𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐈𝐕: The Loneliest

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    — Você é louco...
— Por você, Kaveh...
...

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• Alhaitham's pov


    Bem... Já fazem alguns dias que essa discussão aconteceu.
    Naquela noite, eu pude descobrir a pessoa horrível que me tornei por conta do amor; Notei que o amor nos transforma, mas nem sempre de maneira positiva. No meu caso, me tornei obsessivo e nojento.
    Mesmo se Kaveh quisesse continuar a viver comigo, seria algo completamente tóxico e abusivo para ambos de nós.

    Naquela noite... Tudo se tornou nada.

• Flashback •

    — Por você, Kaveh...
    — "Por você?" Essa é a sua desculpa esfarrapada para todo o surto que teve? Caralho, Haitham! Você acabou de confessar para mim que é maluco, obcecado, alucinado por mim! Foi isso que notei... Você está mais magro pois não comeu? Não comeu por quê? Por que estava preocupado comigo? Cara! Você vai morrer nesse ritmo! Tome alguma noção, Haitham! Se você morrer por conta dessa obsessão, quem vai pra cadeia sou eu! Não me fode desse jeito!
— Mas... Kaveh... Eu...
— Nada de "mas" não! Eu cansei dessa conversa!

Ele começou a se aprontar novamente.
— Pra onde você está indo, amor...? — Eu me assustei com sua ação repentina.
— Você não precisa saber.

• Fim do flashback •

Ele fez uma pequena mala, guardou algumas mudas de roupa e utensílios pessoais.
Naquela noite, vi Kaveh sair com passos pesados em direção à porta enquanto eu gritava em desespero pedindo-lhe para não ir; Ele não me deu ouvidos.

Naquele momento, a sala era preenchida pelos meus gritos doloridos e o silêncio ensurdecedor que saia da boca de Kaveh. Eu não sabia mais o que fazer para deixá-lo aqui ou para convencê-lo de que eu não era louco. Sem mais nem menos, meu loiro saiu pela aquela porta que desejei nunca ter aberto.

Agora já fazem quase duas semanas que ele se foi... Nem sei se ele voltará.

Desde que ele se foi, a minha porta da frente está trancanda, na esperança de que ele destranque-as com suas chaves

Todas as noites eu me sento na mesa da cozinha e coloco um prato cheio no lugar na minha frente; Encaro aquele prato por horas até adormecer, na esperança de que ele apareça para comer e contar como foi o seu dia, independente com quem ele tenha sido: Comigo ou com o Viajante. Ao acordar, noto o prato ainda cheio e choro até dormir novamente.

Eu não sei para onde ele foi, ou o que ele foi fazer, ou quando ele voltará... ou se voltará.

Todas as suas pinturas esquecidas na minha casa tem um bilhete atrás, na esperança de que ele venha buscá-los e leia todos os meus pedidos de perdão. Eu perdi o completo controle da minha vida e não sei o que fazer para esquecê-lo, mesmo que eu não queira esquecer a única e última vez que senti sua pele sobre a minha por completo... Ou quando dormimos abraçados pela primeira vez... Ou quando ele me viu chorar pela primeira vez...

Ou qualquer primeira vez que tivemos.

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Jealous - KavethamOnde histórias criam vida. Descubra agora