, que vontade de me jogar...

  Olhava aquele mar e pensava em uma única coisa: Não posso vomitar, o barco que eu tava balançava mais que tudo, a chuva e o vento só deixa a situação pior e nunca fiquei tão feliz por ver um pedaço de terra a quilômetros de distância.

  Maluquice que inventei de viajar por esses tempos, mas não dava pra ficar em casa depois de tudo que aconteceu. Não conseguia ficar no mesmo ambiente que uma pessoa que me traiu.

  Cheguei no porto, nunca agradeci tanto por estar em terra firme e logo avistei meu tio, tirei meu óculos de sol e acenei pra ele.

- VÊNUS! - gritou ele todo alegre em me ver

- E aí Tio - falei abraçando ele - que saudades

- Também tava morrendo de saudades - disse ele me soltando - e aí como você tá? - perguntou

- Péssima - respondi com uma cara de pouco amigos - tem como me ajudar com as malas? - perguntei

- Claro - disse ele já tentando pegar a mochila que tava na minhas costas

- Não, essa não - disse rindo sem graça - essas daqui - falei apontando pra outras quatro malas que estava no chão.

- Ah - ele falou meio decepcionado - Quanto tempo você vai passar aqui? Uma vida inteira?

- Bem que eu queria - falei tentando puxar uma mala e ele foi levando as outras três - Cadê meus primos? - perguntei - pensei que eles iam vim ajudar.

- Eles estão ocupados - disse meu Tio já chegando perto do carro e abrindo a parte de trás e jogando as malas - O Pedro tá cuidando do restaurante junto com Miguel e a Daniela tá no colégio, mas já já deve tá chegando em casa pelo horário.

Olhei o celular e já era umas 1o:30, entrei no carro e o meu tio também, ligou e fomos em direção a casa onde iria ficar por um bom tempo se dependesse de mim. A ilha era linda, mesmo com aquele tempo chuvoso não deixava de ser bonita, a cidade não tinha muitos prédios, tinha muitas casas e tudo parecia muito igual, parecia ter saído de um filme de época, era tudo muito lindo. Chegamos na casa e ela tava do jeitinho que me lembrava, passei quase todas as férias da minha vida ali naquele lugar, era um dos meus lugares favoritos, lembro que passava horas brincando junto com meus primos e meus irmãos, e como a casa já saia para praia tudo era melhor, não tinha tempo ruim.

Logo na entrada da casa estava minha Tia Célia, ela era irmão do meu pai e uma das minhas tias preferidas, ela era muito parecida com ele e com minha irmã mais nova Júpiter, ela era branca e tinha os cabelos bem cacheado da cor de um castanho mel.

- VÊNUS - falou ela feliz em mim ver - meu Deus que saudades garota, como você tá grande - disse ela abrindo a porta do carro e me abraçando.

- Aí Tia tava morrendo de saudade da senhora também - disse pulando do carro e meia zonza

- Faz tanto tempo, você e seus irmãos cresceram e não quer saber mais da ilha - disse ela ajudando a gente a pegar as malas

- Olha eu aqui, vim passar um bom tempo com vocês - disse rindo - creio que a senhora vai até enjoa da minha cara

Entramos na casa e tudo estava exatamente do jeito que eu lembrava, tinha mudado algumas coisas, peguei um porta retrato com uma foto que tinha todos os primos juntos e bateu um pouco de saudade daquela época que tudo parecia tão simples.

- Quer um alguma coisa pra comer querida? - perguntou minha tia

- Não obrigada - falei bocejando e meio tonta - tia queria um lugar pra dormir, eu acho que os 3 dramin que eu tomei só tá fazendo efeito agora.

- Vem tem o quarto da Daniela - subimos e o quarto era um dos primeiros, ela abriu a porta e eu só enxerguei a cama.

Me joguei nela e foi como mágica, eu apaguei assim que encostei. Acordei com um vento forte batendo na janela fazendo um barulho alto, olhei em volta e tava tudo escuro, passei a mão na cama procurando meu celular, mas ele não estava ali e então quase tive um mini surto. Levantei meio desorientada e fui até a porta, abri olhei pro lado, olhei pro outro e escutei risadas no andar de baixo, passei pelo corredor procurando a porta do banheiro e encontrei.

Tava com uma vontade enorme de fazer xixi, olhava em volta tentando adivinhar que horas eram e quanto tempo eu tinha dormido, girei a maçaneta da porta e nada. Tentei mais uma vez e nada, sacudir ela pra abrir, aquela porta só poderia tá emperrada.

- Calma aí que tem gente aqui - disse o garoto abrindo a porta rápido

- AAAAH - gritei assustada com aquele garoto enorme de toalha abrindo a porta parado na minha frente.

- AAAAH - ele gritou também se assustando comigo e soltando a toalha fazendo ela cair

- AAAAAAH - gritei novamente olhei pra ele e olhei pra baixo rápido e voltei a olhar pro rosto dele assustada com o que eu tinha acabado de ver.

APAIXONADA PELO MEU PRIMOOnde histórias criam vida. Descubra agora