Era para ser um dia normal

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[...]

Os melhores amigos encontram-se em mais um planeta, convocados devido às torres do mestre terem sido tomadas por bandidos. Juntos, conseguiram derrotar os criminosos e recuperar importantes itens para a cidade. Em agradecimento, foram recebidos calorosamente pelo líder, que organizou festividades em honra aos seus feitos. Como planejavam permanecer na cidade por mais um dia, aproveitaram a oportunidade para visitar pontos turísticos locais.

— Então... isso é um zoológico? — Pergunta Catra, desconfiada.

— É bem grande. Até onde isso vai? — O moreno perguntou para o líder. Este explica que se estende até as montanhas, onde é possível apreciar um belíssimo pôr do sol. A sugestão é realizar uma caminhada de quase três horas até o topo, onde poderiam avistar animais únicos no universo, encerrando o dia com um jantar na montanha seguido por uma emocionante descida de tirolesa.

— Vamos logo! — Grita Entrapta à frente do grupo, empolgada com seu tablet e observando tudo ao redor, até ser contida por Hordak para não se aventurar em lugares estranhos.

Os amigos caminharam um pouco até finalmente alcançarem as áreas onde os animais estavam, e para surpresa de todos, encontraram um... 

— Que porra é essa? — Catra diz, encarando a ave de pescoço longo.

— Segundo o mapa, esta é a área dos 'Avestruzes'...? — Cintilante olha para o mapa e todos inclinam a cabeça para o lado esquerdo, questionando que criatura estranha era aquela, até Catra, por algum motivo, se aproximar do animal.

Ela se aproxima ainda mais até que o avestruz olha para ela, os dois ficam se encarando sem nem piscar, tornando a cena adorável.

— Até que não é tão ruim. E aí, amigo —AHH! — O avestruz ataca Catra, fazendo seus amigos rirem e Adora correr para ajudá-la. Cintilante continua rindo e Arqueiro não deixa o momento passar, tirando uma foto.

— Você tirou foto, né? — Cintilante pergunta baixinho, com a voz rouca de tanto rir.

— Claro! A gente tem que fazer um quadro disso. — Respondendo em voz baixa, os dois voltam a sorrir ao olharem a foto no tablet.

— Ei! Estou ouvindo vocês!

— Oi, pessoal! Eita, o que aconteceu? — Entrapta surge de repente ao lado de Hordak. — Catra, o que houve com seu cabelo? — Ela pergunta inocentemente, provocando apenas um bufar de raiva da outra.

— Longa história. A gente te manda as fotos depois. — diz Cintilante provocando a gata, que fica vermelha de raiva e Adora precisa acalmá-la.Os amigos exploram diferentes lugares e conhecem vários animais que nunca viram antes. Era incrível o que estavam aprendendo.

Adora caminhava ao lado de Catra, um pouco atrás dos demais que já seguiram para a trilha na montanha. — Você está bem? — Adora pergunta com um sorriso no rosto.

— Sim, por quê? Ah, não! Ainda tem baba no meu cabelo!?! — Diz ela, desesperadamente limpando o cabelo.

— Não, não! É que... percebi que você está andando devagar.

— Ué, quer chegar rápido, é só ir, Adora. Ficou para trás comigo porque quis. — Diz enquanto caminha à frente.

— Não foi isso que quis dizer. — Adora percebeu que, onde quer que fossem, Catra estava sempre afastada dos outros ou parecia carente de atenção.

— Morreu aí atrás, Adora? — Grita na frente, tirando-a de seus pensamentos. Adora corre para alcançar a gata, voltando a ficar ao seu lado. Catra estranha, mas para animá-la, dá-lhe um rápido selinho antes de seguir os outros.

Após uma longa caminhada de 30 minutos, finalmente chegaram ao topo, a tempo de ver o pôr do sol. O céu estava tingido de laranja, o clima estava agradável e uma brisa fresca os deixava confortáveis para se sentar na grama e apreciar a vista.

Catra se afasta do grupo e se senta sob uma árvore, atraindo os olhos preocupados de Adora, que sabia que algo a incomodava. Apenas não sabia o que era.

Não quis perturbar o felino porque tinha certeza de que ele voltaria em breve, mas sua intuição o impelia a se aproximar. Prefere se afastar dos amigos e caminhar até a gata adormecida, senta-se ao seu lado e a coloca em seu colo. A gata está tão relaxada que não perceberia se fosse carregada.

Enquanto ela dorme serenamente, Adora não consegue evitar sorrir de maneira boba e apaixonada. Era como nos seus sonhos... nos seus sonhos...

Meses se passaram e ainda não conseguia tirar aquilo da cabeça. Não poderia simplesmente esquecer, pois não foi apenas um sonho, foi um aviso.

Um aviso de que se algo acontecesse com Catra... ela estaria perdida. Essa realidade a assusta.

...

— Cara, não imaginei que ela fosse vomitar... — diz Cintilante enquanto observa junto aos outros a condição lamentável da gata. Ao cair da noite, eles foram jantar aproveitando a vista estrelada e, como parte do passeio, após descansarem, foram para o topo da montanha para descer de tirolesa.

Catra estava hesitante em descer, porém diante da insistência de Adora e Cintilante provocando-a, ela acabou concordando. Ao descer, surpreendeu a todos ao correr para um canto e vomitar todo o seu jantar. Adora estava ao seu lado, massageando suas costas e tentando acalmá-la, mas em breve Catra retornou ao normal.

— Então... como está se sentindo? — Perguntou Arqueiro, oferecendo um copo d'água que ela não recusou.

— Nunca... mais... vamos falar sobre isso! — Respondeu Catra com um olhar firme para os amigos. Todos entenderam, e Cintilante se desculpou pela provocação.

Após retornarem à cidade e agradecerem ao líder pelo passeio, voltaram para a nave para arrumar suas coisas e ir dormir.

— Ei~ você demorou no banho. — disse Adora, abraçando Catra e dando um beijo em sua testa. Catra apenas a abraçou fortemente. — ... Catra?

— Adora... eu tenho que te contar uma coisa.

Os dias sem vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora