09- Sobre seu pai

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|Sofia Campbell|

- Bom dia - acordo sentindo o leve toque dos lábios de Elijah em minha nuca e carícias calmantes em meus cabelos que estavam espalhados pela cama.

Sorri ainda com sono encolhendo meus ombros ao sentir o roçar do nariz de Damon no meu pescoço e orelha.

- Voltou a ser uma princesa, querida? Ou ainda é a putinha que engoliu nós dois ontem a noite sem um pingo de vergonha? - Damon sussurrou em meu ouvido, senti minhas bochechas esquentarem enquanto mordo o lábio. - Uma princesa, ou...uma rainha - beijou meu lábio segurando firme na minha nuca.

- Bom dia - sorrio para ambos, meu sorriso um pouco contido e apreensivo quando encontra o de Elijah; não sei o que esperar dele. - Não precisamos...prometer nada, okay? Nem transformar isso em algo que possa...magoar você - sou o mais paciente possível, sei que o que ele passou foi muito, mil anos perdendo cada amor que chegou em sua vida, mesmo que Klaus tenha me dito que iria se comportar, não posso confiar cem por cento em sua palavra. - Podemos esperar e ver no que isso vai dar. Não tem problema, não se for o que te deixa mais confortável.

- Eu estava com medo, sou sincero, medo de perder um de vocês ou até mesmo os dois, eu não queria arriscar. Mas eu sei que perdi muito por isso, quero...ver no que da, e o que começa errado nunca vai durar, não quero um relacionamento as escondidas, nem quero transas sem essa chama que queima em meu peito, quero aproveitar nosso tempo juntos, mesmo que para isso eu precise enfrentar a ira de Niklaus e proteger vocês do mundo. - ele segura firme a mão de Damon e beija minha boca, carinhoso sem nenhuma segunda intenção, nada além de puro amor. - Quero fazer isso do jeito certo.

- Sendo sincero tenho mais medo das pessoas que vivem no mundo e não tem nada a ver com o sobrenatural do que do seu irmão. - Damon murmura acariciando meu ventre e arranhando com suas unhas curtas. -, Klaus pode não querer nós três juntos e tentar nos matar, mas o que mais me preocupa é tentarem algo por sermos...diferentes, não me importo comigo, mas vocês...eu não sei o que faria.

- Não vai acontecer nada, sabemos nos cuidar - murmurou o original, mesmo que incerto.

-Até quando teremos que temer algo? Gostaria de ser como aquelas famílias de comercial de margarina, felizes o tempo todo - Damon reclama beijando uma das cicatrizes que me atormentam, mas parece menos horrível quando sinto seu toque que de alguma forma, sempre o guia para o mesmo lugar.

- Não quer não, seria entediante, e mais, como saberia que o que sente é felicidade se nunca experimentou outro sentimento? Fico feliz de viver com muitas emoções, mesmo que as vezes, preferisse que viessem com mais calma e me desse mais tempo para processar tudo, mas tudo bem, terei muito tempo atoa depois que morrer. - afirmo

- Então você nunca terá um tempo atoa, porque mais morta que isso aqui, jamais! Você já morreu o suficiente. - Elijah intervém.

- Vamos tomar banho e comer alguma coisa - sugere o vampiro mais jovem e concordo, sentindo meu corpo com os rastros de suor e fome, muita fome.

- Quantas horas? - questionei tentando pensar o que faria pelo restante do dia, tenho um Mikaelson para encontrar, afinal.

- Nove da manhã. - o Salvatore confirma checando a tela do próprio celular.

A porta do quarto recebe três batidas que se assemelham mais a murros e uma voz irritada do lado contrário.

- Saiam daí, temos que conversar - a voz feminina me arrepiou de medo, como diabos ela nos achou, e por que me perturbar? Eu não posso ter um dia de paz? Como eu disse ao Damon, gosto da minha vida agitada, mas gostaria que desacelerasce um um pouco. - É sobre o híbrido. Vocês tem vinte minutos para me encontrarem no restaurante do hotel. - ela diz e sai da frente da porta.

- Merda - é tudo o que digo antes de começarmos a rir por nada, só tentando não desmoronar, um servindo de apoio ao outro.

Depois tomamos um banho rápido, juntos, mas mesmo assim com nada além de brincadeiras e risadas, alguns beijos roubados que me fizeram rir muito mais do que as piadas sem graça do Damon ou as cócegas de Elijah.

Coloquei uma calça jeans e a uma blusa vermelha solta enquanto Damon trazia bolsas de sangue para nos alimentarmos enquanto nos arrumamos. Elijah abota o terno enquanto se olha no espelho checando se está tão impecável quanto sempre.

Foco no meu calçado enquanto tomo alguns goles do sangue armazenado. Damon utiliza a blusa preta e a calça jeans que combinam com ele de forma absurda. Coloco um casaco assim que o Salvatore se apressa colocando sua jaqueta e Elijah faz o nó de sua gravata.

Solto o meu cabelo do coque em que estava e começo a pentear o mesmo, passo o óleo de costume e termino de me arrumar.

- 09:23, tempo recorde para nós, uau!

- Mas já estamos atrasados, vamos. - fechamos a porta do quarto se fomos de elevador para o primeiro andar do hotel.

- Já disse que amo o cheiro de amora que tem seu cabelo? - Damon sorri passando a mão neles e me fazendo rir.

Chloe está sentada com a cabeleira ruiva chamando atenção mesmo que no canto do restaurante oferecido pelo estabelecimento tomando um chá gelado sem se preocupar com nada do mundo exterior.

Elijah puxa a cadeira para que eu possa me sentar e assim o faço, bem a frente da minha meia irmã, Damon e Elijah de frente um para o outro na mesa redonda de quatro lugares.

- A que devo a honra de vossa visita? - soo o mais sarcástica possível com minha postura perfeita e olhos que encaram o seu profundamente.

- Não seja idiota, por favor, posso desistir do que vim fazer aqui, e a única pessoa que vai perder com isso é você e seus cachorrinhos - travo o maxilar com o apelido usado, eu o odiei.

- Seja direta, por favor - Elijah continua mantendo sua diplomacia mexendo no paletó escuro com uma mão e chamando o garçom com a outra. - Traga uma garrafa de vinho tinto e uma dose de whisky puro.

- E um cheesecake de morango também, por favor - completo o pedido.

O atendente anota e sai indo providenciar o que lhe foi solicitado.

- Klaus está bem, seguro e longe das garras do nosso pai. - Chloe confirma, mas a interfiro.

- Não diga que ele é meu pai! - esbravejei - ele não é nada além de sangue para mim.

- Meu pai... - limpou a garganta parecendo desconfortável com o que diz - disse que Klaus podia ir, ele não poderia mudar em mais nada no seu plano.

- Então onde ele está?

- Preso, está sendo bem cuidado por um amigo meu.

- Se for aquele vampiro que geralmente anda contigo, tenho uma coisa a dizer, sinto muito, mas ele já deve estar morto e Klaus a caminho.

- Eu seu da capacidade do meu amigo, mas esse não é o motivo principal da minha vinda.

- O papai mandou você fazer mais alguma coisa, cachorrinha? - ela trava o maxilar, demonstrando seu desconforto.

- Preciso de ajuda - engoliu seco olhando no fundo dos meus olhos - estou cansada de fazer tudo o que aquele velho nojento manda.

- Se quisesse mesmo ajuda não estaria mantendo Niklaus preso.

- Eu preciso que cumpra a sua parte do acordo e isso é um incentivo, sei que ficaram bem...próximos, desde que chegaram aqui. - Elijah e Damon percebem o tom malicioso em sua voz e parecem confusos.

- O que quer dizer com isso?

- Quero dizer que você evoluíram muito a relação de vocês, e preciso que cumpra o acordo que vim te oferecer. - o garçom chega, deixando tudo o que pedimos na mesa e nos deixando com um sorriso amigável.

Elijah serviu vinho para nós dois e deixou Damon com seu amado whisky, e já comecei a comer meu delicioso cheesecake que tem uma explosão de sabores, parecem cores de tão perfeitos os gostos que me assombram o paladar.

- Quero que me proteja dele, me mantenha o mais segura possível de todos aqueles que trabalham para ele, e como recompensa devolvo o híbrido e te ajudo, sei tudo sobre Steven Avery.

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