mais que mil palavras

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Been here all along, so why can't
you see?
You belong with me, you belong
with me

- Taylor Swift ♡

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A tensão do evento recente permeava o ar, envolvendo Mary Jane em um emaranhado de emoções conflitantes. Seus olhos se fixaram no traje de Gwen, enquanto sua mente processava lentamente a revelação diante de si. Ela se aproximou, com cuidado, estendendo a mão para tocar suavemente o tecido branco, preto e rosa que envolvia a figura da amiga.

Um riso frouxo escapou dos lábios de Mary Jane, mas logo se dissipou, dando lugar a uma expressão franzida de preocupação. Era difícil para ela assimilar a imagem da loira diante de si, vestida como a até então conhecida "heroína criminosa".

Gwen permanecia imóvel, seu olhar fixo no vazio, enquanto as emoções da ruiva se refletiam em sua expressão. Confusão, surpresa e preocupação dançavam em seus olhos, criando um turbilhão de sensações que deixavam ambas envoltas em silêncio.

— Isso é alguma pegadinha? — a voz de Mary Jane cortou o ar, quebrando o silêncio tenso do ambiente. Seus lábios curvaram-se em um sorriso incerto, embora seu cenho permanecesse levemente franzido.

Gwen, ainda imersa em seu mundo interior, demorou a processar a pergunta da outra. Quando finalmente encontrou a voz, suas palavras saíram num sussurro quase inaudível:

— Não, MJ. Isso não é uma pegadinha.

O silêncio voltou a se instaurar, ampliando a lacuna entre as duas amigas. Mary Jane sentia-se perdida, lutando para compreender a magnitude da revelação que agora pairava sobre elas.

Foi então que Gwen, em um movimento hesitante, desviou seu olhar vago e encontrou os olhos verdes. A intensidade de suas emoções era palpável, espelhada naquelas orbes.

— Fecha a porta, por favor. — o pedido veio num sussurro suave, mas cheio de urgência.

Mary Jane desviou o olhar por um instante, percebendo que a porta permanecia entreaberta, permitindo que a tensão do evento recente se infiltrasse pelo cômodo. Ela rapidamente seguiu a instrução de Gwen e fechou a porta, sentindo-se ainda mais imersa naquele universo de incertezas.

Enquanto a porta se fechava, uma atmosfera carregada pairava no ambiente, pesando sobre os ombros das duas. Gwen e Mary Jane agora se encontravam sozinhas, frente a frente, prontas para enfrentar a verdade que os últimos acontecimentos haviam desvelado.

O olhar de Mary Jane percorreu o rosto de Gwen, buscando qualquer indício de brincadeira ou engano. Mas tudo o que encontrou foi a vulnerabilidade e o anseio estampados na expressão da outra.

Um silêncio pesado pairou entre elas, enquanto Mary Jane ainda processava lentamente as palavras de sua amiga. A imagem de Peter Parker, o aluno do ensino médio que compartilhava uma amizade íntima com ambas, surgiu em sua mente. Peter, que agora estava morto, e Gwen, que era acusada de ser sua assassina.

Uma onda de tristeza e incredulidade tomou conta da ondulada. Ela nunca poderia ter imaginado que a amada estaria envolvida em uma situação tão sombria e complexa.

— Mas... Peter era seu melhor amigo. Como isso pôde acontecer? Como você foi acusada pela morte dele? — Mary Jane questionou, sua voz trêmula de angústia.

Os olhos de Gwen desviaram-se por um breve momento, antes de se encontrarem com os da ruiva. Em seu olhar, havia uma mistura de tristeza, culpa e a determinação feroz de provar sua inocência.

— Sei que é difícil de acreditar, mas não era minha intenção. Foi um acidente, eu não sabia que ele e o vilão que lutei eram a mesma pessoa...

A voz de Gwen tremia ligeiramente, enquanto ela lutava para encontrar as palavras certas para explicar a situação. A tensão no ar era terrível, juntamente do peso da acusação pairando sobre elas.

O coração de Mary Jane se dividia entre a tristeza pela perda de Peter e o desejo de acreditar na inocência de Gwen.

— Você é uma boa pessoa, eu sei que é. — ela moveu o cabelo loiro da amiga para trás da orelha num gesto gentil, um pequeno ato de apoio em meio à situação tensa.

Num suspiro pesado, Gwen se permitiu entrar num breve momento de vulnerabilidade, escondendo a face molhada de lágrimas na curvatura do pescoço de Mary Jane.

— Foi tão, tão difícil... e-eu já quis que fosse eu no lugar dele. — ela fungou baixinho, tentando manter a voz firme. — Fiquei com medo de acontecer o mesmo com você...

A ruiva sentiu o aperto no peito ao ver a angústia estampada no rosto de Gwen. Ela acolheu a garota em seus braços, buscando transmitir conforto e segurança.

— Shh, não diga isso. Não pense assim. Você é forte, Gwen. E eu estou aqui. Nada vai acontecer comigo, eu prometo.

As lágrimas de Gwen molharam a pele de Mary Jane, e ela apertou o abraço, oferecendo um refúgio no qual ela pudesse se apoiar. O amor e a amizade que compartilhavam se fortaleciam naquele momento.

— Eu sinto muito. Sinto muito pela dor que causei a você, por te colocar nessa situação. Eu nunca quis que isso acontecesse, nunca quis trazer sofrimento à sua vida. — a voz de Gwen vacilava entre soluços abafados.

Mary Jane acariciou suavemente os cabelos loiros, oferecendo-lhe um apoio incondicional. Elas ficaram frente a frente outra vez, se perdendo nos olhos cheios de emoções.

— Tudo que eu sempre quis foi te ajudar, não vai ser agora que vou parar. — disse ela, traçando o polegar pela bochecha pálida e molhada da outra garota.

Gwen sentiu o calor reconfortante das palavras de Mary Jane, como um bálsamo para sua alma atribulada. Ela se aproximou mais, buscando conforto na presença dela.

À medida que as palavras se dissolviam no ar, uma centelha de algo mais profundo e intenso surgiu entre elas.

Enquanto se olhavam, seus corações batiam em uníssono, ecoando a melodia de uma atração inegável. O ambiente ao redor parecia desaparecer, deixando apenas a presença uma da outra como o ponto focal de suas existências.

Em um movimento lento e hesitante, Mary Jane aproximou-se ainda mais, capturando a respiração trêmula de Gwen entre seus lábios. O toque inicial foi suave e incerto, uma busca por reciprocidade, mas logo se transformou em um beijo carregado de desejo e emoção.

Suas bocas se encontraram em uma dança apaixonada, explorando o sabor e a textura uma da outra. Cada toque, cada carícia dos lábios e das línguas, era um mergulho profundo em um mar de sensações antes desconhecidas.

Os corpos se aproximaram ainda mais, buscando uma fusão completa. As mãos de Gwen envolveram a cintura de Mary Jane, puxando-a para mais perto, enquanto Mary Jane acariciava suavemente a nuca da loira, aprofundando o beijo com um fervor crescente.

A cada toque, um arrepio percorria seus corpos, elevando a temperatura e aumentando a intensidade. Os lábios se moviam em perfeita sincronia, dançando em uma coreografia única e arrebatadora. Era como se cada carícia revelasse segredos profundos, construindo uma conexão única entre elas.

As mãos de Gwen exploravam as curvas suaves de Mary Jane, deslizando pela sua pele de maneira delicada e apaixonada. Enquanto isso, a ruiva deixava suas mãos percorrerem os cabelos loiros de Gwen, sentindo a suavidade e o calor daqueles fios entre seus dedos.

O beijo se tornou uma expressão de desejo e entrega, uma forma de se conectar além das palavras. As respirações ofegantes se misturavam, os corações acelerados pulsavam juntos.

Quando finalmente se separaram, seus olhares se encontraram, transmitindo um sentimento de compreensão mútua e aceitação. Um sorriso tímido brincou nos lábios de ambas, como se soubessem que aquele beijo era apenas o começo de uma jornada repleta de desafios, mas também de satisfação.

— É como dizem, "um beijo vale mais que mil palavras". — brincou Mary Jane, dando uma piscadela suave e descontraída.

As garotas ficaram juntas por mais um tempo, até ouvirem Liz gritar por elas. Com um suspiro relutante e uma risadinha, elas se afastaram.

between guitars and drums ✩Onde histórias criam vida. Descubra agora