brushes & papers | adrinette

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I don't wanna look anything else now that I saw you.
I don't wanna think anything now that I thought of you.

— Daylight; Taylor Swift

Os dias continuaram passando de forma lenta e preguiçosa. Adrien não a convidou novamente para almoçarem juntos, mas eles sempre estavam no mesmo horário na sala de descanso, tomando café e conversando sobre o processo de pintura e como o dia estava indo.

A ideia da pintura eram cinco croquis, feitos no estilo de Marinette, de vestidos utilizados por Emilie Agreste em noites de premiações. O diferencial nos desenhos eram que todos eles estava com a modelo realizando passos de dança – especificamente de ballet – e ela sorria como apenas a mesma poderia sorrir e com ela descalça. Era como ver Emilie sendo ela mesma. Na parede, ela estava começando a pintar a primeira camada do segundo desenho.

Uma hora depois do seu horário de café, quando a mesma já estava sentava no chão da sala em que trabalhava e alongava o corpo, que já estava começando a doer, Adrien Agreste entrou na sala de forma silenciosa, mas a mesma olhou para trás ao ouvir a porta se abrir. Era uma informação repetitiva e óbvia, mas ele estava lindo.

Achou que ele estivesse em alguma reunião ou que estava ocupado demais para ir até ali, tão de repente. Com uma semana parecendo ser tão agitada, Marinette não achou que ele iria até ali sendo que ainda faltava tanto tempo para o expediente acabar.

— Estou livre e decidi vir aqui. — ele disse, se sentando no chão, ao lado dela e como se tivesse lido seus pensamentos e respondido a pergunta que estava começando a ser formulada em sua mente.

— Entendo — sorriu e olhou para ele. Tinha a feição séria e olhava fixamente para a parede que ela ainda estava pintando. — Você está bem?

— Sim — foi tudo que respondeu, secamente.

Marinette deixou o pincel que utilizava de lado, colocando-o em um pote cheio de água suja de tinta, e se aproximou um pouco dele, tocando seus braços e sentiu aquele choque engraçado e indescritível percorrer seu corpo inteiro. Ignorando aquilo, lhe empurrou levemente, como uma forma de provocação e sorriu quando o mesmo olhou para ela.

— Me diga a verdade, Adrien Agreste — pediu, ainda procurando seu olhar, que estava se desviando facilmente dos seus.

Os olhos dele se demoraram em seu rosto e isso a fez se sentir nervosa por ter toda a atenção do rapaz para si. Voltou o seu olhar para suas mãos por alguns segundos. Ela não era boba de não perceber que Adrien não estava tendo um bom dia e essa noção não vinha de um sexto sentido. Era apenas óbvio. Decidida, retomou seu olhar para ele e abriu seu melhor sorriso, se esforçando para que ele pudesse se sentir um pouco confortável.

— Se você quer ser meu número um, você deveria me deixar ser a sua também — deu uma risada leve e descontraída, tentando convencê-lo da maneira que lhe era possível. — O que há de errado?

Adrien riu em resposta ao comentário que ela havia feito e a artista se sentiu aliviada de conseguir aquilo e percebera o brilho leve que seus olhos voltaram a ter. Em um suspiro e voltando seu olhar para a parede, se explicou:

— Estou me escondendo por um tempo e não há opção melhor do que aqui, pois sei que não irão sequer pensar que essa sala é um bom esconderijo no momento.

— Entendo. Apenas deixo você se esconder aqui porque esse prédio inteiro é seu, então você tem o direito de ficar aqui e nada te tiraria daqui — brincou mais uma vez e o ouviu rir baixo.

Adrien se silenciou por alguns segundos, como se pensasse em uma resposta para sua fala. Marinette estava se esforçando ao máximo para criar um clima leve e descontraído, pois sabia que aquilo era o que ele precisava.