Capítulo 3: O terceiro sonho

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✦Notas iniciais✦

Tem mais um sonho, Ochako?!
(Desculpa, esse capítulo ficou maior, mas eu amei ele hehe)

✦Fim das notas iniciais✦


✦✦✦

— AAARGH! SAI DA FRENTE!

BOOM! Tarde demais. A decolagem explosiva de Bakugou pega Uraraka de frente, colando-a em seu peito durante o voo. Não conseguindo frear o impulso, ele a agarrou com sua manopla, uma vez que a garota não reagiu, atordoada com o impacto. Ambos rolam por várias vezes no chão até que o explosivo parou estatelado, com ela envolta em seus membros protegendo-a de qualquer arranhão e amortecendo a queda com seu corpo. O grande problema é que eles caíram em meio a uma via expressa, e, meio zonzo, Bakugou teve apenas tempo de jogar a heroína para o lado com tudo, antes de ser atropelado por um caminhão de pequeno porte que trafegava na via.

— BAKUGOU!?!?! — Por reflexo, ela age, deslocando o caminhão com sua gravidade zero e correndo para o herói ferido, que aparentemente ficou desacordado, pois se não, já estaria xingando a uma altura dessas.

Ela pediu reforços de emergência com seu comunicador de orelha e... seu coração travou ao ver o estado dele: O caminhão esmagou a grande manopla de seu uniforme, espalhando fluidos explosivos e peças retorcidas por todo o braço esquerdo dele, aparentemente triturado em alguns pontos. E como se não bastasse, a perna dele estava visivelmente numa posição muito estranha.

✦✦✦

O noticiário esclareceu os acontecimentos da semana anterior: Uma gangue havia organizado um ataque de larga escala, roubando lojas e aterrorizando pessoas da rua mais movimentada de Tokyo, em Shibuya. O propósito da investida era fazer os heróis errarem em um palco televisionado. O número de vítimas correndo em meio ao caos criavam obstáculos vivos para os profissionais, e foi justo a ProHero da gravidade a ser pega de surpresa enquanto evacuava alguns civis sendo covardemente empurrada na trajetória do ataque de Bakugou. Cenas do encontrão deles e do atropelamento não paravam de passar em todos os canais, fazendo o herói urrar de raiva na sala de seu apartamento:

— Oe, Kirishima! Desliga essa merda de televisão! MAS QUE PORRA!

— Calma cara, estresse não faz bem pra sua recuperação. Olha, fiz o café. — A cena do Cabelo de Merda de avental e sem camisa carregando uma bandeja certamente não ajudava no humor de seu amigo.

— Dá pra colocar a merda de uma camiseta? Tá parecendo um puta de bordel!

— Não fique tímido, Bakugou. Sei que não sou a esposa que você sonhou, mas tô dando meu melhor aqui! — Caçoou o ruivo, com um sorriso divertido nos lábios — Aliás, a vista por aqui vai melhorar bastante... Uraraka vem pra jantar!

— O que aquela idiota quer?

— Não seja grosso. Ela me liga no mínimo 3 vezes por dia pra saber como você está e se precisa de algo... Ela tá se sentindo culpada, tenta ser legal, beleza?! Eu sei que você consegue.

A carranca de Katsuki fez questão de se manter pelo resto da tediosa tarde. Ficar de licença por 30 dias era a última coisa que ele queria no mundo. Mesmo com toda ajuda médica, peculiaridades de cura e afins, as inervações e ligamentos essenciais para o uso de sua individualidade precisavam de tempo para se recuperarem sem sequelas. Tempo que ele simplesmente não poderia suportar perder ali, deitado em uma cama adaptada no meio da sua sala, com suportes para sua perna e braço.

Ao cair da noite, a maldita campainha tocou, e ele não pôde deixar de sentir ódio em ter que ser social com a culpada de seu estado. "Nem tão culpada, eu que fui o maldito inútil que não conseguiu nem desviar".

Efeito BorboletaOnde histórias criam vida. Descubra agora