ABRIU SEUS olhos e soube muito bem o que fazer dessa vez. Não vai perder. Ele dá um sorriso macabro e levanta do sofá. Acordou em sua casa de novo, que ótimo. Isso só facilitaria.Foi até a cozinha e pegou a maior faca que nela havia.
— Gwen, vou sair! — Gritou e abriu a porta de sua casa.
Correu até a casa de Grabber e tocou na campainha. Assim que aquele homem asqueroso apareceu em seu campo de visão, ele enfiou a faca de uma vez no pescoço. O homem, confuso, cambaleou para trás e pegou seu machado.
Ele acertava de um lado, Finney ia para o outro. Chegou a quebrar seu chão feito de madeira nessa brincadeira.
Num movimento rápido, Finney arranca a faca do pescoço e enfia de novo, e de novo, e de novo.
Até o corpo de Grabber cair no chão, sem vida. O loiro cuspiu no corpo falecido, limpou todo o chão da casa, se livrando dos rastros. Limpou a arma do crime e saiu da casa pela porta dos fundos.
Voltou para a sua casa e teve um dia normal com Robin, Gwen e seus amigos. Todos eles se encontram na casa dos Blake agora.
— Tá, mas vocês tem que concordar comigo que sorvete de creme é o melhor que existe. — Comentou Vance.
— Sorvete de flocos é bem melhor, cala a boca. — Disse Finney, rindo.
— Morango é o melhor. — Diz Gwen e Donna concorda.
— Pitaya maior e melhor. — Disse Bruce.
— Nada disso. Sorvetes de verdade são de chocomenta e flocos! — Fala Robin.
— Só porque o Finney falou de flocos. — Zombou Griffin.
— Nada haver, cotoco. Fica na sua. — Robin fala, emburrado.
— Não me chama assim. — O pequeno resmunga.
Robin apenas abaixa o boné do garoto até o nariz do mesmo, começando a rir.
Mas todos param ao ouvir o noticiário na TV.
— "Um homem foi encontrado morto em sua própria casa hoje, por volta das cinco e meia. Seu irmão foi visita-lo e acabou encontrando o corpo na cozinha. Infelizmente, o assassino não foi encontrado e está à solta por Denver. Tomem cuidado e fiquem de olho nas suas crianças. Boa noite."
— Credo, que horror. — Diz Donna.
— Muda de canal, Finney. Coitado, era apenas um velhinho. Quem seria tão sem coração à ponto de mata-lo? — Disse Gwen, indignada.
— E se ele fosse um sequestrador, doentio e pedófilo? — Disse Finney, virando-se para fitar a irmã. Ele estava no chão da sala e ela no sofá.
— Não se pode esperar o pior das pessoas, Finney.
— Ah, mas ele sempre foi estranho.
— Sempre foi? Você o conhecia? — Pergunta Vance.
— Ugh, não. Mas já ouvi pessoas falando sobre esse tal de Albert aí, e não era coisa boa. — Disse, dando de ombros.
— Enfim, desde quando um velho pedófilo entrou nos tópicos dos nossos assuntos? Vamos falar de outra coisa, pelo amor de Deus. — Falou Robin, rindo.
Horas, dias, semanas e meses se passaram até a grandiosa e mais esperada: Formatura do nono ano.
Conforme o passar dos meses, Robin foi mudando aos poucos. Finney achou estranho no começo, mas se acostumou, pensando que o moreno só estava crescendo.
Quanto à Finney, ele finalmente pôde respirar em paz. Sem Grabber, sem sequestro, sem morte, sem mudanças. Está feliz que conseguiu salvar sua pessoa favorita. Nunca se sentiu tão orgulhoso de si.
Mas a mudança repentina de Robin só piorou. Ele se transformou totalmente, virou outra pessoa e Finney estava começando a se preocupar.
De repente, Robin desaparece por duas semanas e Finney só não se desesperou, achando que Albert tinha revivido das trevas, porquê Robin havia avisado seus amigos antes de ir.
E quando ele voltou, Finney mal o reconheceu. Robin tinha cortes por toda a parte de seu rosto, ele fedia a cerveja e maconha, suas roupas estavam rasgadas e seu cabelo completamente bagunçado, cheio de nós. Parecia um morador de rua.
— E foi assim que minha mãe me expulsou de casa. — Ele ria, enquanto contava. Seus amigos se entreolharam, preocupados.
— Robin, o diretor mandou te avisar que se você não aparecer na escola, vai repetir de ano. É isso o que quer? — Disse Donna.
— Foda-se à escola. — Ele responde, enquanto acende um cigarro.
— Robin, você só tem quatorze anos! Para de usar essas coisas! Vão te matar! — Alerta Gwen, com os olhos esbugalhados.
— Que me matem, eu já quero isso mesmo. — Disse, indiferente.
"Você não sabe o esforço que foi para te manter vivo. Por favor, não faz isso comigo" Finney pensou, mas não disse.
— O que está acontecendo, Robin? Você sabe que pode contar com a gente. — Bruce fala, com olhar de pena.
— O problema é que eu não posso confiar em mais ninguém, 'falô? Sabe o Robin feliz e sorridente que vocês conheciam? Morreu. Morreu, e nunca mais vai voltar. — Disse, curto e grosso.
Finney engoliu em seco, começando a se incomodar com as palavras afiadas de Robin.
— Você mudou tanto. — Sussurra Griffin, decepcionado.
— Olha, as pessoas mudam, ok? É isso, eu mudei mesmo. Tão simples. — Fala, revirando os olhos.
O mexicano, não aguentando ficar mais um minuto ali sequer, saiu da mesa. Eles haviam combinado de se encontrar numa cafeteria, um pouco longe de Denver.
— Vou atrás dele. — Sussurra Finney, saindo do estabelecimento.
— Robin! Robin! — Alcançou o moreno.
— O que você quer? — Ele se virou, sério.
— Tava na minha vez de falar, quando você saiu. — Brincou, tentando descontrair.
— Eu sabia que não ia conseguir falar nada. Sabia que de todos ali, você seria o mais decepcionado. E me desculpa se eu falhei, tá legal? Eu não sou perfeito, muito menos agora. — Ele fez uma pausa, rindo. Apontou para ele mesmo. — Olha só pra mim, eu sou um completo desastre. — Aproximou-se do ouvido de Finney, antes de continuar. — E eu não quero que o meu tornado puxe e destrua a sua vidinha perfeita também. Portanto, não fale mais comigo e siga sua vida. — Sussurrou e se afastou.
— Robin, não faz assim.
— Siga a sua vida, Blake. — Disse, enquanto continuava andando.
Não. Esse não é o futuro que Finney quer para ambos. Essa não pode ser a história de Robin.
O garoto começou a refletir. Pensou em todas as vezes que tentou salvar a vida de Arellano, e só teve uma em que ele foi feliz de verdade.
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i can save him | rinney!
RomanceOnde Finney tem a chance de voltar no passado para salvar seu melhor amigo da morte. insp em 'Efeito Borboleta' PLÁGIO É CRIME!