04 - Mantenha distância ou terá consequências

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Ryujin chegou em casa com muita fome e uma insuportável dor de cabeça, estava sem condições de preparar alguma coisa elaborada para comer, a única opção era fazer um sanduíche, mesmo que não a fosse sustentar o dia todo.

Após terminar de comer, deixou a louça suja na pia mesmo, prometeu para si que quando estivesse melhor iria limpar.

A garota estava quase adormecendo no sofá de sua casa, quando de repente veio em sua mente que seus moletons estavam todos sujos.

Ela foi checar, e realmente estavam, não poderia ir a escola sem por um motivo.

Talvez o motivo seria alguma insegurança com seu corpo? Não, era algo um pouco mais grave.

Ryujin tem, em ambos os braços, cortes que eram feitos por ela mesma, claro que não são sem razão.

Uma das razões era o fato da garota ter que aguentar todas as suas dores sozinha e guardar sentimentos para si mesma, como sua raiva, tristeza e os comentários ofensivos... Quando se sente sobrecarregada, a única coisa que pode fazer é se machucar, por fora, já que por dentro estava a um fio de desmoronar.

Como não trabalha, o único dinheiro que recebia era de sua mãe, que vivia em outro estado. Ryujin não tem coragem de falar sobre isso com sua responsável e pedir um pouco mais de dinheiro para cuidar de sua saúde mental.

Por isso, sempre sai de casa com algum moletom ou blusa de manga comprida, justamente para esconder aqueles terríveis machucados.

Algumas pessoas de seu colégio perguntavam à Ryujin o porque de sempre usar moletom, mesmo em dias quentes, a mesma falava que era de seu gosto, porém se sentia sufocada e quase desmaiava de tanto calor. Mesmo assim, fazia questão de não deixar de usar-lo.

QUEBRA DE TEMPO

Já era final do dia e uma Yeji preguiçosa se encontrava na cama sem mexer um músculo, a preguiça de se levantar era grande, até sua mãe lhe chamar.

— Yeji? filha? — Falou adentrando no quarto.

— Sim? — Levantei e me sentei para dar atenção à mais velha.

— Você está desde cedo no quarto, está se sentindo bem? — Era perceptível sua preocupação na frase.

— Sim, só estou entediada, não há nada para fazer. — Falei sinceramente.

— Por que você não chama sua amiga para conversar? — Fiz uma expressão confusa. — A que a gente deu carona para ela hoje, Yeji! — Só aí me lembrei de quem ela estava falando.

— Aah, a Ryujin... Sei lá, estou com um pouco de vergonha de falar com ela.

— Por que? — Ela se sentou ao meu lado.

— Naquela hora que o carro passou por um quebra-molas, sabe? — Assentiu. — Eu acabei caindo encima dela. — Cobri meu rosto por alguns segundos. — Nem sabia onde enfiar minha cara.

— Deixa de besteira, filha! — Ela disse, rindo e bateu no meu braço  esquerdo.

— Não é besteira, mamãe! Fiquei com vergonha mesmo. — Senti meu rosto esquentar, com certeza estava corando pois a mulher à minha frente riu.

— Então tá, se você diz... — Parou de rir. — Vem jantar e arruma esse ninho que você chama de cabelo. — Falou enquanto ainda balançava a cabeça da direita para a esquerda.

— Já estou indo! — Me levantei para pentear o cabelo, realmente estava uma situação crítica, mas nada que um pente não resolva.

Yeji saiu e foi em direção a cozinha se alimentar, a janta era macarronada, estava delicioso. Sua mãe sabia cozinhar muito bem.

Bosque do Amor - RYEJIOnde histórias criam vida. Descubra agora