The Only Girl In The World

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A garota observava o sangue em suas mãos, também derramado no chão, o corpo de sua amada bem na sua frente foi o motivo pelo qual ela não conseguia se mover.

Uma figura misteriosa se aproximou por trás, andava devagar e parecia cansado, inclinou-se e tocou seu ombro com a mão

Por que chora, criança? — sua voz parecia doente, fraca. A garota ainda era pequena, tinha apenas 12 anos, nova demais para entender o que aconteceu...

Seus olhos permaneceram presos no cadáver, o rosto sem vida era tão difícil de entender que seu cérebro lutava para se encontrar em um turbilhão de sentimentos. Mas o pior é: Não sabia o que aconteceu, não se lembrava de absolutamente nada, só de estar ali há horas

O que aconteceu? — suspirou saindo de um ciclo vicioso que a prendeu a uma calmaria depois de toda confusão que seus olhos presenciaram — Espera.. eu não morri? — observou o próprio corpo, havia sangue de outra pessoa nele mas ela em si, não sofreu um arranhão

Elas estavam lá há 10 horas, pessoas estavam mortas há 10 horas, desde que um ataque terrível matou absolutamente todas as pessoas naquele evento de confraternização, os pais de Lexa estavam mortos aos pedaços, alguns metros delas

O homem atrás da garota parecia muito paciente, ele acariciou seu ombro em um gesto de conforto, esperando sua resposta enrolada.

A garota sabia quem ele era antes dele se revelar, ele era o culpado, mas infelizmente nada poderia fazer agora, não sentiu ódio, raiva, ou desejo por vingança, sentia um vazio infinito, um vazio terrível e solitário, naquele momento o mundo se tornou um lugar frio...

Ela.. — o observou, usava uma máscara que nunca viu antes, não era igual outros comensais da morte — Ela... — simplesmente não conseguia saber o que dizer, não tinha coragem de falar o que aconteceu ali

Você a amava? — a voz parecia um sussurro forçado, a garota concordou, disso não tinha dúvidas

Lamento sua perda.. mas você precisa se levantar

Negou rapidamente, não sabia em que momento parou seu choro, provavelmente quando seus olhos estavam cansados demais para continuar

Não, ela não morreu — suas mãos se voltaram a mão fria da garota, apertando com força e esperando alguma retribuição, ainda em negação

Serei honesto com a senhorita — o homem falou, outra vez parecia se esforçar muito para pronunciar — Eu sei que não é fácil entender, ou aceitar a morte, mas não podemos lutar contra ela, não vê que todos estão mortos? — Questionou olhando para os lados, havia sangue e corpos em todas as direções

A ficha caiu rápido, já era tarde demais, seu coração estava aos pedaços, assim como o corpo de várias pessoas em volta, sofreu por tantas coisas ao mesmo tempo que não tinha ideia do que fazer, levantar? Ir embora? Voltar para Hogwarts? Voltar para casa? O que faria em sua casa?

O que faria em Hogwarts? sem ela? 

O que faria da vida, sem ela?

Ela vai voltar— sua voz saiu firme e determinada, encarando o homem novamente — Eu vou ressuscitá-la

Os mortos não voltam — o homem alertou enquanto se agachava, juntando as mãos e apoiando os cotovelos nos joelhos, suas mãos eram pálidas e magras, ossos bem marcados — Mas se estiver disposta a me ajudar, posso retribuir da mesma forma

Voto Perpétuo - ClexaOnde histórias criam vida. Descubra agora