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Elsa Summers

Quando me levantei o despertador ainda não tinha tocado, na verdade, meu celular me assustou quando começou a vibrar assim que me sentei no colchão.

Hoje tenho que estar no ring de patinação de gelo antes das nove, porém, jamais sairia de casa sem tomar meu café da manhã reforçado.

Às vezes fico conversando com as mães das meninas, ou vou direto pra faculdade quando temos alguma aula extra. Meus dias em resumo são tranquilos.

Me levanto arrumando a cama e me arrasto até o banheiro para escovar dente e tomar um banho. Mesmo no frio ou no calor eu geralmente tomo banhos gelados. Odeio a sensação da água quente caindo na minha pele, como se imediatamente retirasse toda a hidratação.

Visto um casaco bege e uma calça jeans escura, acompanhando meu mocassin preto. E pego todas as minhas coisas que já estavam bem organizadas.

Quando saio do meu apartamento e abro o elevador, dou de frente com um gato laranja estático enquanto se olhava no espelho do elevador. Entro ao lado dele e em seguida antes que eu apertasse para o andar o elevador já desce rumo ao segundo andar. Aperto para o térreo e vejo que o gato tinha uma coleira, muito delicada.

Pego o bichano no colo, percebendo que era bem dócil e vejo a coleira.

— Molly. — Abro um sorriso ao ler o nome da gatinha e tiro foto da parte de trás com o número do dono, vou ligar caso tenha perdido no prédio.

Assim que disco o número, caso o dono me atendesse agora, o telefone começa a tocar e a porta do elevador se abre no segundo andar.

Escuto o som de um celular tocando e quando olho para frente observo a imagem da ruiva com os olhos marejados, ainda vestindo um pijama.

— Molly, ah meu Deus! — Ela avança para pegar a gata, mas freia quando precisa entrar no elevador.

Como se tivesse medo de que ele despencasasse.

Entrego a gata no seu colo e a ruiva enche a bichinha de beijinhos, Molly era uma gata laranja onde havia mais pelo do que a gata propriamente dita. Uma graça.

— Ela estava no elevador quando entrei...

— Obrigada... Ela geralmente não precisa de guia ou qualquer outra coisa, sempre me acompanha, mas umas crianças acabou passando e assustaram ela correndo atrás para pegar. Ela entrou no elevador bem no momento em que ele subiu para o sexto andar.

Percebo pelo estado ofegante e o cabelo desarrumado que ela provavelmente correu atrás da gata... Pelo menos até chegar no elevador.

— Que bom que encontrei ela, não é? — Comento e a ruiva concorda com a cabeça. — Molly é muito meiga. — Elogio e um pequeno sorriso se abre nos lábios da ruiva.

— Obrigada. — Diz e seu celular começa a tocar mais uma vez, ela atende e em seguida se afasta, sem dar tchau. Dou de ombros e em seguida aperto para o térreo.

Algo nela me instigava. O olhar confuso e até mesmo vazio, que se preenchia quando olhava para Molly.

{...}

— Tia Elsa! — As três garotinhas em que dou aula de patinação vêem correndo assim que percebem minha chegada.

— Oi lindinhas! Como vocês estão? Adorei as roupinhas — Eram trigêmeas e muito, muito parecidas.

— Vou deixar elas aqui e mais tarde a Ashley vêm para buscá-las. Queridas, não esqueçam de avisar a irmã de vocês que o dentista é às duas da tarde. — Avisa e o trio confirma ao mesmo tempo com um balançar de cabeça.

Era Um Adeus Naquele Inverno Onde histórias criam vida. Descubra agora