Capitulo três- Fim?

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-Inverno (parte dois.)

Ano novo, vida nova? Chuuya nunca entendia do porque tudo aquilo, afinal, tudo iria continuar da mesma forma não é? Esses eram seus pensamentos até conhecer Osamu, aquele com quem vem passando metade de seus dias, passeando e desbravando novos sentimentos que nunca sequer foram explorados. Naquele dia em especifico os garotos não se encontraram pois a família de Chuuya queria fazer algum ''programa'' juntos, ou melhor falando, queriam se mostrar para as outras famílias ao fingir que tudo era um ''amor que só'', mas o ruivo sabia da verdade. Estava em pé no jardim do cassarão de algum ''colega'' de seu pai, quando de 'repente ouviu um assobio, será que era alguma das garotas querendo dançar com o mesmo? Já nem sabia mais qual desculpa inventar naquela altura, porém assim que se virou para o local de origem do barulho, avistou uma figura muito conhecida encolhida em meio aos arbustos.

-DAZAI?.- Falava alto com os olhos saltados, como havia entrado ali? ou melhor, como sabia que ele estava lá?.-Você esta maluco?! e se te virem aqui? Pode arranjar problemas e até mesmo proibi- A fala foi cortada após o mais alto pegar em sua mão e o puxar para perto, dando um risinho típico.

-Fique calmo, se esqueceu que você já me mostrou essa casa? até havia comentado sobre a festa.- Falou se erguendo, puxando Chuuya para fora daquele lugar.-Parece entediado, por isso odeio festa de ricos, vou te levar num lugar muito mais divertido.

O ruivo nem sequer questionava mais, apenas deixava ser guiado por ele, confiava muito porém era orgulhoso demais para falar ou demonstrar, por isso a cada cinco minutos questionava Dazai se aquilo era o certo a se fazer ou se iriam morrer a cada esquina que cruzavam da cidade tão movimentada e coberta pela neve. Chegaram em um...Bar? Na verdade estava mais para um boteco de terceiro nível, mas, muito animado e repleto de pessoas de diferentes estilos. Algumas acenavam para Dazai e outras a repreendiam por ter trazido algum ''Nobre''. Chuuya sabia que não era tão bem visto já que grande maioria dos mais ricos eram esnobes e preconceituosos, mas ele era diferente.

O maior apenas ria de toda situação e trazia duas garrafas de um vinho certamente duvidoso, porém, o menor estava animado demais para pensar e logo começou a beber, se sentando na beira da calçada e ficando em repleto silêncio, aquilo era o maior intimo dos dois. Ficar em silêncio não era motivo de vergonha ou falta de conexão, e sim algo que revelava o quão a vontade os dois estavam, o quão gostavam da companhia do outro. Momentos como aquele que ambos queriam que o tempo parasse, pra sempre.

-Nunca passei o final de ano acompanhado.- Dizia Dazai de forma baixa.- Não tenho família e nem sei aonde estão pra falar a verdade, você é a primeira pessoa na qual eu passo a virada do ano.

Chuuya estava...paralisado? Pela primeira vez não tinha palavras e nem sabia o que dizer, havia sempre uma resposta afiada na ponta da língua mas naquele momento não havia sequer uma sílaba. Porém, por um impulso de seu corpo deixou a garrafa de vinho de canto e escutou com atenção a melodia que se iniciava naqueles cantores ou pelo menos amadores que cantarolavam felizes nos bancos e o ruivo sabia muito bem o que fazer. Sem dizer um ''a'' sequer, se ergueu e ficou na frente do moreno, esticando sua mão em sua frente. Dazai sabia o que aquilo significava e ficou espantado, o outro nunca havia feito tal demonstração de afeto, aquilo era de se chocar. Mas claro, o maior nem protestou, apenas sorriu e se levantou, entrelaçando sua mão com aquela tão pequenina, iniciando passos de dança desajeitados e nervosos, nunca haviam dançado na frente de tantas pessoas. Claro, haviam dançado outro dia juntos mas parecia tão...diferente?, agora tinham até mesmo uma plateia que o assistiam e ficavam admirados com aquela cena.

-Eu...Eu sempre passei este dia repleto de pessoas, mas, nunca fui feliz, ou sequer dei um sorriso sincero.- Chuuya dizia em voz baixa, apenas para o outro ouvir.-Mas, hoje eu pude sentir como é bom comemorar essa data. Obrigado, Osamu.

Do you remember me? ( soukoku )Onde histórias criam vida. Descubra agora