28 de junho de 2023
— Não posso acreditar que você está de volta — Benja falou animado atrás dela, enquanto subiam as escadas até o terceiro andar do pequeno prédio de tijolos aparentes. Havia se apaixonado pelo lugar quando o visitou com o corretor. O apartamento de dois quartos era perfeito. Tinha uma varanda com vista para o parque e a vizinhança era tranquila e longe da região central da cidade. Mas a maior vantagem de ter retornado para sua cidade natal era estar mais próxima do irmão. Sentia tanta saudade dele, que chegava a doer.
— Nem eu — ela disse, sorrindo, enquanto atingia o último degrau. Colocou a caixa que segurava em frente a porta do apartamento, e enfiou a mão no bolso para pegar a chave. Ao destrancar a fechadura, empurrou a porta e, com um movimento divertido das mãos, falou: — Tchanrann!
Benja riu e entrou, colocando a caixa de livros que segurava em um canto, no chão. Olhou ao redor, admirando o lindo apartamento da irmã, que ainda tinha poucos móveis, mas estava recém-pintado e, o mais importante, pertencia a ela.
— É lindo, irmãzinha...
Ela revirou os olhos ao ouvir o apelido e o interrompeu:
— Quando você fala assim, me sinto com cinco anos!
— Shhh!! — ele a repreendeu. — Quieta. Estou admirando a perfeição. — Ela riu. — É claro, arejado e tem um ótimo tamanho — falou, caminhando pela sala, imaginando a disposição dos móveis. Não conseguia se impedir de analisar o lugar com a cabeça de arquiteto, profissão que vinha desempenhando nos últimos anos, desde que se formou.
— Perfeição? — Eduarda perguntou. — Você ainda não viu nada.
Balançou o dedo para ele e seguiram para a cozinha.
— Uauuu — ele murmurou e acendeu a luz. Agora ele entendia por que ela havia fechado o negócio tão rápido. A cozinha era linda, com móveis planejados em tom claro. Observou a bancada em mármore branco e a mesa redonda que ficava próximo à janela que dava para os fundos do prédio. Mais adiante, havia uma pequena área de serviços. Olhou a geladeira e o fogão, ambos em inox, já instalados, além do forno industrial que reluzia, e não pode deixar de rir.
— O quê? — ela perguntou, surpresa com a risada dele.
— Eu deveria ter imaginado que você já estaria com a cozinha pronta, apesar de não ter quase móveis na sala.
Ela riu e deu de ombros.
— Prioridades — falou, com um sorriso no rosto, enquanto observava o irmão. — Senti tanto a sua falta... — ela murmurou e ele se aproximou, puxando-a para um abraço.
— Eu também — ele disse, beijando o topo da sua cabeça. — Mas agora você está aqui, e é só isso que importa. Quando chega o resto dos móveis?
— Até o fim da semana.
Ele assentiu.
— E a assistente? Já conseguiu alguém?
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Quando setembro acabar
RomanceSinopse: Eduarda carrega consigo as marcas de um relacionamento fracassado e repleto de sofrimento. Mas ela precisa seguir em frente para oferecer uma vida melhor para sua filha. Com coragem e determinação, ela consegue viver de forma independente...