Peterson

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  Ele me encarava esperando uma resposta que simplesmente não vinha. Eu tinha bugado. Ele cruzou os braços.

E que braços. Grandes, assim como ele. Ele era grande. Não grande de bombado, mas bem alto e definido, de longe não dava pra perceber quão grande e gostoso...

- Playboy? - ele repetiu me olhando nos olhos e se abaixando um pouco pra ficar na minha linha de visão. Seus olhos eram verdes.

- Seu olho é verde. - grasnei, sem pensar.

Ele ficou mudo e franziu a cara por um momento.

( Seu olho é verde!? Você jura que disse isso??)

E depois deu uma gargalhada. Sua risada era forte, linda e grossa. Percebi que ele usava aparelho nos dentes e isso só o deixava mais atraente.

Eu ri junto, meio de nervoso e meio de vergonha.  Estava me sentindo um debilóide.

- É, meu olho é verde. - ele se acalmava da crise de riso.

Eu coloquei as mãos no bolso e fitei a chuva. Não conseguia pensar em nada pra falar com ele.

(Dá oi!! Pergunta o nome dele!! Puxa algum assunto caralho!)

Mas nada saía. Eu não levava jeito mesmo pra conversar.

Ele enfim ficou em silêncio mas senti que me encarava de rabo de olho.

-  Tu tá vindo da aula né? - ele perguntou depois de um tempo quieto.

Concordei com a cabeça sem olhar pra ele.

- Daora.

Lá estava, um cara enorme e gato que me estava me deixando doido por ele há semanas puxando papo comigo e eu calado igual a uma múmia.

- Gael! - exclamei me virando pra ele e estendendo a mão, óbvio que sem olhar diretamente pra ele.

Ele me olhou num misto de susto e graça e apertou minha mão.

Sua mão meio que engoliu a minha de tão grande que era. Sua pele era surpreendentemente macia. Se for verdade que a rola acompanha o tamanho da mão...

  - Peterson - ele falou num tom baixo e grave.

Peterson. Milhões de vezes melhor que David. Peterson era um nome forte e poderoso, igual ele. Peterson .

- Peterson. - repeti, saboreando o nome na minha boca.

- Achou bonito? - ele ria de mim.

Concordei novamente com a cabeça.

- O nome ou o dono do nome?

- Os dois. - disse antes de me segurar.

Na hora que falei eu tampei minha boca. Que merda é essa!! Se segura! Eu tô no cio por acaso?? Ergui os olhos e encarei seu olhar, roxo de vergonha.

Ele me encarou também uma expressão surpresa e séria. Eu com certeza iria apanhar dessa vez.

Mas ele mais uma vez riu, dessa vez até se curvou de tanto rir.

- Caralho, playboy! - ele me olhava com espanto enquanto ria - eu tava tirando contigo!

- Des...desculpa... - gaguejei e meio que me abracei. Eu queria desaparecer.

- Tu é sempre sincerão assim? - Ele riu mais um pouco - quase que me mijei.

Sem dizer mais nada ele virou as costas pra mim e abaixou a frente do short e começou a mijar pra fora da plataforma.

Encarei aquele homem de costas pra mim com as pernas um pouco abertas. O barulho da urina sobressaia da chuva. Me imaginei debaixo da plataforma com a boca aberta e me estremeci de nojo e tesão.

Andando na linha (gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora