Vegas andava impaciente de um lado para o outro dentro do seu escritório, fazia menos de um dia que não via Pete, mas isso não o impedia de estar com um mal humor terrível.
Haviam tido uma discussão horrorosa, talvez a pior até o momento de todo o seu casamento. O motivo? Inicialmente, o mais puro ciúme. Agora, Pete tinha razão total em nem se quer querer olhar na sua cara.
Pete não era idiota, sabia que Vegas tinha tido um passado, digamos... movimentado. Não era nenhum segredo, sério, já tinham tido essa conversa a muito tempo, mas como poderia se controlar quando um desses casos antigos literalmente estava sentada na mesa daquele restaurante chique com o seu homem? Essas foram as informações que recebeu de uma estranha ao telefone a pouco e agora via com os seus próprios olhos que realmente estava acontecendo.
Pete surtou, imaginou mil e uma coisas diferentes e não acreditava de forma alguma que se tratava de uma reunião de negócios como Vegas havia citado anteriormente. Com aquela vadia? Só podia ser brincadeira.
Tá, não conhecia a moça e tampouco podia chamá-la assim, mas quem em sã consciência ia a uma reunião de trabalho com um decote daquele tamanho? Tudo o que sabia era que ela já teve o que agora é seu e não permitiria de forma alguma ser trocado assim tão facilmente. Foi até os dois e fez a maior cena, gritou, xingou, ofendeu até a quinta geração da garota e quando Vegas tentou acalmá-lo, levou nada mais e nada mesmo do que um belo tapão na cara.
Saiu correndo às pressas pelo longo salão, às lágrimas que estavam se formando desde que soube onde Vegas estava e com quem estava finalmente foram expostas, estava triste pra caralho. Como ele pode fazer algo assim consigo? Ela era linda, gostosa e peituda? Sim, mas e toda a história deles? Tudo o que superaram para chegarem até aqui? E todo o amor que sentiam um pelo outro? 8 anos de casamento seriam simplesmente jogados no lixo?
Com esses pensamentos invadindo a sua cabeça, Pete entrou no primeiro táxi que apareceu e foi direto para casa, se Vegas consegue deixar tudo entre eles de lado e simplesmente desistir, Pete também podia.
Assim que chegou, subiu direto para o quarto dos dois, pegou as maiores malas que tinha no closet e foi enfiando todas as suas coisas com todo o ódio do mundo, poderia facilmente ter quebrado algo no meio da sua fúria.
De repente, a porta se abre com força, era Vegas, visivelmente puto.
- Que porra foi aquela, Pete? Tá ficando maluco? Você tem ideia do que você fez? - Exclamou Vegas, confuso pela atitude do mais novo.
- Sim, tô maluco sim, você me trai na porra das minhas costas e eu é que tô maluco? Sinceramente, Vegas, você podia pelo menos ter escondido melhor.
- Do que você tá falando? Eu te falei sobre isso ontem, era uma reunião de negócios - Diz Vegas, com o olhar confuso, não estava entendendo nada.
- Claro, reunião de negócios, não sabia que os negócios agora envolviam você se encontrar com a piranha da sua ex ficante. Fechou a primeira mala com força e teria continuado a juntar suas coisas se um par de mãos não tivesse o parado.
- Pete, para com isso, você está se ouvindo agora? Me explica que porra foi essa? - Ainda confuso, como ele sabia?
Vegas não recebeu nenhuma resposta, apenas um olhar cortante em sua direção e a visão das costas de Pete se afastando de si. Em meio a pausa na discussão, só agora notou a movimentação de Pete pelo quarto e todas as coisas reviradas na mala em cima da cama.
- Pra que essas malas, Pete? Onde você pensa que vai? - Diz Vegas, exasperado.
- Vou pra longe de você e das suas mentiras, Vegas. Eu sei muito bem quem era aquela garota, você acha que eu sou burro? A quanto tempo está se encontrando com ela? Quer saber? Foda-se, não fala nada, eu não quero mais saber.
- Pete, você tá me deixando? É sério isso? Para, deixa eu te explicar, não vai embora - O coração de Vegas parecia que ia falhar, isso era um puta de um mal entendido e que precisava explicar que não foi por esse motivo que encontrou a moça, mas ouvir de Pete que o queria longe estava doendo muito e não estava sabendo lidar com essa hipótese.
- Sim, estou te deixando, sai da minha frente, seu traidor do caralho. Estou indo pra casa da primeira família, de onde eu nunca deveria ter saído para ir morar com você - se arrependeu de ter falado isso no mesmo instante, não importava o quanto estava magoado, sabia que era o ponto fraco de Vegas, mas já era tarde mais.
Terminou de fechar a outra mala e estava prestes a sair quanto Vegas surtou, puxou a mala das mãos de Pete e a jogou no chão. Apertou Pete pelos ombros e o empurrou até cair na cama e ficou por cima dele, o segurando com força. Seu olhar expressava ódio e aquilo deixou Pete com medo, tinha visto esse olhar poucas vezes, isso nunca acabava bem.
- Você não vai sair dessa casa, principalmente pra ir naquele lugar de merda. EU JURO, PETE, SE VOCÊ SAIR DAQUI E ME DEIXAR, EU VOU ATRÁS DE VOCÊ E TE MATO!
Estático e de olhos arregalados, era assim que Pete estava. Vegas não falava desse jeito consigo a muitos anos, nesse tom raivoso e ameaçador, estava mesmo com muito medo do que viria a seguir. Fechou os olhos com força e se encolheu como pode naquela posição, se sentia pequeno demais, indefeso demais para tentar lutar contra a força do seu marido naquele momento. Queria não ter atendido a porra daquela ligação anônima e não ter ido atrás de Vegas no restaurante, não deveria ter feito todo aquele escândalo e ter batido nele, não sabendo do que ele era capaz. O lado sombrio que sempre existiu nele, como podia ter esquecido disso?
Percebendo o que tinha falado, Vegas soltou o aperto, se levantou rapidamente e se afastou da cama com ambas as mãos levantadas ao lado da cabeça, como se tivesse cometido um crime. De fato, tinha, fez seu amor chorar e as lágrimas agora descendo pelo rosto de Pete doíam ainda mais do que o tapa que levou antes e olha que Pete tinha a mão bem pesada. O olhar que antes estava preenchido do mais puro ódio, agora mostrava medo. Que merda tinha feito? Como pode o ameaçar dessa forma? Estava atordoado, como pode deixar que o monstro que habitava em si machucasse o seu marido, a pessoa que mais ama no mundo, novamente? Essa parte deveria estar guardada apenas para os piores, não para Pete, jamais.
- Me desculpa, eu não queria, Pete, me perdoa...- Não teve tempo de continuar se desculpando, Pete se levantou em um impulso, ignorou completamente as malas jogadas no chão do quarto e saiu correndo. Até tentou correr atrás dele, mas desistiu antes mesmo de chegar à porta do quarto, não teve coragem, sabia que tinha o assustado e não queria ver o medo nos olhos do marido de forma alguma.
Sua cabeça rodava, não continha mais o seu choro e a raiva de si mesmo foi subindo gradativamente e, como sempre acontecia, explodiu. Foi socando e derrubando tudo até que o quarto, antes arrumado e alinhado, ficasse irreconhecível, parecia que um tornado tinha passado por lá.
Exausto, se sentou no que sobrou do colchão e encarou as malas no chão.
Sabia onde Pete estava e sabia que estaria seguro, era óbvio que foi para a casa da primeira família, além de ter jogado isso na sua cara, sempre que brigavam era pra lá que ele ia. Que ótimo, além de assustar Pete, não conseguia fazer ele se sentir confortável e seguro na própria casa, a que construiu para eles. Com esse e vários outros pensamentos do tipo rondando sua mente e o castigando pelo que havia feito, notou somente nesse momento que uma peça não se encaixava em toda a história.
De onde Pete havia tirado aquelas insinuações? Certo que a moça era mesmo um de seus ex casos, mas isso foi a muito tempo e aquela era mesmo uma reunião de trabalho. Amber, a garota que iniciou todo aquele caos, era agora esposa de um de seus sócios e inclusive estavam o aguardando chegar para das início as negociações quando Pete apareceu e fez todo aquele circo.
Sentia o cheiro de armação, alguém estava por trás disso e iria descobrir quem era. Levantou e desceu direto para seu escritório com o celular em mãos. Odiou ter que fazer aquela ligação, mas quem melhor que KimHam para fazer uma investigação?
Pensando agora em como aquilo tudo começou, lembrou que Pete provavelmente estava pensando que tinha o traído, precisava primeiro provar que isso era uma grande mentira e aí sim pedir desculpas pelo que havia feito e implorar pelo seu perdão, o que sinceramente acha que agora não seria dado facilmente, mas não era nada sem Pete, já havia notado isso a muito tempo, é completamente dependente dele. Isso é errado? Talvez, não tinha certeza, mas não havia outro jeito, só existia para e por ele.
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The Call - VegasPete
FanfictionPete recebe uma ligação anônima, uma estranha ao telefone expõe uma traição do seu marido, Vegas. Ao chegar no local indiciado, realmente o encontrou acompanhado, mas será que tudo nessa história é realmente verdade?