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I know it sounds super cliché
But you make me feel some type of way

this is what falling in love feels like; JVKE.

Marinette era a pessoa que mais temia a figura romantizada do Cupido. Talvez Eros não fosse nada mal, ela se esforçava para pensar positivamente. Ele apenas juntava as almas gêmeas e as acertava com suas flechas apenas para que elas parassem de tanta enrolação e ficassem juntas logo, da maneira como os verdadeiros pares românticos nasceram para ser.

Porém a de olhos azuis, ainda assim, temia aquela figura considerada tão linda. E se ela apenas tivesse o visto uma vez? E se fosse uma primeira impressão ruim, como aconteceu com o Sr. Darcy e a Elizabeth Bennett? Não saberia o que fazer caso seu par romântico flechado tivesse um conceito antes da indagação. E se eles se apaixonassem? Ou pior, e se eles se desapaixonassem? E se o Cupido fosse equivocado ou quisesse lhe pregar uma boa peça e a ligasse à pessoa errada?

Nunca acreditou nele. Além do mais, sua figura era, muitas vezes, representada apenas por uma criança. E crianças são travessas e, muitas vezes, não é possível confiar em seus julgamentos.

O maior problema foi que quem havia acertado seu coração não havia sido nenhuma figura mitológica. Havia sido o próprio Adrien Agreste e ela conseguia o imaginar fazendo isso. Conseguia o ver com aquele arco reluzente, vestido em um quíton, o cabelo loiro reluzente e os olhos verdes com um brilho astuto e divertido enquanto mirava em seu peito. Também podia enxergar ele rindo, inclinando a cabeça para trás, extremamente feliz por ter conseguido realizar o que planejava.

Começou a colocar as mesmas dúvidas que tinha sobre o cupido em cima do loiro. Foi proposital? Ele errou? Ele calculou corretamente a rota que sua flecha iria percorrer? Nada mais lhe fazia sentido.

Mas a figura de Afrodite lhe chamava atenção. Ela sempre fora uma mulher adulta, bela e determinada. A deusa do Amor sempre lhe pareceu mais certeira. Caso ela aparecesse em sua frente e sussurrasse em seu ouvido qualquer coisa parecida como "querida, o nome da sua alma gêmea e o amor da sua vida é esse...", ela, definitivamente, aceitaria sem temor algum.

Quando se deu conta que fora Adrien mesmo quem atirara diretamente em seu peito, notou que estava perdida. Aquilo, sim, era terrível! Como conseguiria escapar agora? Não havia sido um tiro que a ligou com a pessoa que poderia ser sua verdadeira alma gêmea, foi um tipo de choque de realidade, no qual ela pode perceber que estava começando a se apaixonar. 

Assim que esse pensamento notório lhe ocorreu, ela se desesperou completamente e pegou tudo aquilo e escondeu em um local, pensando que dessa maneira não iria conseguir mexer ou nada daquele sentimento iria vir a tona por si só. Seria um baú trancado à sete chaves, se assim ela quisesse. 

— No que está pensando? — a voz doce e harmoniosa de Alya a puxou para a realidade.

A quanto tempo estava vagando em seus próprios pensamentos? Se perdeu completamente enquanto pensava demais em relação ao dia anterior.

— Ah... — soltou um suspiro e voltou o olhar para a amiga, que estava sentada à sua frente na mesa da cafeteria de seu namorado. — Nada demais.

E direcionou o olhar para sua xícara de cappuccino, que estava na mesa. Deveria se concentrar no momento com sua melhor amiga, pois precisava de um dia com a companhia da jornalista, já que estava pensando demais em Adrien enquanto passava um tempo demasiado grande com a presença do mesmo.

— Não vale mentir para mim, Mari — a de óculos disse, cruzando os braços. — Eu sei quando mente. Você desvia o olhar logo depois e não consegue olhar para os meus olhos enquanto diz. 

brushes & papers | adrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora