Licurici (Charlie Wesley/Harry/Draco)

Parte Um: agosto de 94, julho de 97, maio de 98

Licurici : Substantivo Romeno (Vaga-Lume) 

🔴Isenção de responsabilidade: esta história começa com as primeiras interações de Charlie com Harry em 1994, quando Harry tinha quatorze anos e Charlie tinha vinte e dois. Charlie admira e se sente protetor de Harry, mas seus sentimentos não se tornam românticos até que Harry tenha dezessete anos, e não são postos em prática até que Harry tenha dezoito (e Charlie tenha vinte e seis). No entanto, se essa diferença de idade te incomoda, essa pode não ser a fic para você.

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Agosto de 1994

O primeiro pensamento que passou pela cabeça de Charlie quando conheceu Harry Potter foi simplesmente: adorável.

O Mundo Mágico com certeza fez barulho por causa desse adolescente magricela e desajeitado. Seu cabelo escuro e encaracolado estava uma bagunça, suas roupas eram grandes demais - não que Charlie tivesse espaço para falar, é claro, como sua mãe adorava lembrá-lo. E nos primeiros dias de sua estada na Toca naquele verão, Harry ficou quieto e discreto, nervoso e maravilhado, desabrochando muito lentamente em meio à profusão de cores e barulho que era a família Weasley, como se estivesse reaprendendo a lidar com o espaço.

Charlie tinha visto comportamento semelhante em dragões resgatados de jaulas, quando eram levados ao santuário.

Isso o deixou curioso. Isso o fez observar Harry de perto, como faria com um novo dragão. Harry parecia observá-lo de volta - Charlie podia sentir seu olhar demorado nele sempre que ele entrava em uma sala, e notou como a frase de Harry gaguejava em distração, como ele se calava e ficava ainda mais quieto na presença de Charlie. Apertado, tenso, uma leve sensação de asfixia na parte de trás da cabeça de Charlie.

Como um dragão, quando nunca experimentou a compaixão de um mago.

Charlie até puxou Ron de lado para perguntar se Harry estava bem, se Charlie estava fazendo alguma coisa para deixá-lo desconfortável, o que Ron negou veementemente.

"É assim todo verão," Ron disse com um encolher de ombros. "Dê a ele alguns dias. Normalmente não consigo fazê-lo calar a boca, mas demora um pouco para ele voltar a ser ele mesmo."

Charlie poderia dizer que havia mais por trás dessa declaração, pelo olhar sombrio e protetor nos olhos de Ron, mas ele não queria se intrometer. Ele se lembrava de sentir isso de Bill, quando ele era criança, sempre que os outros alunos falavam sobre Charlie pelas costas.

Ele tentou o seu melhor para fazer Harry se sentir confortável. Seguro.

Com certeza, alguns dias depois, Harry estava rindo mais, ficando mais ereto, seus olhos verdes brilhando de emoção com a aproximação da Copa Mundial de Quadribol.

E quando Ron mencionou o nome de Malfoy de improviso, enquanto todos descansavam no jardim depois do jantar, Harry ganhou vida .

Charlie nunca tinha ouvido falar de um garoto de quatorze anos com um "inimigo", como Fred o chamava com um sorriso perigosamente alegre, mas ele supôs que havia muito sobre o Menino que Sobreviveu que ele não entenderia.

Era apenas isso - quando Charlie pensava no inimigo de Harry Potter, ele pensava no bruxo que havia assassinado os pais de Harry e continuava tentando matá-lo. Não outro adolescente, com ideais fanáticos de supremacia de sangue puro e uma família desagradável e rica, e provavelmente a mesma quantidade de odor corporal, acne e hormônios em fúria que qualquer outro garoto de quatorze anos naquela escola.

Charlie tinha sido um, uma vez, não muito tempo atrás. Ele tinha apenas vinte e dois anos. Lembrou-se da dolorosa estranheza, da auto-importância inflada, da sensação de que tudo era ao mesmo tempo grande demais e insuficiente, especialmente ele mesmo, especialmente seus sentimentos. Ele evitou tudo isso tanto quanto possível, preferindo passar seu tempo com Hagrid, ajudando a cuidar das criaturas quando não estava estudando ou no campo de Quadribol. Ele pode não ter sido capaz de ver os testrálios ou tocar os unicórnios, mas eles certamente nunca perguntaram o que ele queria fazer da vida depois de Hogwarts, ou o que ele achava de Mindy Barnes em Hufflepuff, ou se Bill era solteiro e se então, ele poderia passar esta nota adiante?