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Enzo Narrando:

Olhei rindo para a minha obra de arte e meu hobby favorito. Trago meu cigarro de maconha andando de um lado para o outro pensando.

— Tu dá um jeito de esconder essas paradas aí — aponto para a Letícia que estava caída no chão chorando.

Ela permanece imóvel no chão, chorando em silêncio.

— Qual foi? Vai negar voz pra mim mesmo? — pergunto puxando seu cabelo e levantando ela para cima, suas pernas falharam e eu lhe joguei em cima da cama.

— Por que você fez isso? — ela perguntou baixinho.

— Isso o quê? — pergunto me sentando na poltrona de seu quarto novamente.

— Você... você... — falou gaguejando e sua frase morreu do nada.

— Eu gosto sabe? Te ver chorar machucada me excita. — trago meu cigarro.

— Você é louco. — ela fala chorando ainda mais.

— Eu sou. — concordo — E você ainda nem viu um terço do que eu posso fazer.

— Se meu pai souber disso, ele te mata! — ela diz em uma tentativa inútil de me botar medo.

— Se ele souber, mas ele não vai saber. Porque eu não vou contar, você vai? — pergunto pegando minha arma. Letícia permanece me olhando sem dizer nada — Eu não vou te matar, mas a Lua... quem sabe qual será o fim dela. — digo rindo.

— Eu não vou contar nada. — diz fechando os olhos — Pode me deixar dormir?

— Não. Você vai limpar esses machucados e descer lá como se nada tivesse acontecido! — mando.

— Eu não consigo. — diz fraca.

— Eu sei que você consegue! — afirmo — Quer uma ajuda? Mas vou logo te avisando que não serei delicado.

— Você... pode me deixar tomar um banho sozinha? — pergunta me olhando com medo.

— Não. Eu quero ter o prazer de te ver tomando banho e cuidando desses machucados feitos por mim.

Letícia me olha estranhamente, mas não diz nada, pelo contrário, ela se esforça ao máximo para se levantar e caminhar lentamente até o banheiro. Eu acompanho seus passos com o olhar. Ela faz menção de fechar a porta, mas eu sou mais rápido e coloco meu pé impedindo que ela feche.

— Não faça isso. Eu disse que quero te ver tomando banho!

— Enzo, por favor... — choraminga.

— Você não manda aqui. Eu mando! — volto a me sentar — Vai logo porque eu não tenho o dia todo.

Letícia respira fundo e tira suas roupas lentamente por conta dos ferimentos que eu fiz em sua pele. Eles ficaram perfeitos nela, eu quero fazer mais, com certeza. Ela liga o chuveiro e entra debaixo da água fazendo careta, deve ter dado uma ardência, obviamente.

Fico observando cada movimento seu, desde o banho, até o momento em que ela cuida de seus ferimentos, se troca vestindo uma roupa de frio para que ninguém veja seus machucados.

Os herdeiros do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora