Capítulo I

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– Nem sei como te agradecer por me cobrir hoje Ben, prometo te recompensar - Me agradecia pela milésima vez a Dra. Sarah Young, enquanto vestia seu sobretudo na sala de descanso dos médicos do Memorial Hospital Elizabeth II.

– Fique tranquila Sarah, me mande notícias do pequeno George e me agradeça na próxima noite de vinhos - Disse enquanto fechava meu armário de onde tirei meu jaleco e estetoscópio - Agora vá, Alex deve estar louco sem saber o que fazer com George. – Digo enquanto apoio o jaleco no meu braço esquerdo.

– Obrigado mais uma vez - Disse enquanto me abraçava e beijava a minha face esquerda - Boa sorte na emergência! - Disse enquanto saia apressada da sala com sua famosa bolsa de madame apoiada no braço direito.

Caminho até o sofá azul de canto e coloco o jaleco e estetoscópio sobre meu colo enquanto sento, olho a hora em meu relógio de pulso e percebo que ainda faltam quinze minutos para ás quatro da tarde, o horário do início do agora meu plantão, apoio minha cabeça no encosto do sofá e respiro fundo, meu dia havia começado ás seis horas da manhã, quando meu turno acabou estava na sala dos médicos me arrumando para ir embora quando Sarah entrou, hoje ela teria um plantão na emergência, percebi logo de cara que tinha algo de errado e ao perguntar ela me contou que George estava doente, por conhecer Sarah desde a residência e ter contribuído para que ela e o enfermeiro mais gato do hospital namorassem e mais tarde casassem, me prontifiquei a assumir o plantão para que ela pudesse ficar com o filho, eu sou o melhor tio daquele garoto e como médico sei que as mães ficam loucas de preocupação com os pequenos.

Sou tirado de meus pensamento ao ouvir o barulho do pager que o hospital nos fornece para comunicação, estou sendo chamado para a emergência, levando apressado vestindo meu jaleco e saio da sala apressado enquanto coloco o estetoscópio apoiado em meu pescoço, por sorte o elevador tinha acabado de chegar no andar em que eu estava, entrei no mesmo e apertei o botão do térreo que é o andar onde esta localizada a emergência, assim que as portas do elevador se abriram percebi o caos que estava, enfermeiras correndo de um lado para o outro, internos perdidos e residentes rindo da desgraça alheia, está na hora de acabar com a festa.

– Suponho que vocês não tenham serviço, não é mesmo? – falo ao me aproximar dos quatro residentes que riam apoiados no balcão de atendimento. – Senhorita Marshall e Senhor Watson leito 4 – Digo assim que pego o tablet e olho rapidamente as informações – E levem a Senhorita Reynolds e o Senhor Phillips – Digo me referindo aos dois internos que vi correndo sem tirar o olho do tablet ainda checando as informações – Senhorita Lee e Senhorita Palmer me acompanhem – Disse me afastando sem precisar olhar para saber que elas me seguiam.

Fomos até o leito 2 onde uma senhora de sessenta e cinco anos estava deitada, ela chegou reclamando de dificuldade em respirar e dores no peito, seu esposo que estava sentado segurando sua mão me olhou com ansiedade assim que percebeu nossa aproximação.

– Boa tarde, como a senhora está se sentindo? – Disse enquanto comecei a examiná-la.

– Ainda está doendo doutor, não consigo respirar direito – Disse com um pouco de dificuldade através da máscara de oxigênio que utilizava.

– Quando foi que a dor começou? – Perguntei ao marido dela, pois não queria cansa-la.

– Estávamos voltando da casa do nosso filho doutor, hoje descobrimos que vamos ser avós – Disse e pude sentir o tom orgulhoso ao dizer isso – Eu tinha acabado de estacionar o carro na garagem quando Sophia falou que achava estar infartando, não perdi tempo e corremos para cá! – Disse com um tom de voz deveras preocupado.

– A senhora tem alguma restrição alimentar? – Digo olhando para a senhora deitada e ela apenas afirma com a cabeça que sim.

– Ela não pode comer pimentão. – Afirmou o marido, em nenhum momento ele largou a mão da esposa.

Um Amor de PlantãoOnde histórias criam vida. Descubra agora