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Os olhos azuis me fitam de cima a baixo desde que me percebem próxima a Ashley

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Os olhos azuis me fitam de cima a baixo desde que me percebem próxima a Ashley. Elsa segura um patins nas mãos, seu cabelo está preso em um rabo de cavalo, decorado com um laço de fita fina de cetim bege, quase no tom dos seus fios loiros.

É irônica a forma como nunca tínhamos nos visto antes, e agora, parece que Elsa está em cada lugar que eu olhe, em cada canto que eu vá.

— Bloom? Está tudo bem, não é? Podemos ir mais tarde se você quiser esperar — Ashley chama minha atenção, encostando a mão no meu ombro, imediatamente meus olhos fitam a mulher negra e focam ali para evitar que eu enfrentasse a encarada da loira na minha direção.

— Não se preocupe Ash... Eu posso passar lá sozinha, é a minha mãe afinal, o que pode acontecer? — Respondo tentando transparecer confiança e ela me analisa preocupada.

Mesmo que eu fosse a que mais se excluía do grupo, mesmo que eu odeie a sensação de sustentar laços duradouros, ou talvez só tenha medo... É difícil.

Difícil porque as garotas parecem se preocupar, mas eu simplesmente não consigo.

— Ainda bem que a tia doida não vai com a gente — Uma das gêmeas diz, andando na frente, a irmã mais velha lança um olhar de reprovação na direção da garotinha e se afasta com as três menores.

— Algumas crianças podem ser terríveis — Escuto a voz da Elsa mais uma vez, levando minha atenção na sua direção.

— E muito malvadas.

— Precisa de companhia pra ir na casa da sua mãe? Estou livre agora — A frase faz com que minhas sobrancelhas se levantem.

Elsa estava se oferencendo para me acompanhar?

— Ah... você não vai querer entrar no meio de toda essa bagunça.

— Na verdade eu esqueci minha carteira em casa e não vou conseguir pagar o táxi... vou aceitar uma carona — Brinca pegando suas coisas e guarda os patins numa espécie de bolsa, protegendo o ferrinho que não sei se tem nome específico com um tipo de capa.

Eu não sabia nada de patinação.

— Tá... — Apenas essa sílaba consegue sair dos meus lábios, enquanto Elsa começa a caminhar na direção da saída.

— E como está a Molly? Não fugiu de novo, né? É tão dócil que até eu teria ficado com ela. — O comentário faz com que eu me assustasse.

— Você roubaria minha filha? — Elsa começa a rir, me deixando confusa.

Até mesmo porque, ainda não tinha visto esse lado tão aberto dela. Ou não tinha percebido.

— Já vai, Summers? Da próxima traga muffins de amora! — Um senhor que cuida da distribuição de patins grita de longe e Elsa sorri, acenando com a destra.

Era Um Adeus Naquele Inverno Onde histórias criam vida. Descubra agora