24 - Seu Sorriso, Minha Felicidade!

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Finalmente estou saindo da escola, Ryujin perto de mim pois combinamos, no final do intervalo, de irmos à sorveteria. Queria que Chaeryeong estivesse com nós, mas diz ela que tem compromisso assim que as aulas acabarem.

Ryujin está estranha desde que voltou do banheiro, no início da nossa última aula. Ela caminha ao meu lado, não diz uma palavra e sua feição não está serena. Tento decifrar o que está havendo com ela durante todo o caminho.

Percebo seus olhos agitados, o olhar vai para todos os lados rapidamente enquanto as pálpebras fecham-se e abrem-se com pressa. Assustada, talvez?

Se for, é compreensível, ela pode estar com medo de sermos perseguidas igual da outra vez. Confesso que também estou, mas bem pouco já que as ruas estão super movimentadas.

Decido não questiona-la sobre isso e observar se ela agirá assim, mesmo quando estivermos na sorveteria.

[...]

Após alguns poucos minutos andando, vistei de longe a sorveteria que costumo ir com minha mãe. Ryujin já não parecia prestar muita atenção nas ruas, seu olhar estava baixo e as mãos inquietas. Ai, meu Deus, por que ela está nervosa?

Tive que segurar em sua mão para passarmos pela faixa de pedestre, aproveitei para fazer um carinho discreto com o polegar no dorso da mão dela, um ato para acalma-la. Apenas soltei-a quando chegamos no local. Tinha somente duas pessoas do lado de fora, que logo saíram quando chegamos, então optei por sentarmos em uma das mesas lá fora quando fizemos nossos pedidos.

Deixamos nossas mochilas nas duas cadeiras vazias e nos sentamos nas cadeiras de madeira, assim como a mesa. A ventania estava agradável e relaxante mesmo sendo um dia mais quente que os outros, gosto disso.

Observei um pouco Ryujin ao meu lado esquerdo, seu olhar distante e os movimentos lentos. Ela definitivamente ficou estranha do nada.

— Ryujin. — chamo, logo ela me olha e faz um som nasal. — O que aconteceu contigo? — pergunto e levo um pouco do sorvete para a boca com a colherzinha.

— Nada não. — negou com a cabeça e, desviando o olhar do meu, comeu do seu sorvete de morango.

— Ryu, não dá pra me enganar. — seus olhos direcionaram para meu rosto novamente. — Parece que você tá assustada com alguma coisa. — ela respira fundo e ajeita a coluna, logo está com sua atenção voltada ao sorvete novamente.

Ryujin ignora minhas falas. Estou realmente preocupada e ela não dá a mínima. Algo de muito ruim houve, ela nunca me diz quando é nesse nível e sempre afirma que está bem ou que não é nada de importante. Mas seu jeito de agir a contradiz, eu decorei algumas coisas características dela.

Como a mania de batucar ou brincar com os dedos quando está nervosa, o que ela faz exatamente agora. Seus olhos costumam ficar bem agitados quando está assustada ou apreensiva, como estava minutos atrás pelas ruas. E outro ato que ela faz bastante, que notei recentemente, é tentar esconder ao máximo algo que ela não quer que alguém veja. E é o que Ryujin está fazendo nesse momento.

Ela está puxando para cima a gola do uniforme e do moletom constantemente, a mão também tampa seu pescoço, o que me impossibilita de ver sua pele. Ryujin não está sendo nada discreta, qualquer um seria capaz de entender que a intenção dela é esconder algo no pescoço. Vez ou outra ela arruma o cabelo e "esconde" a região, mas os fios não são tão eficientes e deixam espaços visíveis.

Eu não estou doida, tenho certeza que Ryujin está fazendo com que eu não veja a pele do seu pescoço.

Há algo errado.

Será que... Ah não!

Minha mão esquerda se move quase que automaticamente e afasta a de Ryujin, que logo olha surpresa para mim enquanto tiro seus cabelos do meio. Ela desvia a cabeça e afasta o corpo quando eu iria encostar em seu pescoço, seu olhar assustado agora.

Bosque do Amor - RYEJIOnde histórias criam vida. Descubra agora