3. Ato: Conviver.

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Oie! Último(?) ato, demorou mais saiu... Espero que vocês gostem das vozes da minha cabeça.

Aí a temporada de seleções... Era o momento propício para rever as amizades de dentro e de fora do vôlei, de reencontrar a família e os amigos e de se reaproximar de quem a saudade gritava pela falta. Não é como se elas já não estivessem acostumadas, sempre foi assim no mesmo país e ou estados diferentes e agora depois de anos, no mesmo continente só que em países diferentes. Quer dizer, não mais, uma vez que uma delas tinha sido repatriada e estava de volta para casa, ou quase isso, já que residia em São Paulo, e agora iria jogar no Esporte Clube Pinheiros.  Naiane mudou muito desde sua ida para a Polônia, desde costumes até a sua vida pessoal, uma vez que ela voltou para o Brasil solteira, não que lá ela já não estivesse há um certo tempo. Entretanto voltar para casa também a trouxe de volta para o convívio de pessoas do mesmo ciclo de amizade de Ana Luiza e que os céus perdoassem, mas não adianta, não saberia lidar muito bem com a possibilidade de ter a presença de sua ex-noiva nos mesmos lugares que a partir de agora ocupará.

Estar em São Paulo trazia inúmeras lembranças, de quando jogava pelo tradicional Osasco, de suas colegas de clube e de suas andanças sozinha pela cidade apenas com o intuito de entreter a si mesma depois de um dia cansativo de treino ou estressante por qualquer outra coisa. E também a lembrava de Rosamaria, a amiga nunca jogou na cidade, mas nunca deixou de estar lá caso ela pudesse e caso a própria Naiane precisasse, e caramba... Como a presença da catarinense estava lhe fazendo falta, sabia que ela chegaria em três dias e que essa saudade poderia ser aplacada, entretanto não conseguia sentir menos, queria que a Itália estivesse na mesma distância do Rio de Janeiro, para que ela pudesse correr até lá e conversar tudo o que precisava ser dito com a sua amiga. Infelizmente não era possível e ela ia ter que esperar. Elas iriam para o aniversário de Carol Gattaz no final de semana, o que com certeza acarretaria em um encontro desavisado com Ana, e ela não ia ter como não viver isso, mas a presença de Rosamaria a ajudaria a lidar com a situação. E quem Naiane queria enganar? Também estava contando as horas para beijar a boca da amiga e quem sabe repetir a dose da última vez que se encontraram, sendo agora no conforto de sua casa, uma vez que Rosamaria seria sua hóspede.

A tarde já caía nublada na capital paulista e a paraense foi tirada de seu torpor pelo barulho estridente do interfone tocando em sua cozinha, sua vontade era de ignorar, mas sabia que se não atendesse o porteiro não iria desistir tão fácil. Que fosse só uma encomenda, e que ele pudesse colocar no elevador, ela se arrastaria até lá para pega-lá. Qual não foi a sua surpresa ao ser informada de que não era alguma coisa e sim alguém? Liberou a entrada e voltou arrastando os pés no chão para a sala, a fim de esperar que a campainha tocasse trazendo a sua visita inesperada para aquele dia. O barulho estridente da vez foi de sua campainha e todo aquele bip já estava lhe tirando o pouco da paciência, novamente se arrastou até a porta e abriu dando de cara com visita e uma mala média cinza ao seu lado.

— O que você está fazendo aqui? — Sua voz saiu carregada de dúvida, mas mesmo assim deixou que ela entrasse arrastando sua mala.

— Ué? É assim que você me recebe? — A catarinense devolveu duvidosa e parou a meio passo do meio da sala.

— Claro que não, — Naiane se esforçou e deu meio sorriso — é porque a gente tinha combinado que você chegaria daqui dois dias. 

— Tá! — A loira soltou a alça de sua mala e fez um movimento com as duas mãos batendo nas coxas — Mas você está esperando alguém? Se estiver eu posso ir para um hotel, só você me dizer. — Seu tom era desconfortável e isso foi percebido pela anfitriã.

— Não! Fica aqui, esse é o combinado, — Naiane suspirou — eu só realmente não estava esperando. — Baixou os ombros como quem estivesse baixando a guarda em um pedido de desculpas silencioso.

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