2. Ato: Pertencer.

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Oi! Sentiram a minha falta? Aproveitem a leitura, e por favor são só as vozes da minha cabeça tá? Vamos lá!

Os anos foram passando e Rosamaria e Naiane foram estreitando ainda mais os laços de amizade, com a maturidade que tinham devido à idade adulta entenderam que poderiam continuar tranquilamente com o caso indefinido que mantinham desde a adolescência, desde que estivessem solteiras e que tivessem vontade, é claro. Isso foi acontecendo no passar dos anos e se intensificou em 2018/19 quando ambas jogavam em times brasileiros ainda e tinham mais facilidade para os encontros causais, apesar de suas agendas. Rosa e Naiane jogaram juntas por uma temporada no Minas Tênis Clube, e a proximidade e a vontade de estar juntas só cresceu com essas facilidades. Mas foi em abril de 2019, que as coisas entre as duas se estreitaram um pouco mais, precisamente quando Rosamaria jogava no Praia Clube de Uberlândia e Naiane defendia o Sesi Vôlei Bauru.

O aniversário de Rosamaria era naquele final de semana, e ela ia comemorar junto com a amiga e companheira de equipe na seleção e no Praia, Ana Carolina. Visto que a central fazia aniversário um dia antes dela e elas praticamente tinham o mesmo grupo de amigas e pessoas queridas para se estar junto em uma data como aquela. A comemoração não poderia ter sido melhor, repleta de gente bonita, jovem, danças e felicitações das mais variadas, Rosa e Carol souberam dividir a atenção entre todos os convidados, mas uma em especial fez a oposta se emocionar com facilidade, Naiane por algum motivo não poderia estar na festa na data confirmada, entretanto deu um jeitinho e apareceu quase que de surpresa só para dar um abraço nas aniversariantes. Carolana recebeu o abraço e o carinho alegre, dando pulinhos bem do seu jeito característico. Já Rosamaria recebeu o abraço apertado e forte, como se não quisesse sair dali para qualquer outro lugar, era o abraço da sua melhor amiga, afinal. Naiane lhe disse as melhores e mais bonitas coisas em seu ouvido e deixou um beijo em seu rosto antes de se separar devagar.

A festa seguiu e Naiane conseguiu ficar mais do que o esperado, para a felicidade das aniversariantes, pois ela sabia bem como comemorar a vida, sempre foi animada e festiva, ali não seria diferente. Com o avançar das horas, ela procurou Rosamaria e Carol para tirarem fotos, que mais tarde seriam publicadas em alguma rede social celebrando as amigas. Tiraram então algumas fotografias e começou a despedida, de fato Naiane precisava ir embora, tinha outros compromissos para dar conta, mas ao mesmo tempo em que se despedia, não queria ir sem poder estar junto de Rosa longe do mar de gente na festa.

— Se eu te disser que não estava com saudades, vou pecar pela mentira. — Naiane explanou assim que já estavam acomodadas em um lugar "seguro".

Quase que imediatamente após todas as despedidas serem feitas, Naiane arrastou Rosamaria pelas mãos até o andar de cima da casa em que estavam e aproveitaram mais alguns abraços, um pouco mais calorosos, do que os que poderiam dar se estivessem em público.

— E se o seu pecado fosse só pela mentira, estaria ótimo. — Rosamaria respondeu com ar de comédia e voltou a abraçar a amiga pelos ombros. — Você está tão linda, como pode? — Sussurrou ante o ouvido da paraense, que sorriu em resposta ao elogio e se desvencilhou dos braços da aniversariante.

— Eu não sei, nasci linda. Não sei o que houve! — Devolveu rindo e dando de ombros. — Você não é muito diferente, né? Um absurdo de beleza.

Naiane levou uma de suas mãos até o rosto de Rosamaria e iniciou um carinho calmo por toda parte do local, se demorando um pouco nos lábios convidativos e rosados da outra. Rosa arfou ao toque sutil da levantadora, talvez não fizesse ideia da saudade crescente que estava sentindo dela, não é como se nunca se vissem, afinal São Paulo e Minas Gerais são vizinhos, mas mesmo assim elas não tinham essa flexibilidade para ir e vir como bem entendiam durante a temporada, e quando se viam, era para jogar contra dentro das quadras. Rosa se permitiu aproveitar um pouco mais do carinho que lhe era dedicado, Naiane agora acariciava suas bochechas e com a outra mão segurava firme nas mãos da oposta entrelaçando seus dedos. Estavam em um lugar seguro, longe dos perigos dos olhares das pessoas do lado de fora, ansiavam um carinho mais efusivo, Rosamaria deu meio passo à frente, colando seu rosto ao rosto da levantadora, depois de encarar seus olhos escuros e puxados, a loira fechou os seus próprios por um instante, antes de dar um beijo casto no nariz da outra, a fazendo rir baixo, Naiane apertou ainda mais seus dedos nos de sua amiga e desceu a sua mão que antes fazia muitos carinhos, para a lateral de seu corpo. Rosamaria, agora de olhos bem abertos, deu outro beijo arrastado na face direita da amiga, foi vez de Naiane arfar, ao sentir que despretensiosamente, os dentes da sua amiga a morderam de leve na região. Os olhos puxados se fecharam, ao sentir um outro beijo com mordida na região de seu maxilar. Rosamaria se afastou por um instante e levou sua mão direita para os cabelos caídos da levantadora sobre seu colo. Naiane reclamou a ausência do calor de sua amiga, ainda de olhos fechados e Rosamaria, lhe deu uma ordem direta:

3 ATOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora