H•O•P•E

#11

*esse capítulo será exclusivamente sobre o encontro dos SOPE pós-balada e o dia seguinte*

Yoongi passara quase o dia todo trancado no quarto.

Não havia nada de especial para fazer, no entanto, também não buscava em seu interior qualquer motivação para sair e explorar o mundo lá fora.

O máximo que fizera fora dar uma passada rápida e discreta no restaurante do hotel, onde almoçou sozinho e em seguida, já na cobertura composta por uma ampla piscina, academia e sauna, observou um pouco o céu claro da capital italiana.

Algo lhe trazia a sensação de que a Itália, como um todo, nunca mais sairia de suas memórias, como se não apenas a cidade em si, mas o ar, a água, o gosto da comida e dos vinhos caros estivessem destinados a se impregnarem até o mais profundo recanto de sua alma.

Pela tarde, quando Hoseok falara sobre saírem todos juntos para curtirem e dançar, arranjou facilmente a desculpa para escapulir dos planos conjuntos. Depois de tanto tempo reclamando sobre o afastamento do mais novo, agora era ele mesmo quem tomava para si, o álibi de covarde fugitivo.

Desde a conversa regada a confissões e confiança, Yoongi sentia crescer em seu peito, um desejo que sabia não poder dar vazão, por não se tratar de uma coisa unilateral... Era algo para ser vivido à dois, e ele não tinha certeza se a outra pessoa que fazia parte desse cenário perfeito aceitaria viver algo assim.

Hoseok era um espírito livre, e de certa forma, eles eram bastante opostos; havia equilíbrio em sua relação porque nenhum dos dois ultrapassava os limites impostos por suas respectivas personalidades e honestamente, o Min não era capaz de enxergar alguém como Jung Hoseok, a personificação do próprio Sol, dividindo uma vida monótona e até mesmo sem graça com alguém como ele, uma representação não tão bela e poética da Lua.

Juntos, eles ficavam bem, formavam um Eclipse quase perfeito, mas eclipses não duram para sempre... E Yoongi não estava disposto a ter um único momento para preencher o vazio no qual somente as lembranças seriam permanentes.

O restante do dia permanecera no quarto, trabalhando em uma faixa que pretendia usar numa futura mixtape.

Com a proximidade da noite, pedira peixe para o jantar. Depois de comer, assistiu um filme e, com um humor decaindo mais e mais a cada minuto, resolveu aproveitar seu tempo livre indo dormir cedo.

Passava pouco das onze horas quando deixou que o corpo se aninhasse contra os cobertores confortáveis. Com a escuridão do ambiente, adormeceu minutos depois.

(...)

Toc. Toc. Toc.

'Que som é esse?' pensou Yoongi, julgando ainda estar sonhando.

Toc. Toc. Toc.

O som irritante permanecia ecoando, cada vez mais constante, cada vez mais incômodo.

Levou alguns segundos até que o Min se desse conta de que não estava mais dormindo e que parecia haver alguém batendo na porta.

Toc. Toc. Toc. Insuportável.

As batidas ritmadas e incessantes contra a porta junto a voz sonoramente alta arrancaram Yoongi de um sono muito gostoso.

_ Mas que porcaria! Já vai! - Gritou de volta quando ouviu outra leva de chamados e sentia-se prestes a estapear a pessoa do lado de fora, quando viu sua raiva esvair-se no momento em que a porta fora destrancada.

A silhueta bem trabalhada de Jung Hoseok apoiava-se fracamente contra o batente da porta e somente aquela imagem já fora capaz de desestabilizar todas as estruturas do tão composto e de certa forma temido, Min Yoongi.