Capítulo 9: Primeiro passo para a liberdade.

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Em sua cabeça, tambores rufaram, talvez imitando o som dos batimentos acelerados de seu coração naquele momento. Quando adentrou naquele vulcão, Changbin já sabia o que esperar, de alguma forma. O bater de suas asas ficou mais lento e ele pousou na caverna vazia.

O clima era insuportavelmente quente para um humano ou qualquer outro ser, mas para dragões como ele e os outros que ali viviam, era apenas a temperatura ambiente. Ainda na sua verdadeira forma, a de um pesadelo monstruoso, Changbin chamou pelo nome de seu Rei.

— Changbin?

Respondeu a voz grave e cansada, vindo da grande porção de magma flamejante. O tom era inesperadamente doce e o Seo até concluiu que ele sentiu sua falta. Sorriu, contente por isso, e voltou a se pronunciar:

— Majestade — Se aproximou mais. — Vim o mais rápido que pude. Imagino que já esteja ciente que os ratos descobriram nosso... segredinho — Claro desprezo era percebido em sua maneira de falar. Mesmo depois de tantos anos servindo como espião e infiltrado naquela civilização, Changbin mantinha sua mentalidade: humanos são ratos, apenas isso.

Um suspiro foi ouvido pelo Pesadelo monstruoso e logo o borbulhar do líquido vermelho. Olhando para baixo, o coração de Changbin parou por um momento e ele engoliu seco. Aqueles olhos cinzentos falavam muito mais do que palavras poderiam descrever e logo os dois suspiravam juntos.

Sentiam tanta falta um do outro.

(...)

O sol estava para nascer. Seungmin já conseguia ver poucos cidadãos da vila iniciando suas rotinas, a fumaça já saía das chaminés e alguns falavam alto, fazendo sua voz chegar até a casa dos Kim. Subindo seu olhar, o guerreiro pode ver um pequeno pássaro, que lhe disse algumas palavras em sua língua e saiu a voar, indo em direção a floresta.

O Kim riu baixinho, achando a cena adorável, mas sua risada travou assim que pode ouvir como a porta de seu quarto era aberta e fechada em seguida. Passos soaram e logo uma cabeleira dourada estava ao seu lado.

Ele não desviou o olhar, ou se virou para falar com o Fúria da noite. Apenas se manteve observando o céu, que aos poucos era pintado pelo azul celeste e trazia um belo dia. A tensão era quase palpável e podia ouvir até mesmo a respiração do loiro. Suas mãos suavam e teve que resistir ao impulso de sair correndo. Oras! Ele estava do lado de um dragão poderoso, sentir medo é no mínimo compreensível!

O silêncio não foi quebrado por nenhum deles. Os dois apoiados na janela do corredor, observando a paisagem... Certo, não era hora para uma cena tão pacífica, tinham inúmeros problemas para resolver! E foi pensando nisso que Seungmin ousou romper aquela barreira com suas palavras:

— Como está Jeongin?

Não tinha nada melhor para falar, no seu ponto de vista. Os dois não tinham... muito assunto, vamos dizer assim, e por mais que tentasse ocultar, estava claro para Hyunjin o que Seungmin sentia por Jeongin.

— Ele dormiu depois de um tempo. Estava exausto e a realidade o atacou com tudo. — Respondeu, a voz rouca e o tom baixo, mas para nada agressivo. Era calmo, suave, uma fina linha o separava de estar soando robótico.

Há algum tempo, o pobre Jeongin teve uma crise. Saber que seus dois amigos, ou melhor, melhores amigos estavam nas mãos de seu pai e agora estavam correndo um grande perigo, era de lhe partir o coração e o fazer arrancar todos os fios de seu próprio cabelo. Acalmá-lo não foi fácil, mas Hyunjin esteve ao seu lado, lhe abraçando e consolando. Já o guerreiro Kim se preocupou em buscar uma caneca de água e mais toalhas com água, para colocar na testa do Yang. Não era uma surpresa que o menor estivesse febril, não depois de tudo que passou naquele salão abandonado... Escuro e sozinho.

Como cuidar do seu... Dragão? (HyunIn e MinSung)Onde histórias criam vida. Descubra agora