FINNEY ACORDA no banheiro de sua escola. Quase caiu da privada pelo susto, mas se recompôs. Ao recobrar sua consciência e lembrar de tudo o que aconteceu, deixou-se chorar. Não sabia quantas chances ele tinha e isso o desesperava.
Doía em Finney ver seu amado morrer bem na sua frente repetidas vezes. Ele prometeu para si mesmo resgatar Robin e é isso o que vai fazer. Custe o que custar.
— Finney? Está tudo bem? — Era ele. Bem atrás da porta da cabine, estava seu mexicano. O amor da sua vida.
— Sim. — Finney fungou, destrancando a porta e sorrindo ao ver Robin parado ali.
— Tá chorando. — Disse, preocupado.
— Relaxa, é alergia. — Mentiu.
— Então tá. Vem, é hora do lanche. — Ele sorriu e abraçou Finney de lado.
Passaram a manhã juntos. Gwen foi embora mais cedo, dormiria na casa de Suzie. Então, Robin e Finney saíram da escola quando o sinal tocou e foram para a casa de Arellano.
Mas Finney não viu mais nada depois do baque que recebeu na cabeça, ao virar uma esquina suspeita.
— Robin? ROBIN!? — Mal acordou no porão e já chamava pelo mexicano, desesperado.
— Eu to aqui, Finn. — Ouviu sua voz. Olhou para o lado e viu que Robin tentava escalar a parede para sair pela pequena janela.
Se lembrou de quando tentou salvar Robin pela primeira vez.
— Sabe, uma ajudinha seria bem-vinda. — Ele dizia com dificuldade.
— Oh, sim, me desculpe. — Caminhou até o moreno, o dando apoio.
Robin estava quase alcançando. Mas ao ouvir o barulho de passos, os garotos se desequilibraram e caíram no chão.
— Droga! — Praguejou Finney.
Alguém destrancou a porta de ferro, e os garotos correram para o colchão.
— Olá, meninos levados. — Grabber sorriu de uma forma bizarra.
— Sai daqui, seu pervertido nojento! — Gritou Robin, enfurecido.
— Ora, ora, temos um destemido por aqui. — Debochou.
Um silêncio amedrontador pairou pelo local. Robin e Finney fitavam o homem, atentos há qualquer mínimo movimento.
— Eu trouxe comida pra vocês. Espero que gostem de ovo mexido e refrigerante. — Sorriu, colocando dois pratos no chão.
— O que tem aí? — Perguntou Robin, receoso.
— Sal e pimenta. — Coincidentemente, Finney sussurrou a frase no mesmo segundo em que Grabber falou.
Robin encarou o loiro, confuso. Mas Finney continua sério, fitando o velho com um ódio descomunal.
— Eu não vou drogar vocês. Pra quê fazer isso se já estão onde eu quero? — Riu e subiu às escadas, trancando a porta.
— Vai comer isso? — Pergunta o mexicano.
Finney abraçou seus joelhos e negou com a cabeça.
— Não estou com fome. Mas pode comer, não vai dar nada. — Sussurrou, ainda sério.
— Como sabe?
— Eu só sinto.
— Que ele tá falando a verdade? Sério? O cara que acabou de sequestrar a gente? — Disse Robin, incrédulo.
— Não. Quer saber? Esquece, tá legal? Vamos arranjar um jeito de sair daqui. — Disse Blake, saindo do colchão.
Passaram a tarde toda cavando um buraco no chão. Não conseguiram muita coisa, mas pelo menos tentaram.
Exaustos, eles cobriram o buraco com um enorme tapete que havia ali, e se deitaram no colchão.
As lágrimas saíam com facilidade no rosto dos dois garotos. Eles choravam em silêncio. A surpresa de Finney foi grande ao presenciar as lágrimas saindo das orbes de Robin, e indo de encontro ao seu ouvido. Nunca viu seu garoto chorar, e pretendia nunca mais ver.
— Ei, Robin. — Virou-se de barriga para baixo no colchão, atraindo a atenção do moreno. Blake pegou em suas mãos. — Nós vamos sair daqui, tá bom? E com vida, você vai ver. — Sorriu, em meio as inúmeras lágrimas.
— Vamos ser os mais fodões do colégio. — Riu Robin e Finney concordou.
— Ei, Finn. Você lembra de como a gente se conheceu? — Pergunta o mexicano, sorrindo.
— Claro que lembro. — Riu. — Tínhamos seis anos e estávamos numa festa chata do seu avô. Por algum motivo, nossos avós eram amigos. — Continuou, rindo com a história.
— É. Eu empurrei a Gwen, porque ela disse que gostava de mim e eu disse que tinha nojo de garotas. — Começou a rir descontroladamente. — Ela caiu no chão, e..
— E aí eu pedi para ser seu amigo. — Finney terminou, sorridente.
— Bons tempos. — Sorriu Robin, entrelaçando sua mão na do loiro.
— Olha, independente de qualquer coisa, saiba que eu te amo muito. Com todo o meu coração. — Sussurrou Finney, sorrindo como um bobo.
— Eu também te amo, Finn. Com tudo o que há em mim. — Sorriu Robin, beijando as mãos delicadas do loiro.
— Vamos fazer um juramento? — Pergunta Robin, depois de um tempo.
Finney assente com a cabeça, e eles sentam de pernas cruzadas no colchão.
— Eu juro sempre te amar com tudo o que há em mim, e jamais te esquecer. — Murmurou, erguendo o mindinho na direção de Finney.
— Eu juro sempre te amar com todo o meu coração, e jamais te esquecer. — Repetiu, enlaçando seu mindinho com o de Robin.
— Jura por jurar?
Finney não entendeu nada, mas juraria qualquer coisa para presenciar o lindo sorriso nos lábios de seu moreno.
— Juro por jurar.
Robin roubou um selinho de Finney e o abraçou com toda a força. O loiro retribuiu, enquanto ainda sorria como um tonto apaixonado.
Grabber desceu mais uma vez para checar os garotos e falar merdas nojentas, como ele sempre fazia.
Mas dessa vez, foi diferente. Ele saiu e não trancou. Finney desejou muito Robin não ter notado, porquê sabia que o moreno seria o primeiro à subir o mais rápido possível.
O mexicano ficou quieto por um tempo, mas depois passou à encarar Finney. Isso o incomodou, não estava tendo um pressentimento bom sobre aquilo.
— Não importa o que acontecer, vamos sempre estar juntos e você jamais vai se esquecer de mim. Né? — Ele disse, enquanto se aproximava de Finney.
— É.
— Ótimo.
Ele respirou fundo e selou seus lábios nos do loiro. Se afastou, sorriu e correu para o andar de cima.
Foi tudo muito rápido. Robin gritou que iria mata-lo, mas depois não ouviu mais nada.
Finney, tomado pelo desespero, subiu às escadas correndo e congelou ao encontrar Grabber com um machado, atrás de Robin na cozinha.
— CORRE, FINNEY! SE SALVA!
— NÃO! EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ, VOCÊ SABE!
— POR FAVOR! SE VOCÊ ME AMA COM TODO O SEU CORAÇÃO, SAI POR AQUELA PORTA E VAI VIVER! Por mim. — Ele acabou escorregando no pé de uma cadeira e caiu.
Grabber não teve piedade ao acertar a cabeça do mexicano com a arma.
— NÃO! — Finney chorava com todo o seu coração e alma.
Caiu de joelhos e a dor de cabeça veio. Ele gritou até perder a voz.
VOCÊ ESTÁ LENDO
i can save him | rinney!
RomanceOnde Finney tem a chance de voltar no passado para salvar seu melhor amigo da morte. insp em 'Efeito Borboleta' PLÁGIO É CRIME!