Junho de 2001
A cauda pontiaguda de Eva batia no chão de madeira em frente à lareira ardente, contraindo-se suavemente enquanto ela sonhava. Charlie não tinha ideia de como era confortável dormir de barriga para cima na frente de uma chama aberta, especialmente com os espinhos nas costas, mas esta era a primeira bola de fogo chinesa que ele mesmo chocava. Talvez fosse assim que todos dormiam.
Talvez ele só estivesse questionando porque ela insistia que ele se deitasse no chão ao lado dela, o que era decididamente desconfortável para um ser humano.
Ela já estava ficando grande demais para o chalé; aproximadamente do tamanho de um Dogue Alemão. Um cão dinamarquês de coluna com chifres, que ocasionalmente soltava fogo e insistia para que Charlie lhe fizesse companhia durante os cochilos de socialização interna.
Enquanto Harry lhe fazia companhia, esparramado confortavelmente na poltrona de Charlie com o pé de meia no chão, permitindo que Charlie envolvesse a mão em seu tornozelo quente, ancorando os dois.
Charlie se recusou a admitir para si mesmo que estava se agarrando, segurando-o para impedi-lo de partir novamente.
O rosto de Harry estava concentrado, sua varinha apontada para um pequeno feixe flutuante de fios de couro na frente dele. Charlie olhou descaradamente, observando a sombra de sua mandíbula, a bagunça indomável de seu cabelo, crescendo a cada dia. Seus óculos estavam um pouco embaçados, mas não podiam embaçar o verde vibrante de seus olhos. Nada poderia.
Depois de uma semana sem visitas e com o mínimo de correspondência, Harry chegara pela manhã, sozinho, servindo-se de café e pegando uma torrada com geléia como se aquela fosse sua casa, sua cozinha. Ele beijou Charlie nervosamente na bochecha, e ao olhar de espanto de Charlie, beijou-o nos lábios, de novo e de novo, até que acabou sem camisa no colo de Charlie.
E Charlie apenas ficou olhando, certo de que estava sonhando. Eles compartilharam o brinde, e Charlie o segurou com força, e se Harry notou, ele não mencionou.
Harry também se recusou a colocar a camisa de volta, o que Charlie atribuiu ao fato de que ele teve um incêndio em junho. Provavelmente estava muito quente, e Charlie só teve que lidar com a visão do peito nu de Harry, radiante e musculoso, e a maciez de seu abdômen quando ele se acomodou na poltrona, irritantemente palpável.
Completamente em casa.
Charlie não perguntou onde Draco estava, e Harry não disse. Eva parecia indiferente a Harry em geral - ela aceitava suas curiosas afeições, mas preferia incomodar Charlie por carne.
"Charlie", disse Harry, quebrando o silêncio. Ele girou o bracelete lentamente com sua varinha, olhando para Charlie, um pouco preocupado. Ele estava um pouco preocupado o dia todo, na verdade - esperando por algo.
"Harry."
"Como você sabe quando... quando você empurrou um dragão longe demais?"
"Quando ele ataca ou foge." Charlie levantou uma sobrancelha. "Eles te avisam bem rápido. Por que?"
Harry finalmente olhou para ele, ainda girando a varinha distraidamente. Ele olhou pensativo, respirando fundo.
"E o que você faz quando isso acontece?"
"Dê espaço e um lugar seguro para ir", disse Charlie. "O que é isso, Harry?"
Harry ficou em silêncio por um momento. Nervoso, culpado, determinado.
"Sinto muito por termos saído tão rápido", disse ele, devagar e com cuidado, e Charlie franziu as sobrancelhas, imaginando como o assunto havia mudado...
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Licurici (Charlie Wesley/Harry/Draco)
FanfictionCharlie queria Harry, mas nunca planejou tê-lo. Ele também nunca planejou Draco Malfoy. Ele não tinha planejado nada além de viver seus dias na Romênia, com seus amigos e seus dragões e sua distância segura e pacífica. Aparentemente, não era um plan...