O telefone mal tocou, e a ligação foi atendida.
— Como está a garota mais incrível do mundo?
Eduarda sentiu os olhos marejarem. Sorriu e fungou, emocionada por ouvir a voz repleta de amor e carinho.
— Ah, Benja... — sussurrou, mas não conseguiu completar a frase.
— Irmãzinha, o que houve? Você está bem? Está sentindo alguma coisa? Onde está o Fabiano? Ele já te levou no médico?
A torrente de perguntas que saíram atropeladas dos lábios de Benja fez Eduarda sorrir por entre lágrimas.
— Está tudo bem — ela disse, fungando e enxugando as lágrimas. — Estou no hospital. Ela nasceu.
— Nasceu? Eu já sou tio? — Benja soltou um grito alto do outro lado da linha e Eduarda riu. Ele era assim. Alegre, doce e com um coração enorme. — Espera. Mas não é muito cedo?
— Sim, você já é tio e sim, é cedo. Mas ela está bem. Nasceu um pouco pequena, vai precisar ficar uns dias na UTI neonatal, mas tudo indica que vai ficar tudo bem.
— Qual é o nome dela? Manda uma foto para mim!
Ela riu.
— Ela nasceu na madrugada e acabei de sair da UTI neonatal. Esqueci de levar o celular, mas eu tiro mais tarde, se a enfermeira me permitir entrar com ele. Ainda não me decidi quanto ao nome...
— Mas o Fabiano não tirou fotos do parto? — Benja perguntou, desconfiado. — Quanto tempo vocês vão deixar a minha sobrinha sem nome? — questionou, cheio de orgulho ao pronunciar sobrinha.
Eduarda engoliu em seco e suspirou.
— Foi um parto de emergência. A bolsa estourou quando o Fabiano estava fora e...
— Fora? — ele a interrompeu. — Onde ele estava se o parto foi na madrugada? — O tom de voz do seu irmão era sério. — Eduarda, o que é que está acontecendo aí?
Ela umedeceu os lábios, criou coragem e falou:
— Não sei onde ele estava. A bolsa estourou era mais de meia noite, mas ele ainda não tinha chegado. Liguei várias vezes para o celular, quando as contrações começaram, mas estava indo direto para a caixa postal. Quando... quando a bolsa estourou, liguei para a emergência e uma ambulância foi me buscar em casa. — Ela era a imagem da derrota, com os ombros caídos, a cabeça baixa e um brilho de tristeza nos olhos. — Não escolhi o nome, porque eu queria discutir sobre isso com ele... ele é o pai. O nome de uma criança é algo muito importante para ser decidido só por um.
Benja respirou fundo, fechou os olhos e soltou o ar com força. A cada vez que falava com a irmã, odiava Fabiano um pouco mais.
— Vou comprar a passagem. Estou indo para aí.
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Quando setembro acabar
RomanceSinopse: Eduarda carrega consigo as marcas de um relacionamento fracassado e repleto de sofrimento. Mas ela precisa seguir em frente para oferecer uma vida melhor para sua filha. Com coragem e determinação, ela consegue viver de forma independente...