10- Ainda

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- Por que? - sibílo

- Isso não te interessa, só não aguento mais cumprir as vontades daquele velho, vai me ajudar?

- Não temos motivos para acreditar na sua palavra. - Damon afirma, olhando tão fundo nos seus olhos que a deixa desconfortável.

- Eu sei, eu sei, mas eu preciso que me ajudem, eu não posso viver com ele, não mais.

- Tudo bem. - ela se surpreende com minha resposta, mas perde a alegria logo que um pequeno sorriso toma conta da minha expressão - Mas tenho algumas condições. Conhece o feitiço da verdade francês?

- Eu não posso fazer isso.

- Se não tem nada há esconder não há o que temer, não vou tirar mais do que o necessário de você, temos um acordo?

- Mas...

- Eu dou minha palavra, não faremos você dizer nada além do necessário - Elijah reafirma, ela suspira, deixando um cordão sobre a mesa, a corrente é de prata e a pedra vermelha como safira.

- Eu conto tudo o que for necessário para que parem meu pai, mate-no se preferirem, e em troca peço a completa proteção de vocês, que cuidem do meu melhor amigo e de mim.

- Tudo bem, vamos fazer esse feitiço e então poderemos ter certeza se você é confiável.

Subimos até o quarto em que estamos hospedados e nos sentamos na cama, Elijah e Damon nos deixaram sozinhas e foram cuidar de Hayley e Lane, pego o vaso de plantas de fica na janela do quarto e coloco o entre nós, passo um pouco de terra na palma de sua mão de depois na minha.

- Ao fazermos isso não poderemos mentir uma para outra, está disposta a fazer isso?

- É o melhor jeito de nós duas termos o que queremos - respondo juntando nossas mãos e iniciando o feitiço - dic totam veritatem, permitte me tuo sanguine et animae confidere, confido tibi veritatem animae et sanguinis mei, per eandem veritatem ossa nostra coniungens.
Dic totam veritatem, permitte me tuo sanguine et animae confidere, confido tibi veritatem animae et sanguinis mei, per eandem veritatem ossa nostra coniungens.
Dic totam veritatem, permitte me tuo sanguine et animae confidere, confido tibi veritatem animae et sanguinis mei, per eandem veritatem ossa nostra coniungens. - nossas veias brilham em dourado por segundos, como raízes de árvores, assim como nossos olhos, transparecendo nossas almas e sangue uma para a outra. - Vamos testar, Qual o seu nome?

- Chloe Avery.

- Idade?

- 18 anos, completei no dia 19 de novembro.

- Você ainda está ajudando Steve Avery?

- Não.

- Por que? - a curiosidade tormenta minha mente, ela sempre me pareceu muito crente ao próprio pai, traí-lo nunca pareceu uma opção para ela.

Sua boca se mexe diversas vezes sem emitir nenhum som, ela está tentando resistir e quanto mais forte é sua persistência em manter o segredo mais aguçada se torna minha diligência.

- Ele mentiu para mim, me manipulou o tempo todo, não posso ajudá-lo, não quando foi o culpado de matá-la. - ela foi direta e tentou ocutar o máximo de detalhes e não a forcei mais, sabia o suficiente. - Vai cumprir sua palavra? Vai me proteger?

- Sim, contando que você não nos traia.

- Não quero fazer isso, de maneira alguma. Ainda quer saber onde está o híbrido? - perguntou e só então perccebi que havia mais envolvido nessas palavras do que eu pude ver, Klaus foi uma coisa que deixei de considerar no momento em que iniciei o feitiço.

- Eu...- não sabia o que responder, eu sinto que o certo a dizer é sim, preciso saber onde ele está e se está seguro, mas ele esteve longe da nossa vida por uma noite e tudo me pareceu tão simples, fácil. - Eu não sei, não posso permitir que nada de ruim lhe aconteça, mas sinto que certas coisas ficariam melhores se ele não se incluísse.

Ela se levanta, mexe um pouco nas gavetas até encontrar um bloco de notas e uma caneta, em que começa a escrever algo.

- Esse é o endereço do prédio em que ele está. Pode ir lá agora mesmo com projeção astral e ver as condições em que ele se encontra, não se preocupe, ele está bem, fiz questão de garantir isso.

- Está fazendo isso como um teste, não está?

Um sorriso maldoso ilumina seu rosto, mostrando seu eu mais íntimo, afinal, era isso que aquele feitiço nos proporcionana.

- Sei que é uma boa pessoa, mas quero saber até onde essa bondade vai.

- Ele precisa estar bem, tem uma filha a caminho e eu nunca me perdoaria se ela crescesse sem um pai, não por minha culpa.

- Não será sua culpa, não foi você quem o sequestrou.

- Não, não foi, mas a partir do momento em que tenho a chance de salvá-lo e não o faço me torno tão culpada quanto, talvez até um pouco pior. - respondo com a língua pinicando, querendo falar mais e mais, mas a interrompo antes que comece a soltar exemplos.

- Vai me ajudar?

- Sim, será totalmente sincera comigo?

- Sim.

- Chamarei Damon e Elijah, nós vamos conferir o estado de Klaus.

Me levantei rápido e percebi seu corpo se encolhendo e suas mãos indo em direção ao seu rosto, mas pararam antes que o encontrasse.

Então ela engole seco e puxa as mangas da própria blusa nervosa, ignoro isso mesmo com a curiosidade, sei que não temos intimidade alguma para isso.

Irmãs, é estranho pensar nisso.

Ela tem um passado antes de nos conhecermos, um que provavelmente não foi bom.


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