6 - Presente mais maravilhoso.

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Quanto mais ele corria, menos parecia que ele avançava.

Jun.

JunHui.

Onde você está?

MingHao não sabia ao certo porque sentia aquilo, mas sentia que JunHui precisava de si. Sentia que o outro chinês não estava nada bem e que ele tinha que ajudá-lo.

Sentia seu peito aflito a cada minuto que passava e ele não conseguia encontrar o outro.

De repente, ao virar no corredor da sala de dança, algo lhe chamou a atenção: um pedaço médio, de papel azul com algumas bailarinas, estava caído do lado de fora da lixeira.

Por que algo como aquilo chamara sua atenção, ele não sabia dizer, contudo, quando se viu, já caminhava até lá e pegava o papel.

Ele ofegou ao ver o que estava no verso.

Hao, feliz dia...

Eu gosto de...

Seja m...

Numa caligrafia grande e desalinhada.

A letra de JunHui.

Não era preciso muito para que o Xu a reconhecesse.

Além, é claro, de que "Hao" era seu apelido, sendo Jun um dos poucos que o chamavam assim, pois essa era uma forma íntima e única e nem todos tinham essa intimidade para falar consigo.

MingHao ficou segundos, talvez até minutos inteiros, observando e tentando dar sentido as frases entrecortadas.

Por que Jun deixaria aquilo ali?

Era importante, não era? Por que ele se desfaria dele?

Quem havia rasgado? E por quê?

Onde estaria o outro pedaço?

O que será que ele quis dizer? Quais frases quis formar?

A agonia de não obter respostas estava ameaçando sobrepujá-lo.

Reunindo coragem, MingHao ergueu o olhar e foi quando percebeu que a lata de lixo estava aberta e, curiosamente ou não, havia mais três pedaços que se encaixavam perfeitamente ao que ele segurava em mãos.

Triste, chateado consigo mesmo, o Xu lançou mão deles e tentou dar sentido as frases. Quando as encaixou, ele soluçou arrependido.

Jun era tudo o que sempre quis e agora que o tinha, o perdera. Tudo por sua culpa e erro.

Sem querer perder mais tempo, pois precisava achá-lo, MingHao olhou para os lados e, percebendo onde encontrara o cartão rasgado, só havia um lugar para o qual Jun poderia ter ido.

Apressado, ele guardou os pedaços no bolso e correu para a última sala, abrindo a porta com um estrondo. Ele quase a derrubara, na verdade, devido a ter se jogado contra ela para abri-la.

O ocupante da mesma se assustou, pois não esperava por ninguém, que chegou a dar um pulinho na mesa em que estava sentado.

MingHao fechou a porta tão rápido quanto abrira e correu até o Wen, parando em sua frente sem fôlego e se apoiando em seus joelhos, enquanto dizia de forma pausada.

- Graças aos céus! Eu te encontrei!

- Hao?

Jun tinha o tom surpreso, porém logo assumiu um tom frio e se corrigiu. Até mesmo sua postura havia endireitado. Aquilo acendeu algo dentro do Xu, que se endireitou também, após tomar um pouco de ar e respirar longamente.

Heaven's Cloud ↬ SeventeenOnde histórias criam vida. Descubra agora