chapter three - good times

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"Construímos memórias que sabíamos que nunca desapareceriam"

~The Nigths - Avicii~

(Celeste - doze anos)

Apago novamente o meu "plano". Escrever isso é mais difícil do que parece. Dá até preguiça, mas se eu quiser ser recrutada como agente logo preciso praticar.

Passo discretamente pelos setores. Uma vantagem de ter crescido aqui, eu conheço esse lugar melhor do que ninguém.

Chego bem perto do meu objetivo. Passar pelos corredores foi fácil, passar pela segurança é a parte menos fácil. Por sorte estudei o prédio por meses, decorei os horários da troca de turno. Espero escondida entre as paredes. Cinco minutos de passam. Os guardas finalmente saem, me preparo para abrir a porta do teto, a porta que leva para o meu destino: a praia de fora daqui. Nunca sai desse lugar, todos que saem falam de forma rápida. Preciso conhecer melhor cada detalhe eu mesma.

Seguro a maçaneta, dou meu último suspiro.

-O que está fazendo Celeste ?

Meu corpo se arrepia.

-Will?

Viro a cabeça, é ele mesmo. Ele está de braços cruzados me olhando.

-Eu só...

-Celeste quantas vezes já pedi para que não esconder nada de mim

-Mas pai...

-Vem- ele mesmo sobe a pequena escada e chega na porta. Abrindo. Ele estende a mão para mim- não queria sair ?

Seguro sua mão. Ele sai, e eu logo em seguida.

Em doze anos, em doze anos eu nunca tinha saído daqui.

A paisagem é magnífica. A areia brilha? O sol é tão mais bonito, o mar! O mar é algo indescritível.

Meus olhos se arregalam, cubro a boca com as mãos.

-Era só me falar

Will me tira do transe. Ele está do meu lado, logo o puxo para um abraço.

-Obrigada pai. Eu...eu nunca pensei que fosse tão lindo aqui fora. Prometo lhe compensar

-Celeste- ele faz carinho no meu cabelo- só de ver esses olhos verdes brilhando, já é tudo que eu preciso. O seu sorriso é o mais lindo que eu já vi.

Ele senta na areia, e ma chama para admirar a paisagem com ele.

O por do sol. A coisa mais perfeita que eu já vi.

Sinto a brisa leve balançar meus cabelos, não tão longos.

Olho para Will. Seus cabelos loiros também balançam com o vento.

-Pai

-Diga

-Quando vou poder ir em uma missão com você?

Ele ri um pouco, não de maldade, mas de surpresa. Eu sei que sou nova, mais não tem idade determinada para participar.

-Acho você muito nova. Celeste, missões não são brincadeiras, pessoas morrem, pessoas são mortas, pessoas perdem tudo.

-Eu sei...

-Eu, soube que vai chegar um novo integrante da nossa ala. Se eu me lembro tem a sua idade. Quem sabe você faz uma amizade com a idade mais próxima.

-Sério!!!?

Conversamos por uma meia hora. O tempo parecia passar tão devagar. Queria aproveitar cada segundo, da vista, das sensações, do meu pai.

Will não é meu pai biológico, ele me criou. Fui encontrada na praia, abandonada. Um agente me achou e me levou para ser criada lá.

Eu gosto do meu lar, é divertido, cheio de emoções, treinamentos, e, apesar de um pouco perigoso. Mas Will sempre teve um carinho muito forte comigo, e eu sempre o vi como uma figura paterna. Ele é o meu pai e a pessoa que eu mais amo. Sempre teremos um ao outro nesse mundo.

-Vamos? Precisamos voltar. Já passamos muito tempo fora. Tenho que fazer relatórios e você tem treinamento.

-Tudo bem...

Voltamos para o subsolo.

Will se despede de mim. E eu sigo para sala de treinamento.

-Alunos, hoje o treinamento será em duplas. O objetivo: imobilizar o oponente. A pessoa que conseguir, vence.

Por um segundo me assusto. Sou a mais nova da sala. Todos tem acima de treze anos até dezesseis. Mas, tenho as minhas vantagens.

A instrutora começa a falar os nomes.

-Celeste e Darcy. Vocês serão os primeiros. Se posicionem.

Vou para o meio da sala.

Ao envez de encara meu oponente. Pego um elástico e prendo meu cabelo, mesmo ele sendo bem curto, pode acabar me atrapalhando.

Darcy tem quinze anos, ele é mais alto, até mais forte. Mais ele usa do medo para vencer, essa é a minha primeira vantagem: eu não tenho medo dele.

-Começem!

Darcy se aproxima.

-Pronta baixinha?

O ignoro.

Ele desfere o primeiro golpe. Um soco, mas eu desvio. Ele tenta novamente mas do lado esquerdo, desvio novamente.

-Não é tão lenta? Está quase me impressionado.

Mantenho distância dele, o máximo que posso. Mas ele tenta encurtar.

Darcy desfere mais um chute. Acertaria minha costela direita, mas eu desvio.

Ele rosna de raiva. E começa uma sequência de golpes, mais nao encosta em um fio de cabelo meu.

-Não tem coragem pra me atacar. Pelo visto os livros que você lê não te ensinam a lutar- ele ri debochando.

Tento acertar um soco no lado esquerdo do seu corpo. Mas ele desvia. Tento novamente, só que do lado direito, sem sucesso.

Está dando certo.

-Além de medrosa é fraca. Vou acabar com você

Nesse momento.

Finjo que vou acertar um soco nele. Aproveito sua posição e seu susto recente para escorregar entre suas pernas, eu sou mais agil do que ele. Jogo toda minha força, todo peso do meu corpo em suas costas, e consigo o derrubar. Quando Darcy tenta levantar, preciono meu cotovelo em seu pulmão, o impossibilitando de respirar, quanto mais ele tentar mais difícil vai ficar, ele tenta se mexer mais eu preciono cada vez mais seu pulmão.

A instrutora conta os segundos.

-Solte ele Celeste, você já ganhou a luta.

Me levanto, ouço Darcy tucir.

-Não me subestime mais.

...

(Notas da autora)

Oie! Queridos leitores, gostaria de informar que a história vai ser intercalando entre o passado e o presente da Celeste, assim vocês podem entender os acontecimentos da história e compreender melhor a Celeste.

O que acharam desse cap???

Não esqueçam de votar no capítulo, isso ajuda muito para que a história cresça!!!

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