Desisto

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Tô me dеvolvendo pra você
Desisti de tе esquecer

Naquele dia Heloísa e Stênio não saíram de casa, os dois não conseguiam se manter afastados por muito tempo, ele queria lhe mostrar mais da vila e da ONG mas tudo que conseguia era agarra-la e os dois acabavam na cama de novo, já era noite e a delegada se espreguiçava na cama com os lençol lhe descobrindo o corpo sem ter uma exata noção de que horas eram.

_ Preciso voltar pra Maraú e buscar algumas roupas, tem quase 24 horas que não visto nada além da sua camisa ou desse lençol.

Stênio estava deitado ao lado dela com a cabeça apoiada em sua mão enquanto a observava, ela tinha alguns pequenos roxos no seio e a pele estava arrepiada, ela estava linda, já estava ficando repetitivo fazer essa afirmação, mas ali com os sinais do amor que haviam feito no corpo dela era estava ainda mais bonita, era talvez aquele um pensamento possessivo que ele tinha, mas gostava da sensação que lhe trazia.

Os dois tinha conversado nos períodos em que não estavam com as bocas ocupadas em outra função, ela o tinha atualizado sobre o Rio, tinha lhe contado da última visita da filha deles e do neto, e em como o menino tinha crescido, Helô percebeu os olhos marejados de Stênio quando citou os dois, ele sentia uma falta absurda de Drika e não acompanhar o desenvolvimento do neto nos últimos anos arrancava um pedaço de Stênio. Os dois evitaram o assunto da máfia, evitaram sequer pensar na partida dela, não tinham tocado nesse assunto, viveram aquele dia numa bolha de amor e prazer sexual.

_ Não tenho nenhuma objeção quanto a isso - Stênio se referia a falta de roupa da amada-

_ Tô falando sério Stênio, eu preciso tomar um banho e preciso de roupas limpas! - ela falava naquele tom mandão que ele adorava -

_ Nós podemos tomar um banho juntos e você pode usar alguma roupa minha

_ Stênio eu...

_ Calma, deixa eu terminar - o advogado pediu em tom de voz carinhoso - Amanhã cedo a gente pega o carro e vai, na volta quero te levar nuns lugares!

Heloísa encarava Stênio, ele sempre tinha um jeito para tudo, principalmente quando se tratava de invadir sua vida e ficar ao seu lado.

_ Eu sei que a gente tá evitando falar sobre o assunto, mas a gente precisa encarar e decidir o que vamos fazer... - ela se virou ficar de frente para Stênio -

O advogado queria mais tempo, não fazia nem 24 horas que Heloísa tinha voltado para a vida dele, ele ainda queria ter mais alguns momentos tranquilos sem a perspectiva de coisas ruins os sondando.

Helô percebeu que ele continuava calado, a observando, com uma expressão que ela não sabia ao certo decifrar.

_ Não dá pra gente viver nessa bolha pra sempre Stênio, eu preciso voltar pro Rio... Pra realidade! - ela também não sabia o que sentir ao dizer aquilo -

_ A vida seria muito boa se não tivéssemos que sair dessa vila! - tinha um quê de tristeza na voz dele -

_ É romântico da sua parte acreditar que viveríamos bem aqui isolados do mundo real... Provavelmente eu entraria em surto nos primeiros dois meses - ela dizia de forma bem humorada -

Helô se conhecia, poderia não ser fácil de lidar  com sentimentos mas a mulher se conhecia, era prática, gostava da vida que tinha e até se imaginava com Stênio vivendo uma nova vida numa pequena vila no meio do nordeste, mas isso não quer dizer que faria aquilo, os dois eram pessoas diferentes, ele mais do que ela tinha mudado, mas Heloísa ainda gostava bastante da sua vida no Rio de Janeiro, da sua rotina louca e da adrenalina que sentia sempre que se via em uma situação inusitada no trabalho, sempre que fazia uma grande operação, mentiria se dissesse que não, e sabia que não seria feliz sem aquela parte da sua vida, assim como já tinha se resignado com o fato que não seria feliz sem ele.

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