Parte Quatro: Julho de 2001 (19)

179 28 7
                                    


julho de 2001

Harry resmungou e estremeceu enquanto lutava para se erguer no balcão da cozinha. Ele pegou sua varinha, como se fosse realmente tentar levitar a si mesmo, então Charlie riu, agachou-se e passou os braços em volta das coxas de Harry, levantando-o facilmente sobre a bancada, antes que qualquer catástrofe mágica pudesse ocorrer em sua cozinha.

Harry engasgou um pouco e se agarrou aos ombros de Charlie, prendendo seus tornozelos atrás das costas de Charlie, prendendo-o entre suas pernas.

"Eu tenho que fazer o café da manhã para você, você sabe," Charlie brincou, escovando seus narizes. "Você vai ter que me deixar ir se quiser café."

Harry ignorou isso, puxando Charlie para perto e beijando-o, um pouco desesperado. Charlie afundou nele com indulgência, esfregando as mãos sobre as coxas nuas e musculosas de Harry.

Charlie adorava sua cozinha - à luz diáfana e lilás do amanhecer, à luz dourada da noite, banhada pelo sol de uma tarde de verão. Ele adorava a aparência de Harry sentado em seu balcão, a maneira como o sol nascente parecia cumprimentá-lo antes de qualquer outra coisa. Ele adorava o jeito que seus amigos e família pareciam reunidos ali durante o dia, e o jeito que Draco brilhava sob suas lâmpadas à noite.

"São as pessoas que fazem de um lugar um lar." Ele estava começando a entender o que aquilo significava.

Ainda mais lar com Andrei aqui, ainda dormindo profundamente no quarto de hóspedes.

O estômago de Harry roncou alto e Charlie riu enquanto se afastava, deixando um único beijo no nariz de Harry. Harry franziu a testa petulantemente, e Charlie tentou não rir de novo; ele nunca tinha visto Harry tão mal-humorado.

"Sabe," Charlie disse baixinho, desvencilhando-se das pernas de Harry, "você não parecia se importar muito com ele, antes de conhecê-lo."

Ele não precisava esclarecer quem - Harry estava irritado, ciumento e pegajoso desde o momento em que Andrei chegou. Era estupidamente cativante, mas Charlie preferia preservar sua felicidade. E, claro, ele preferiria que seu melhor amigo e seu namorado se dessem bem.

Harry suspirou e recostou-se em sua mão.

"Eu não me importo com ele", disse Harry, então até ele teve que rir da audácia de tentar mentir para Charlie. "Eu só - você pode me culpar por estar chateado com o fato de seu ex aparecer sem avisar para ficar por alguns dias?"

Charlie levantou a cabeça, sua espátula parando na frigideira. "Ele não é meu ex."

Harry levantou uma sobrancelha.

Charlie franziu a testa. "Ele não é", ele insistiu. "Ele disse a você que era meu ex, ou algo assim?"

"Ele chamou você de 'meu Charlie'", disse Harry, e Charlie tentou muito não rir de novo.

"Da mesma forma que minha família chama você de 'meu Harry", disse ele, e Harry zombou, mas Charlie continuou. "Ele é como uma família para mim, Harry. Imagino que ele tenha sido um pouco protetor quando você apareceu no santuário.

"Possessivo."

" Protetor ," Charlie corrigiu com firmeza, servindo os ovos em fatias de torrada. Ele entregou um prato para Harry, antes de começar a servir o café. "E tudo o que você disse a ele deve tê-lo convencido de suas virtudes, porque uma vez que você saiu, ele estava insistindo para eu ir com você."

O canto da boca de Harry se curvou duvidosamente.

"É verdade", acrescentou Charlie. "Ele me sentou, passou por toda a papelada comigo. Até arranjou a Chave de Portal, que ele adora fazer." Ele se acomodou entre as pernas de Harry novamente, esperando que o café ficasse em infusão, cutucando o prato de Harry. "Ele é meu maior apoiador. Meu melhor amigo."

Licurici  (Charlie Wesley/Harry/Draco)Onde histórias criam vida. Descubra agora