1
- Lembra de mim? – ela perguntou, arrastando um machado com a mão direita.
- Diego, quem é essa louca com o machado Diego, pelo amor de Deus, diz que lembra quem ela é e que você nunca fez nada de mal pra ela! Por favor Diego! VAMOS DIEGOOOO!
Diego não conseguia responder nenhum dos dois. Ele lembrava quem era ela. É claro, havia enfiado uma bala em sua cabeça. Mas ali, algemados àqueles postes, Diego não conseguia dizer uma palavra.
- DIEGO, ELA TEM UM MACHADO, DIEGO, ME AJUDAAA!
- Eu tenho pensado nesse dia desde que aquela piqueturcha me trouxe de volta. Qual ia ser o melhor jeito de me vingar. Então eu lembrei que você tinha um amigo. Eu podia matar ele, mas... – ela olhou para o ferimento na perna de Ed – acho que minha irmã já fez essa parte do trabalho. Que pena.
Ela deu meia volta com o machado e então se virou de novo levantando o dedo indicador e dizendo:
- Maaaaass... Eu ainda posso ferrar com o resto que sobrou de vocês. Eu fiquei pensando em como quando eu vi a bala no seu joelho. Então eu peguei isso aqui – ela balançou o machado – e fiquei me olhando assim... E gente, eu sou muito bonita!
- Diegooo...!
- Então eu pensei em arrancar o rosto do seu amigo. Assim você ia ter uma ótima lembrança da morte dele. Também pensei em arrancar seus braços, assim você não ia poder abraçá-lo nem enxugar as lágrimas. Eeeeee... É isso. Não tive nenhuma ideia melhor, então vai essas duas mesmo.
- Diego! Não deixa ela fazer isso Diego! Diego fala alguma coisa!
- Isso, diz alguma coisa. Vai deixar o coitado morrer sem nem saber o porquê?
Diego olhou para Ed e finalmente abriu a boca.
- Desculpa... Desculpa!
- Não desculpo – ela disse, erguendo o machado.
Ela afastou a lâmina e golpeou o braço de Diego, que gritava como uma menininha. Mas, pouco antes de acertar a carne, ela parou no que parecia um braço feito de rabiscos e então olhos de giz se abriram para ela.
Era o braço do Cozinheiro, mas não era um braço de homem.
A Sádica tomou a mesma forma escura feita de rabiscos e olhos de giz.
- A Bruxa me prometeu que eu ia me vingar dele! – ela disse.
- Acho que a Bruxa não está aqui, está?
- Não, não está, e é bom você sair da frente se quiser ver ela de novo.
Nessa hora Boca de Vodu apareceu na sala, na mesma forma bizarra e escura. A Sádica olhou ao redor e se afastou.
- Não vou comprar uma briga que não posso ganhar. Mas vocês sabem que a Bruxa vai atrás de vocês quando voltar. Eu é que não queria estar na pele de vocês.
- Isso é problema nosso – Disse o Cozinheiro, retirando as algemas de Diego e Ed.
2
Ed e Diego seguiram o Cozinheiro e sua companheira. Ed lançava alguns olhares tortos para Diego no caminho, do tipo "você me deve explicações".
Eles chegaram a um tipo de restaurante, arrombaram a porta, se sentaram e acenderam velas.
Boca de Vodu pegou uma caixa de madeira, abriu e despejou seu conteúdo na mesa.
Eram letrinhas.
pERgUntaS ?
- Todas, por favor – disse Ed.
- Mais rápido, por favor! – disse o Cozinheiro.
Boca de Vodu revirou os olhos.
- Queremos pará-la – disse o cozinheiro.
- Parar quem? – perguntou Diego.
a BruxA
- Quem é essa Bruxa que vocês tanto falam? – Perguntou Ed.
- A Bruxa é só uma garotinha de 12 anos que deu piti e está com raivinha dos pais. Eu já disse que ela não é o problema.
- Foi a Bruxa que roubou as estrelas? – perguntou Diego.
- O que é pior então? – Perguntou Ed.
- Sim, foi a Bruxa – respondeu o Cozinheiro.
- E o que é pior que a Bruxa? – perguntou Ed.
Boca de Vodu mordeu os lábios e moveu as pecinhas.
a Sombra
3
- Como assim você roubou as estrelas? – perguntou Cinthya.
Marlett e ela se olharam.
- Eu tô brincando, sua bobona! – disse Marlett, rindo.
- Ah, por um momento achei que você realmente acreditasse nisso!
- É que eu sou alienígena de uma raça avançada e controlo onde as estrelas ficam.
- Aham, sei. Eu sei que você não é ô. Sabe por quê?
- Por quê?
- Porque aliens não sentem cosquinha! Ahaaa! – disse Cinthya, enquanto fazia cosquinhas... Mas Marlett não riu.
- Ué, você não tem cosquinhas? – ela perguntou.
- Hn hn. Nada de cosseguinhas – disse Marlett balançando a cabeça.
- Hmmmm... Chata.
- Chata é você, seeeu... Tubérculo!
Cinthya riu.
- Sua alienígena!
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Se o Fim Não Fosse o Pior
HorrorApós um acidente de carro, Mary acorda em um mundo completamente diferente, sem estrelas, sem morte e sem esperanças. Deixem feedbacks pls, são muito importantes. Dependendo de como for, continuo a postar.