chapter seven - emotional bonds

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(Celeste-doze anos)

Falta uma semana, uma semana para tudo acontecer.

Em sete dias meu plano vai acontecer.

-Celeste, pode fazer ela dormir?

-Posso sim- seguro mais forte a criança em meus braços- vamos dormir bebê- começo a me mexer lentamente, com o intuito de fazê-la dormir-Shi, shi, shi- a neném vai se acomodando no meu colo, aos poucos fechando os olhos.

Tento ficar aqui no berçário sempre que posso, sempre que estou livre. Gosto de dar atenção para as crianças daqui, eu já fui uma delas. As enfermeiras são poucas e nem sempre podem dar atenção para todas as crianças. Eu gosto de crianças, e ficar no berçário me lembra da época que eu corria de fralda aqui, quando eu tentava sair para ir atrás do Will, e das vezes que eu chorava de propósito para ter um pouquinho de atenção só pra mim, pode parecer egoísta, mas eu era só mais uma criança do berçário cheio de crianças. Passei a ficar nos dormitórios quando tinha oito anos, ficava no do Will, mas algumas agentes achavam que eu precisava de privacidade ou de companhia feminina, e assim eu fui de dormitório em dormitório, só ao completar dez anos eu pude ter um dormitório só para mim, é pequeno mas é meu.

Observo a bebê em meus braços dormir calmamente, a coloco cuidadosamente no berço com seu nome. Olho ao lado, outro bebê está com as bochechas vermelhas se preparando para começar a berrar, o seguro em meus braços antes que ele abra a boca e acorde a maioria das crianças. É um menino, ele parece gostar da atenção que está recebendo.

-Oi bebê, está com sono- sussurro - vamos mimir- observo sua boquinha abrir em um bocejo, até nisso eles são tão fofos- shi, shi, shi

Me sento em uma cadeira de balanço da sala, ele parece lutar contra o sono, mas ele vai perder.

Não demora vinte minutos para que ele perca a luta contra o sono, é uma das coisas mais lindas que tem, eles dormem com tanta calma.

Deixo ele com cuidado em seu berço. E sinto uma mão em meu ombro.

-Obrigada Celeste, pode ir eles vão dormir agora- assinto positivamente- volte sempre

Me retiro silenciosamente do berçário. Me dirijo até o ambulatório, vou precisar de algumas coisas de lá.

Bato na porta, várias vezes. Quando percebo que ninguém vai abrir. Entro sem que ninguém esteja na sala.

O ambulatório não é grande, e eu já vim aqui. Só preciso ler algumas bulas de remédio.

Sinseramente essa parte é meio desnecessária, mas é sempre bom prevenir do que remediar. Não custa nada.

Procuro rapidamente pelas gavetas mas não tenho sucesso. Onde está? Começo a me assustar, eu tinha certeza que estava aqui!

Olho pelos armários desesperada.

Aqui! Finalmente!

O sonífero! Finalmente o encontrei. Por mais que ele não seja uma das coisas mais importantes do meu plano talvez ele seja necessário.

Pulo três vezes se pura alegria.

Saio silenciosamente, para que que ninguém perceba que alguém esteve aqui.

Vou bem apressada para o meu dormitório.

Ao entrar deixo um suspiro pesado sair, minha respiração está ofegante, e minhas mãos estão tremendo. Eu não devia ter feito isso, mas já está feito, vai ser preciso. Quando tudo der certo não vou precisar me preocupar.

Guardo rapidamente o sonífero na gaveta da cabiseira, ninguém mexe lá.

Me jogo na cama aliviada. Caso eu fosse pega meu plano estaria por água abaixo. Mas deu tudo certo.

Não demora muito para dar o horário que Will chega do almoço.

Ouço batidas na porta, ando animada até a porta. Mas quando abro...

-O que você está fazendo aqui? - falo seca

-Vim te ver amiga- diz Clarice com um tom animado

-Clarice, sinseramente quando você vai entender que você não é minha amiga. E você sabe bem os motivos - odeio quando as pessoas sabem que erraram, sabem o fizeram, e preferem fingir que não sabem de nada- então por favor...

-Mas, eu nem me expliquei!

-Clarice você fala mal de mim pelas costas, motivo...inveja- falo com um tom falsa surpresa

-Você se acha boa de mais, isso sim, eu tava tentando me enturmar, e poucas pessoas da turma gostam de você, eu não tinha opção

-Eu fui a primeira que acolheu! E eu não ligo pro que os outros falam de mim, até por que eles não são meus amigos. Você foi pra mim uma amiga, e me traiu. Quem garante que não vai fazer de novo?

-Celeste, você acha mesmo que eu vou deixar vários amigos de lado, só por uma menina que é metida? - ela finalmente mostra quem é - sinsera...

-Então por que veio até aqui?

-Ainda tinha esperanças de você não ser tão orgulhosa e me perdoar - quem ela acha que é pra falar assim de mim, não vou me rebaixar a esse ponto, manter a calma é melhor

-Bom, se é assim, pode ir. Não lhe recomendo voltar- falo com um falso sorriso, o qual lhe causa raiva

Ela me dá as costas e vai embora, espero que ela não volte, ela não vale a pena.

Volto para cama, a espera de Will. Mas acabo perdendo pelo cansaço, o treino foi cansativo hoje, uns minutinhos não faz mal.
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Acordo sentindo um cafune gostoso na minha cabeça, isso é tão bom.

-Will- falei sonolenta

-Oi, pequena

-Para, eu não sou tão pequena

Ele ri um pouco, talvez com razão, eu não sou muito alta.

-Tudo bem. Oi alta

Jogo meu travesseiro nele.

-Foi no berçário?

-Fui sim, por que?

-Sempre achei bonita essa sua gentileza com as enfermeiras de lá

-Elas já cuidaram de mim, é o mínimo

Ele passa a mão na minha cabeça novamente, esse toque é muito reconfortante, é uma coisa nossa.

-Will

-Pode falar

-Você- paro de falar, isso é meio complicado de falar, tento encontrar as melhores palavras possíveis- já pensou em ter filhos?

-Eu tenho você Celeste, isso já basta pra mim

-Mas sei lá, nunca quis uma criança sua, com o seu sangue, feita com a pessoa certa?

-Celeste, está perguntando se eu já me apaixonei ao ponto querer ter uma família?

-Talvez...

-Bem, eu acho que não. Mas como eu já disse, eu tenho você. Pode não ter o meu sangue, mas, é minha filha, mesmo que não biologicamente. Celeste, você é o ser vivo que eu mais amo neste universo, eu daria minha vida pra lhe proteger, você é o meu mundo, é a síntese de tudo que eu amo- ele acaricia minha cabeça novamente- não dúvide disso. Eu amo você filha

Eu não perco tempo e o abraço, mais forte do que pensei.

Sempre tive dúvidas, se Will se apaixonasse e quisesse filhos, e se ele não me quisesse mais quando tivesse seus filhos. Mas acredito de essa confissão prova que mesmo que tenhamos ligação biológica, criamos um elo muito forte um com o outro, algo que ninguém pode destruir, algo nosso.

-Eu te amo pai

...

(Notas da autora)

Oie! Esse capítulo não teve música porque eu não achei nenhuma que combinasse com ele. Se alguém achar me avisa kkk.

O vocês acharam desse cap???

Não esqueçam de votar no capítulo, isso ajuda muito para que a história cresça!!!


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