Capítulo I - Nem tudo que reluz é ouro

230 10 12
                                    

CAPÍTULO NOVO TODA SEGUNDA-FEIRA ÀS 18H30

Siga @olaucunha em todas as redes sociais e fique por dentro das novidades do Mundo Mágico

Final de tarde e nevava em Godric Hollows. Um lugar que serviu de palco para muitos acontecimentos que mudaram o mundo da magia. Aqui, o menino que sobreviveu nascera ao mesmo tempo que Voldemort sofria sua primeira queda.

Harry Potter acabara de chegar do ministério, se mancando com um pouco de dor nas costas. Aos quarenta e poucos anos, Harry aparentara um pouco mais velho, o cansaço era mais evidente e, como um auror, era até justificável.

Os olhos verdes que herdara de sua mãe continuara cintilantes e o cabelo antes desorganizado, ficara um pouco mais rebelde com a quantidade de grisalhos que abrochara de sua cabeça.

O silêncio se fez presente, Harry estava em casa e aparentemente apenas ele; Gina havia saído, pois perto da lareira o pó de flu criara uma fina cobertura sobre os móveis.

Alvo Severo, Tiago Sirius e Lílian Luna continuavam estudando em Hogwarts e, em uma semana, voltariam para o natal. Talvez Alvo ficasse na escola, o amor dele por Hogwarts era maior que a própria casa. Harry não poderia criticá-lo.

- Gina? – gritou Harry indo em sentido a lareira.

- Ela não está em casa, senhor Potter! – berrou a voz de um menino novo, bem ardido por sinal – A senhora Gina escapuliu-se pela lareira feito fumaça - a voz esganiçada vinha de uma sequência de flashs que pareciam fotográficos.

- Será que ela largou o senhor? – perguntou a voz que vinha do além.

- Para, pois eu irei te cobrir com o lençol!

Assim que Harry terminara de gritar, os flashs cessaram imediatamente enquanto uma imagem tímida adquiria contorno. Um jovem miúdo dos cabelos acinzentados parecia engolir seu próprio choro, dentro de seu próprio quadro. Era Colin Creevey.

Após a triste Batalha de Hogwarts, bruxos e bruxas que sacrificaram suas vidas para um bem maior, foram eternizados em quadros heroicos. Colin Creevey era um nascido de pais trouxas e esse tipo de lembrança não poderia circular no mundo não mágico.

Colin tivera em vida uma grande admiração por Harry e por mais irritante que fosse em alguns momentos, Harry decidiu cuidar de seu retrato mágico em forma de agradecimento; pela admiração e por ter se sacrificado.

A imagem de um menino sobre uma tela conflitara com o homem de meia idade. A diferença de ambos era de um ano, mas Colin não mudara jamais. Suas escolhas ajudaram a varrer o mal, mas também ceifar sua vida.

Potter se envergonhava de não ter protegido a vida do garoto. Toda vez que ele olhava ao quadro em sua sala, ele pensara que o garoto um dia teria criado uma família. "Como seu herói não te salva, Colin?", refletia Harry incrédulo consigo mesmo.

- Me desculpe... senhor... Potter... – gaguejava o quadro – era apenas uma brincadeira. Queria fotografa-lo sorrindo... Achei que seria engraçado.

Harry apertou os olhos e a boca, enquanto respirava fundo. O semblante não era de raiva... Harry estava triste. A verdade é que apesar de possuir uma família, isso não parecia suficiente. Harry escondia sua tristeza em muitos momentos.

Outro dia, Gina perguntara se ele estava bem pois claramente não estava. Os olhos marinados e fundos refletiam seu interior, mas ele insistia em responder com um sorriso e um aceno de cabeça.

Esses momentos em que Harry se isolava não eram frequentes em casa, mas isso não queria dizer que não seriam frequentes no trabalho, por exemplo. Como auror, passara a maior parte do tempo caçando bruxos das trevas.

Harry Potter de Volta ao PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora